Em uma aula em curso de pós uma grande universidade brasileira, um professor de antropologia indicou a leitura de CASA GRANDE & SENZALA, de Gilberto Freyre. De bate-pronto, uma aluna disse que discordava da leitura e que o professor deveria retirar o livro da bibliografia da disciplina. A justificativa da aprendiz de Torquemada? "Gilberto Freyre é racista (sic)". O professor reagiu mantendo a indicação de leitura e afirmando que aluna estava sendo preconceituosa. Para quê! O professor agora está sendo alvo de um abaixo-assinado dos alunos para descredencia-lo do programa de pós, pois, o fato comprovaria que o mestre seria autoritário. Autoritário e "violento". Estaria violentando os estudantes ao impor-lhes leituras das quais eles discordam. É mole?
Quando o uso irrefletido das palavras se espraia, tudo parece perder sentido. Nos corredores de nossas universidades, tudo pode virar sinônimo de violência. E os professores, em alguns delírios de revolucionários de playground, seriam algo como a encarnação dos soldados do Czar.
É o tempo das invasões bárbaras. Para sobreviver nesse ambiente, rasteje diante da mediocridade e dê trela a todos os discursos de (ufa!) desconstrução em moda. Do contrário, você não passará de um autoritário. Outra coisa: não indique bibliografia nas disciplinas, pois, você pode indicar algo que se encontra no index dos politicamente corretos.
Temos que ter um manual para sobreviver nesses tempos de invasões bárbaras!
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)