É de reconhecimento geral que a campanha de Fernando Mineiro
à Prefeitura da Cidade do Natal guiou-se pela política. Em nenhum momento a
candidatura petista resvalou para os ataques pessoas, para a subpolítica ou
para sensacionalismo. Nem, tampouco, fez concessões ao moralismo de bolso. Em
um tempo no qual é quase de bom tom se cultivar uma certa aversão ao fazer
política e aos políticos, no qual a negação da possibilidade de mudar os rumos
da vida pública entroniza a ditadura das coisas e do “é assim mesmo”, Mineiro
velejou contra o vento da alienação e apostou na discussão dos grandes
problemas da cidade.
E essa postura não é apenas o resultado de uma “escolha”, um
conselho de um marqueteiro experiente. Longe disso! Nem todos poderiam fazê-la.
Somente quem, como Mineiro, atuou, seja na Câmara Municipal de Natal ou na
Assembleia Legislativa, orientado pela abordagem de questões fundamentais para
a cidadania, poderia dar esse rumo a uma campanha eleitoral.
Ao que indicam as últimas pesquisas de opinião, e também
certo sentimento que parece tomar conta da cidade, Mineiro começa a colher os
frutos da direção republicana imprimida à sua candidatura. Esses frutos se
traduzem em votos, mas não só. A candidatura Mineiro também colhe dividendos
políticos. O que se traduz em reconhecimento de sua figura pública. Não por
acaso, adversários os mais diversos reconhecem o candidato como aquele que mais
apresentou propostas concretas e que mais procurou abordar de forma qualificada
os gigantescos desafios colocados para Natal neste momento.
A escolha de Mineiro foi por uma campanha educativa, por
diversas razões. Em primeiro lugar, por mostrar que a gestão de uma cidade com
mais de 800 mil habitantes, na segunda década do século XXI, não é tarefa que
possa alcançar êxito se descolada da incorporação cotidiana da política. Dada a
complexidade econômica, social e cultural da vida urbana em um mundo marcada
pela oposição entre os “de dentro” e os de “fora”, uma administração municipal
positiva somente é possível se uma concepção positiva e propositiva de condução
da máquina pública fundamenta as ações e projetos do prefeito.
Nessa direção, não camuflar e nem reprimir os múltiplos e
contraditórios interesses que emergem legitimamente no solo urbano é um bom
começo. Orientado pela mesma perspectiva política respeitosa em relação aos que
pensam e atuam conforme interesses e valores diferentes dos seus, Mineiro
demonstra que se encontra à altura do desafio que é conduzir a gestão urbana de
uma cidade que não pode avançar rumo ao futuro repetindo fórmulas, atores e
projetos já destituídos de sentindo ou ultrapassados pela voragem do tempo.
Trabalhadores do setor de serviços, empresários da construção
civil, incorporadores imobiliários, sindicatos, funcionários públicos, grandes
comerciantes, pequenos empreendedores que apostam ganhos de toda uma vida em
projetos constrangidos pela incerteza, investidores locais, nacionais e
estrangeiros, empresários do pujante setor de serviços e prestadores de
serviços públicos, dentre tantos outros atores do mundo social urbano de uma
metrópole como Natal, merecem e devem ter as suas demandas processadas pela gestão
pública com respeito político e reconhecimento público. O que não é a mesma
coisa, diga-se de passagem, de subordinar-se aos seus interesses legítimos.
Negociar republicanamente esses interesses, criando espaços (conselhos, câmaras
de negociação) para a sua explicitação é fundamental. Mas é igualmente decisivo
que o Prefeito não tema o contraditório e assuma posições. O que não se traduz,
é bom avisar, como vimos em momentos recentes e como o verbaliza certo
populismo rasteiro, na arrogante negação da contribuição de setores
importantes, como o empresariado da construção civil, por exemplo, ao
desenvolvimento urbano de Natal. Especialmente quando se lhes espinafra pela
frente e, na calada da noite, busca-se os seus apoios e financiamentos.
Mineiro tem credibilidade para conduzir a negociação de
interesses nesta metrópole em busca de afirmação positiva para Natal. Sua trajetória
e perspectiva política fundamentam essa nossa percepção. E isso, convenhamos,
deve-se ao fato de que Mineiro é mais, bem mais do que um político do PT.
Mineiro tem condições também para fazer uma gestão na qual as
esperanças, anseios e demandas nem sempre muito bem explicitadas dos excluídos
das áreas vistosas das rotas do turismo na esquina do Atlântico Sul possam, se
não serem atendidas, ao menos serem processadas e ganhar visibilidade pública.
Visibilidade que, no caso dos jovens e adolescentes sedentos de espaços e de
momentos de reconhecimento, quando não efetivadas, traduzem-se nas dramáticas
estatísticas que cobrem de sombras áreas gigantescas da periferia desta Cidade
do Sol.
Mineiro fez a aposta na política, não na sua negação populista
ou moralista. A sua campanha propositiva expressa um tipo de postura que Natal
precisa abraçar para começar a realizar o seu destino manifesto de metrópole na
qual desenvolvimento urbano se conjugue com cidadania. É um sonho? Então,
Mineiro é um sonho possível para Natal.
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