quinta-feira, 4 de julho de 2013

Classe média: use-a com cuidado

Quando a coisa aperta, naquelas horas em que os esquemas mentais a que estamos acostumados a mobilizar se mostram ineficientes, não é raro que as emoções sobrepujem a razão com mais força do que sói ocorrer costumeiramente. Tem ocorrido exatamente isso no que diz respeito às avaliações soi-disant aprofundadas sobre as manifestações que alteraram a rotina de nossas grandes cidades e deram uma chacoalhada na agenda política nacional.

Isso é o que tem ocorrido, dentre outros, com o conceito de classe média. Aqui e ali, para embalar “análises”, demoniza-se a dita cuja. O engraçado é que a definição mesmo, especialmente os dados de realidade que daria substância à definição, ficam ao largo da discussão.


Acho que algumas pessoas precisam retornar, se não aos velhos manuais, ao menos a algum texto do Pierre Bourdieu. O sociólogo francês, mesmo para quem, como é o meu caso, não compra o seu pacote teórico inteiro, é um santo remédio contra as platitudes.

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