Sensor aponta uma melhor expectativa do setor produtivo(14/05/2009 - 11:23)
Diminui o medo em relação à queda da demanda, margem de lucro e situação financeira das empresas
O Sensor Econômico, indicador de expectativas do setor produtivo aferido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em todo o território nacional, aponta, nesta edição, que diminui o medo em relação à queda da demanda, margem de lucro e situação financeira das empresas. Também melhora, embora continue bastante negativa, a expectativa relacionada aos problemas sociais.
As expectativas em relação ao PIB e contas externas impediram uma melhora mais significativa do Sensor. Por outro lado, agropecuária, indústria, comércio e serviços e trabalhadores não acreditam em quadro recessivo para o Brasil. Em todos eles, a menor pontuação obtida pelo item foi igual a zero, dada pelas entidades representativas do setor agropecuário.
Nos Parâmetros Econômicos houve estabilidade nas expectativas favoráveis em relação à inflação baixa (até 2,5% a.a.), taxa de câmbio sem alterações e redução da taxa básica de juros (entre 0,5% e 3% nos próximos 12 meses). Do mesmo modo, diminuiu significativamente o medo em relação à falta de crédito, melhorando a esperança de acesso de -18,7 pontos, em janeiro, para 2,9 pontos em abril.
Já a indústria está cada vez mais apreensiva com as contas nacionais. O setor de atividade acreditava, até fevereiro, que o PIB brasileiro cresceria acima de 1,5% em 2009. De lá para cá, essa crença diminuiu e hoje o crescimento esperado é próximo de zero.
Aspectos sociais
O lado bom das expectativas industriais vem com o desempenho das empresas e aspectos sociais. No caso das empresas, reduziram-se os temores quanto à queda na demanda, que passaram de uma expectativa de queda de até 2% para a crença na sua estabilidade. O dado mais preocupante de abril está na utilização da capacidade que, acredita-se, ficará entre 70% e 81%.
As esperanças quanto aos aspectos sociais caminham para redução dos temores, mas ainda são adversas. Apenas para violência melhorou visivelmente o quadro esperado (jan=-45,7 pontos e abr=-35,7 pontos).
Os trabalhadores aparecem como os mais otimistas do Sensor Ipea. Depois de um fevereiro bastante preocupado, as entidades representativas do grupo olham com confiança o desempenho das empresas, pois acreditam que a demanda crescerá moderadamente (em torno de 2%) e a margem de lucro das empresas não cairá.
Metodologia
Lançado pelo instituto em fevereiro deste ano, o Sensor Ipea faz consultas mensais a 115 entidades representativas do setor produtivo, que somam cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse conjunto estão incluídas entidades patronais da agricultura, da indústria, do comércio e serviços e de trabalhadores.
São enviados, na segunda semana de cada mês, questionários contendo 24 perguntas objetivas. Cada uma das 24 questões apresenta cinco cenários possíveis: a resposta mais otimista vale 100 pontos, a confiante 50 pontos, a intermediária zero ponto, a adversa -50 pontos e a mais pessimista -100 pontos. A soma das pontuações por questão, dividida pelo número de respondentes, indica o cenário médio esperado pelo setor produtivo para os próximos 12 meses.
A soma das questões forma blocos chamados Temas, que apontam para a expectativa do setor produtivo em aspectos como contas nacionais, parâmetros econômicos, empresas do setor e aspectos sociais. Por fim, a soma ponderada desses quatro aspectos resume o ânimo do setor produtivo para o ano. Ou seja, informa o valor do Sensor Ipea.
Sensor nº 4 - maio 2009
Sensor nº 3 - abril 2009
Sensor nº 2 - março 2009
Sensor nº 1 - fevereiro 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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