tag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post3922230005463764296..comments2023-09-18T12:56:57.948-03:00Comments on BLOG DO EDMILSON LOPES: PerplexidadeEdmilson Lopes Júniorhttp://www.blogger.com/profile/00997783430074484741noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-5634621855807861402009-10-31T22:49:19.235-03:002009-10-31T22:49:19.235-03:00Lulu, concordo plenamente que este episódio foi um...Lulu, concordo plenamente que este episódio foi um caso de violência de gênero e um exemplo da vontade de poder e controle sobre o corpo feminino. Em meu comentário, procurei enfatizar o uso estratégico e simbólico das tecnologias de comunicação para aquela violência, destacando que a ação daquelas pessoas visavam bem mais o gozo obtido em reduzir o outro ao abjeto, em transformar a humilhação em espetáculo e em demonstração de poder do que defender ou incutir valores como recato e discrição, isto é, civilidade. O que, a meu ver, desmonta os argumentos de uma parte da mídia e da policia que, visando culpablizar a vítima, afirmaram: comportamento e uso de roupas "inadequadas e impróprias", ou seja, falta de civilidade.Alysonnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-49495911358688131262009-10-31T21:01:14.632-03:002009-10-31T21:01:14.632-03:00Considero importante a análise feita por Alyson ma...Considero importante a análise feita por Alyson mas acrescento: trata-se de violência de gênero sim! Trata-se de um ato simbólico de apropriação e poder sobre o corpo da mulher sim! E frisar a nossa constatação, embora ñ seja nenhuma novidade, da hipocrisia machista da mídia hegemônica que ao mesmo tempo que promove e se beneficia com a imagem da mulher como uma mercadoria, objeto atrelado aos mais diversos bens de consumo, numa situação como essas apresenta a vítima como culpada, na tentativa de naturalizar a violência.Luluhttps://www.blogger.com/profile/05744883021477031776noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-53367536662142902742009-10-31T15:19:07.433-03:002009-10-31T15:19:07.433-03:00Pois bem, se o professor me permite, posto que o q...Pois bem, se o professor me permite, posto que o que causou tanto alvoroço e ansiedade naqueles estudantes foi a exuberância - como direi polidamente - da bunda da moça, então, gostaria de compartilhar com os visitantes do seu blog um poema de Drummond, que aqueles pseudosmoralistas deveriam conhecer para aprenderem a admirar uma boa bunda e os derramamentos no espírito que só ela é capaz de ocasionar.<br /><br />A bunda que engraçada <br /><br />A bunda, que engraçada.<br />Está sempre sorrindo, nunca é trágica.<br /><br />Não lhe importa o que vai<br />pela frente do corpo. A bunda basta-se.<br />Existe algo mais? Talvez os seios.<br />Ora – murmura a bunda – esses garotos<br />ainda lhes falta muito que estudar.<br /><br />A bunda são duas luas gêmeas<br />em rotundo meneio. Anda por si<br />na cadência mimosa, no milagre<br />de ser duas em uma, plenamente.<br /><br />A bunda se diverte<br />por conta própria. E ama.<br />Na cama agita-se. Montanhas<br />avolumam-se, descem. Ondas batendo<br />numa praia infinita.<br /><br />Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz<br />na carícia de ser e balançar.<br />Esferas harmoniosas sobre o caos.<br /><br />A bunda é a bunda,<br />rebunda.<br /><br />Carlos Drummond de AndradeAlyson Thiagonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-45092330628141506902009-10-31T15:18:29.114-03:002009-10-31T15:18:29.114-03:00Embora, perplexo diante da estupidez fascista e co...Embora, perplexo diante da estupidez fascista e contagiosa que este esdrúxulo acontecimento nos acomete. A aflição e o temor perante o corpo feminino, ou melhor, à sua exibição exuberante, não é nenhuma novidade. Pelo contrário, é algo constituinte da história e da cultura ocidental. A meu ver, creio que esse episódio nada teve a ver com moralismo ou puritanismo, ou coisa que o valha. Aqueles universiotários não estavam ali para incutir a decência e a discrição através do linchamento moral público. De modo algum se trata de exercer um controle civilizador pela punição exemplar.<br /><br />Há, nesse episódio, não só imbecilidade e estupidez, mas um “sadismo” tosco e misógino que, não fosse pelo seu caráter violento e fascista e seus efeitos sobre o outro, seria apenas macaqueação demente. Para aqueles universiotários não lhes era suficiente xingar e destilar verbalmente todo o preconceito, ignorância e misoginia que, em lugar da massa cinzenta preenchem-lhes o cérebro. <br /><br />Eles desejavam humilhar e se divertir com o linchamento moral do “outro”. Por isto, a perseguição com celulares, câmeras e outros itens high tech. É necessário que todos vejam, que todos saibam e riam. Inclusive que a própria “transgressora” saiba que sua falta foi registrada pelo grupo. Mais ainda, é preciso registrar e digitalizar a humilhação e a vergonha do “outro”, pois assim goza-se mais. Não se trata de moralizar nada ou condenar algum comportamento, mas tão somente de ridicularizar, reduzir e execrar pelo prazer de fazê-lo. <br /><br />Se não se pode mais queimar ou crucificar o "outro" pode-se filmá-lo, fotografá-lo, transformá-lo em um video ou página, e assim compartilhar com os amigos e eternizar a humilhação e a tortura. Ser visto e exposto ao público significa duas coisas; por um lado, significa colocar o outro sob a iminência de ser destruído e, por outro, ao opressor, significa a consciência e satisfação da sua própria força sobre o “outro”. <br /><br />Toda tecnologia ou artefato humano está imbricado com as nossas próprias ambigüidades e desejos, portanto, com as categorias sócio-culturais que condicionam nosso pensamento e as maneiras pelas quais avaliamos e construímos os sentidos sobre os outros. Por isto, os seus usos estão inerentemente articulados, em mútua reciprocidade, ao que orienta as nossas ações e também está socialmente situado, inclusive em relação com as nossas pré-noções e etnocentrismos de toda espécie. <br /><br />As câmeras que filmam e fotografam fazem mais que as roupas e gestos que, outrora, controlavam as fronteiras dos corpos. Aquelas incidem seu controle principalmente na circulação dos corpos e ainda com um acréscimo; proporciona aos opressores a diversão com a humilhação do “outro”, transformando-a num espetáculo, para assim gozar com seu pretenso poder. Afinal de contas, eles acham que humilhar aqueles que se mostram como "diferentes" ou se portam “inadequadamente” lhes é um direito assegurado por sua "normalidade e obediência às etiquetas sociais". A intolerância é um direito quando a ignorância é a norma.Alyson Thiagonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4600135232730693182.post-44083426726036919632009-10-31T11:11:28.189-03:002009-10-31T11:11:28.189-03:00o link da reportagem do Jornal da Noite sobre esse...o link da reportagem do Jornal da Noite sobre esse fato: http://www.youtube.com/watch?v=4jwmnaM03VM&feature=relatedrodrigo sérvulohttps://www.blogger.com/profile/00903933115824040514noreply@blogger.com