quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Mineiro, a vitória da política e o sonho possível.


É de reconhecimento geral que a campanha de Fernando Mineiro à Prefeitura da Cidade do Natal guiou-se pela política. Em nenhum momento a candidatura petista resvalou para os ataques pessoas, para a subpolítica ou para sensacionalismo. Nem, tampouco, fez concessões ao moralismo de bolso. Em um tempo no qual é quase de bom tom se cultivar uma certa aversão ao fazer política e aos políticos, no qual a negação da possibilidade de mudar os rumos da vida pública entroniza a ditadura das coisas e do “é assim mesmo”, Mineiro velejou contra o vento da alienação e apostou na discussão dos grandes problemas da cidade.

E essa postura não é apenas o resultado de uma “escolha”, um conselho de um marqueteiro experiente. Longe disso! Nem todos poderiam fazê-la. Somente quem, como Mineiro, atuou, seja na Câmara Municipal de Natal ou na Assembleia Legislativa, orientado pela abordagem de questões fundamentais para a cidadania, poderia dar esse rumo a uma campanha eleitoral.

Ao que indicam as últimas pesquisas de opinião, e também certo sentimento que parece tomar conta da cidade, Mineiro começa a colher os frutos da direção republicana imprimida à sua candidatura. Esses frutos se traduzem em votos, mas não só. A candidatura Mineiro também colhe dividendos políticos. O que se traduz em reconhecimento de sua figura pública. Não por acaso, adversários os mais diversos reconhecem o candidato como aquele que mais apresentou propostas concretas e que mais procurou abordar de forma qualificada os gigantescos desafios colocados para Natal neste momento.

A escolha de Mineiro foi por uma campanha educativa, por diversas razões. Em primeiro lugar, por mostrar que a gestão de uma cidade com mais de 800 mil habitantes, na segunda década do século XXI, não é tarefa que possa alcançar êxito se descolada da incorporação cotidiana da política. Dada a complexidade econômica, social e cultural da vida urbana em um mundo marcada pela oposição entre os “de dentro” e os de “fora”, uma administração municipal positiva somente é possível se uma concepção positiva e propositiva de condução da máquina pública fundamenta as ações e projetos do prefeito.

Nessa direção, não camuflar e nem reprimir os múltiplos e contraditórios interesses que emergem legitimamente no solo urbano é um bom começo. Orientado pela mesma perspectiva política respeitosa em relação aos que pensam e atuam conforme interesses e valores diferentes dos seus, Mineiro demonstra que se encontra à altura do desafio que é conduzir a gestão urbana de uma cidade que não pode avançar rumo ao futuro repetindo fórmulas, atores e projetos já destituídos de sentindo ou ultrapassados pela voragem do tempo.

Trabalhadores do setor de serviços, empresários da construção civil, incorporadores imobiliários, sindicatos, funcionários públicos, grandes comerciantes, pequenos empreendedores que apostam ganhos de toda uma vida em projetos constrangidos pela incerteza, investidores locais, nacionais e estrangeiros, empresários do pujante setor de serviços e prestadores de serviços públicos, dentre tantos outros atores do mundo social urbano de uma metrópole como Natal, merecem e devem ter as suas demandas processadas pela gestão pública com respeito político e reconhecimento público. O que não é a mesma coisa, diga-se de passagem, de subordinar-se aos seus interesses legítimos. Negociar republicanamente esses interesses, criando espaços (conselhos, câmaras de negociação) para a sua explicitação é fundamental. Mas é igualmente decisivo que o Prefeito não tema o contraditório e assuma posições. O que não se traduz, é bom avisar, como vimos em momentos recentes e como o verbaliza certo populismo rasteiro, na arrogante negação da contribuição de setores importantes, como o empresariado da construção civil, por exemplo, ao desenvolvimento urbano de Natal. Especialmente quando se lhes espinafra pela frente e, na calada da noite, busca-se os seus apoios e financiamentos.

Mineiro tem credibilidade para conduzir a negociação de interesses nesta metrópole em busca de afirmação positiva para Natal. Sua trajetória e perspectiva política fundamentam essa nossa percepção. E isso, convenhamos, deve-se ao fato de que Mineiro é mais, bem mais do que um político do PT.

Mineiro tem condições também para fazer uma gestão na qual as esperanças, anseios e demandas nem sempre muito bem explicitadas dos excluídos das áreas vistosas das rotas do turismo na esquina do Atlântico Sul possam, se não serem atendidas, ao menos serem processadas e ganhar visibilidade pública. Visibilidade que, no caso dos jovens e adolescentes sedentos de espaços e de momentos de reconhecimento, quando não efetivadas, traduzem-se nas dramáticas estatísticas que cobrem de sombras áreas gigantescas da periferia desta Cidade do Sol.

Mineiro fez a aposta na política, não na sua negação populista ou moralista. A sua campanha propositiva expressa um tipo de postura que Natal precisa abraçar para começar a realizar o seu destino manifesto de metrópole na qual desenvolvimento urbano se conjugue com cidadania. É um sonho? Então, Mineiro é um sonho possível para Natal.

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