quinta-feira, 17 de abril de 2014

OS QUADROS DA PETROBRÁS NO CONGRESSO

Tanto a Presidente Graça Foster quanto Nestor Cerveró são quadros dirigentes experientes da Petrobrás. Mostraram que trabalhar durante décadas em uma empresa como a Petrobrás, ocupando cargos dirigentes, não é coisa para simplórios. Esses dirigentes podem até não dominar bem os meandros da disputa política no Congresso, mas dão baile quando tratam de assuntos eminentemente técnicos. Especialmente quando estão a dissertar sobre dimensões específicas de um mercado tão complexo, sensível e instável quanto aquele do petróleo e gás.

Graça Foster, na terça-feira, no Senado, enfrentou uma situação mais difícil do aquela com que se deparou o ex-diretor da área internacional Cerveró, ontem na Câmara. E isso contrariou muitas expectativas. Esperava-se um atuação demolidora dos deputados de oposição. Mas a montanha, como se viu, pariu um rato.

E isso não aconteceu por acaso, pois, os quadros da oposição no Senado dão de 10 X O nos seus colegas da Câmara. É até covardia comparar um Francischini ou um Mendonça Filho com um Aloysio Nunes. O senador tucano de São Paulo une competência técnica e capacidade de formular questões pontuais sem, como os deputados citados, ficar desesperado para colher imediatamente os ganhos midiáticos de suas intervenções.

Nesse contexto, o ex-diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, com competência e informação, indicando para coisas óbvias, embora difíceis de serem apreendidos pelo senso comum, como o fato de que um negócio bom hoje pode não sê-lo amanhã, atropelou os oposicionistas da Câmara. E, em alguns momentos, expôs ao ridículo algumas atuações pouco felizes (sejamos generosos, gente) de alguns desses parlamentares.

A minha impressão é a de que quadros como Gustavo Fruet e Eduardo Paes, não por acaso, hoje, prefeitos de grandes cidades, e que deram um trabalho danado ao Governo na época da CPI dos Correios (Mensalão), não foram devidamente substituídos no campo da oposição. Os dois, sabemos, navegam hoje no oceano governista.

Ademais, dado que o jogo na audiência com Cerveró tinha uma dinâmica mais ditado pelos ganhos políticos imediatos (o que sói ocorrer especialmente em ano eleitoral), os parlamentares petistas puderam jogar melhor do que os seus colegas senadores. Os petistas conseguiram tirar os oposicionistas do sério, para citar uma das estratégias vitoriosa do lado dos governistas.

A Petrobrás produz quadros competentes. E, o que pode surpreender quem não conhece os meandros da empresa, eles possuem um ethos profissional, legitimado pela defesa do seu patrimônio material e imaterial. Os ataques gratuitos que a estatal vem sofrendo nos últimos anos, parece, ao invés de criar dissensões e desânimos, atiça um poderosos espírito de corpo. E alguns podem até se impor sacrifícios biográficos em nome de algo que os transcende (a BR).

Vejamos os desdobramentos dessas audiências nos próximos dias. Por agora, penso que a ideia de uma CPI da Petrobrás, bandeira com a qual a oposição pensa fustigar a Presidente Dilma, sofreu um revés.

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