Irineu Jaburu, candidato a deputado federal pelo PCB aqui na esquina do Atlântico Sul, mal articula o português. Parece oriundo de, deixe-me ser politicamente correto uma vezinha só, alguma comunidade tradicional. Faz curas (oh, os comunistas!...) e vende garrafadas. Deve ser um profundo conhecedor da "magia da floresta". Alguém precisa comunicar ao Sting, logo, e trazê-lo para dar uma forcinha para esse "homem da floresta".
Cadê os ongueiros de plantão? Onde se encontram os nossos ecologistas? E os defensores dos índios e quilombolas? Gente! O Irineu Jaburu precisa de vocês. Não se escondam, por favor. Ele vai representá-los...
O nosso improvável comunista (ainda resta alguma subversão no ex-partidão!) aparece na propaganda eleitoral fumando um cachimbo e proferindo frases quase indecifráveis. Não! Não se trata de pouco domínio da língua de Camões, mas um ato premeditado, politicamente correto, de repúdio ao idioma do colonizador.
Em meio a tantos advogados e sindicalistas alpinistas, resta aos radicais políticos e aos politicamente corretos (não me situam entre os dois grupos, infelizmente para o Jaburu) fazer força pela candidatura do Pajé Jaburu.
Outra coisa: o Jaburu aparece, como disse acima, fumando, com um prazer que não disfarça, um cachimbão daqueles. Que ervas conterá o cachimbo? O homem é da natureza, conhece as ervas... Irineu precisa visitar nossas universidades para um contato mais físico com os seus potenciais eleitores. Acho que tem uma base eleitoral só esperando ser acordada...
Ah, acho que o professor está meio confuso! Os "politicamente corretos, defensores de índios e quilombolas, ecologistas" votarão precisamente no mesmo candidato que vosso ilustre blogueiro!
ResponderExcluirEcologia, comunidade tradicional, direitos humanos, gênero e todas as demais buscas da sociedade civil, que tanto ofendem a Tradição; são tratadas pelo poder como coisinhas bonitinhas que devem ser acariciadas - mesmo que de forma alguma postas em prática.
E a sociedade civil aprecia bem mais carícias que pajelança, então certamente que os "socialistas burgueses" (vê-se que alguma idéia do manifesto comunista sobrevive no coração de nossos amados mestres!) darão mais votos ao nosso institucional deputado que ao Jaburu das garrafadas.
E não é apenas essa uma impressão, pois em todos os eventos "politicamente corretos" - seja conferencia de meio ambiente, dia do índio ou encontro quilombola, lá está o seu, o nosso, o caríssimo deputado-instituição, à abrir os trabalhos sob o olhar dos caboclos e as bençãos dos orixás!
Por outro lado, Jaburu fica na mídia, prestando seu papel de ridicularizar os "ongueiros" e colaborando para povoar o imaginário da inteligentsia mais tradicional, aquele caso de hegemônico-que-se-acha-minoria.
Enfim, olhando de perto nada é o que parece ser, e de longe tudo é uma caricatura. Mas, ajustando o foco, estereótipos opostos tem algo em comum. No caso da política-hegemônica-que-se-acha-minoria e dos socialistasburgueses-ambientalistas-de-butique-cavaleiros-do-apocalipse-defensores-de-indios-e-quilombolas-antropologos-oportunistas-politicamente-corretos-newage... Pelo menos votam no mesmo candidato.
Infelizmente o Jaburu apresenta-se ao público como um personagem caricato, "representante" de comunidades tradicionais (se é faz parte de alguma?).
ResponderExcluirÉ um personagem que serve como chacota, pois é isso que faz a elite e a maior parte da população sobre os povos que resistem em suas comunidades, negros e indios do RN.
E o partidão abre espaço para mostrar a "diferença", talvez por ausência em seus quadros. O certo é que tem muita gente que de fato como expoe Guru, se coloca como representante oficial das comunidades, abre encontros etc. Não nego a importância da atuação legislativa, mas, reforço, de perto nada é o que parece ser.