tag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post2847665705985656114..comments2023-09-18T12:56:57.948-03:00Comments on BLOG DO EDMILSON LOPES: A luta de classes nas escolas de NatalEdmilson Lopes Júniorhttp://www.blogger.com/profile/00997783430074484741noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-31558921103425109882009-10-16T22:40:29.167-03:002009-10-16T22:40:29.167-03:00Mais uma vez, hoje, em virtude das já esperadas co...Mais uma vez, hoje, em virtude das já esperadas confusões na abertura dos JERN’s, a imprensa local aproveitou para destilar o pânico da desordem, provocada por grupos de adolescentes “descontrolados” à procura de baderna.<br /><br />Em sua breve análise, você apontou coisas interessantes que, na maior parte das vezes, escapam aos analistas e apresentadores da imprensa norte-rio-grandense. Pelo fato destes - talvez pelo ímpeto de emitir juízos e a obrigatoriedade de elaborar opiniões rápidas e de fácil e imediata absorção – tenderem a olhar para a realidade como algo imediatamente apreensível, óbvio, que basta bater os olhos em alguma reportagem, ouvir alguns relatos oculares e, pronto; o mundo, seus eventos e questões estão devidamente compreendidos pelo “conhecimento imediato”.<br /><br />Deixando de lado a epistemologia de botequim. O que me parece curioso nessa tida “onda de baderna” é confrontar a compreensão imediata e apressada da imprensa com uma compreensão mais paciente e minimamente orientada do ponto de vista teórico.<br /><br />Em nome da defesa da integridade da boa sociedade, dos bons valores amistosos do esporte e da escola e da crença na racionalidade destes últimos, a primeira coisa que alguns analistas fazem, é enquadrar as torcidas organizadas ou as gangues colegiais como irracionais, semi-bárbaras, isto é, como o “outro” da racionalidade do Estado, dos cidadãos comportados e etc. <br /><br />Porém,nada me parece mais falso do que avaliar as T.O., ou essas “gangues escolares” como irracionais. Ora, as relações de agressividade e de inimizades que esses grupos estabelecem são orientadas, reflexivamente, por códigos, signos e “repertórios culturais”, como você bem assinalou, mas que, a meu ver, não só mediam suas reinvidicações por “um lugar no mundo”. Esses esquemas definem também os que são amigos e os inimigos - qualquer semelhança com a noção do político de Carl Schmmitt não é um abuso. Isto significa que, em vez da violência ser o resultado dos impulsos de uma horda juvenil descontrolada que ameaça a integridade do laço social e do poder das autoridades paternas. Na verdade, ela é orientada, dirigida e racionalizada pelas relações que os envolvidos estabelecem entre si, com suas insatisfações e expectativas, com o território, com as roupas e seus corpos, com os eventos de visibilidade local e etc.<br /><br />Obviamente, que a recorrência dessas brigas entre adolescentes, em nossa cidade, está relacionada a um contexto de insegurança social e precariedade. Mais isso não explica tudo. A exigência de visibilidade, de sucesso e de se destacar, cada vez mais explícita e ofensiva, que nossa sociedade intima, sedutoramente, a todos, tem suas conseqüências não intencionais. Ora, como as brigas nos estádios diminuíram, em virtude do maior policiamento e do trabalho das próprias Organizadas, o foco do conflito se deslocou e se recompôs em sua visibilidade. Os adolescentes encontraram um novo espaço e cenário para suas performances. <br /><br />As T. O. entram como uma forma de justificação, classificação e orientação para a ação. Pois, para o “Floca” ser inimigo do Ateneu é preciso uma razão que justifique para os agentes os motivos da inimizade e do porquê “eles devem apanhar”. As T.O. fornecem os esquemas de construção desses sentidos para a violência através da definição da política de amizade e de inimigos. A relação com as torcidas organizadas é, a um só tempo, um simulacro e uma relação com o "pré-reflexivo" que organiza os consensos, as condutas e etc.<br /><br />Acabei me alongando por demais, porém, ainda cabe uma provocação; e se os jovens envolvidos fossem alunos do Marista, do Salesiano ou do CEI, será que os nossos jornalistas, estes advogados da gorda civilidade, os chamariam de bandidos e bárbaros? Será que a idéia de jovens pobres juntos não assusta mais, como que invocasse aquele pavor primitivo dos bandos? Bem, o que parece é que alguns adjetivos são mais corretos quando aplicados sobre determinadas classes.Alyson Thiagonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-14459256128231722222009-10-13T12:09:35.651-03:002009-10-13T12:09:35.651-03:00Seu blog é o melhor da cidade. Apenas sinto falta ...Seu blog é o melhor da cidade. Apenas sinto falta dessas análises competentes que o senhor vez ou outra constrói e publica. Faça isso mais vezes. abs.Anonymousnoreply@blogger.com