Os preços dos ingressos para o jogo de abertura da Copa na
Arena Itaquera (Itaquerão) foram uma espécie de triagem prévia, garantiram o
lugar quase exclusivamente para os membros da nossa elite bem educada. E essa
gente não se furtou ao seu encontro com a história. No Itaquerão, demonstrou
toda a sua elevada civilidade, berrando xingamentos contra a Presidente Dilma. Os seus melhores filhos não
se limitaram a vaiar, o que seria aceitável e até esperado, pois, no Brasil,
vai-se até minuto de silêncio, mas, a xingar, de forma chula, a Presidenta.
Não vou reproduzir aqui as palavras de ordem dessa gente
educada, que se acha superior aos
mal-educados das distantes periferias. Não! Não me dou a esse tipo de desfrute.
Mas, permito-me meditar se essa baixaria, que diminuiu não a Presidenta, mas
aqueles e aquelas que a protagonizaram, não é a mais perfeita expressão de que
a oposição aos governos do PT, por incompetência de formular projetos,
tornou-se refém de um ódio irracional que somente amedronta a quem poderia ser
ganho por projetos consistentes e críticas minimamente objetivas e circunstanciadas. E espaço para estas últimas, repitamos o
óbvio, há de sobra.
Quando o ódio domina
a disputa política, a própria política é dinamitada enquanto tal. E tudo pode acontecer. E quando
tudo pode acontecer, você sabe, acontece sempre o pior. O desrespeito à figura
da Presidenta da República é uma vileza, uma baixaria típica de trolls.
Dominados pela ódio, agarrados às suas verdades perfeitas, embaladas em poucas
verdades e muita mistificação, os xingadores do Itaquerão podem ter um resultado cujo efeito é contrário ao pretendido: o medo dos que ainda não esqueceram que a conquista de
um espaço público na sociedade brasileira só ocorreu a partir de muita luta.
As reações de Aécio e Eduardo Campos aos xingamentos mostram
o empobrecimento da disputa política que se avizinha. Os candidatos da oposição
poderiam ter se mostrado superiores, mas preferiram alguns minutos de enlace com os
trolls. Apequenaram-se.
Gostaria muito de saber o que a boa gente da Rede, gente com a qual tenho muita afinidade pessoal e política, dirá da cafajestada que foi o posicionamento do seu candidato. Se estes se mantiverem silentes ou, o que seria pior, de acordo com esse rebaixamento da disputa política, aí, meus caros, aprontemo-nos para o pior. Porque, assim como nas relações interpessoais, também na política o ódio é sempre, ao mesmo tempo, o pântano onde viceja o que há de mais monstruoso em cada um de nós.
Gostaria muito de saber o que a boa gente da Rede, gente com a qual tenho muita afinidade pessoal e política, dirá da cafajestada que foi o posicionamento do seu candidato. Se estes se mantiverem silentes ou, o que seria pior, de acordo com esse rebaixamento da disputa política, aí, meus caros, aprontemo-nos para o pior. Porque, assim como nas relações interpessoais, também na política o ódio é sempre, ao mesmo tempo, o pântano onde viceja o que há de mais monstruoso em cada um de nós.
Agora, se a nossa elite, bem educada e bem nutrida, se
comporta como se comportou no Itaquerão, então, não haverá quem, em lugares recônditos,
convença-se: se assim que “eles” jogam, então, tudo está permitido. Aí, a
política terá terminado e outra coisa, horrenda, terá tomado conta da disputa
eleitoral que se avizinha. Muita calma nessa hora! Por outro lado, quem sabe?,
os brasileiros sejam melhores, bem melhores, do que a sua elite que expressou,
com elevada franqueza, sua forma de fazer “política” ontem.
7 comentários:
Excelente critica! Também irei fazer uma no meu blog, já fiz no face!
Abraços
Ótimo texto, Edmilson. Parabéns! Lhe aguardo no consultório pra fazer outro canal. Sei que está ansioso por isso. Abraço!
EXCELENTE CRÍTICA PRIMO. NÃO PODERIA SER DIFERENTE VINDO DE VOCÊ. PARABÉNS.
Vale a pena manter a mente lúcida neste momento. Não podemos nos render aos trolls.
Muito bom! Acredito até que esse não é o pensamento da maioria que vota nela e, assim, elege um governante. Achei falta de respeito horrenda. Claro que nem todos que estavam lá fizeram isso, mas o que fica é que temos que analisar friamente o condição das pessoas que estavam lá. E, por fim, analisar se vale ou não à pena voltar o poder às mãos daqueles que sempre sacrificaram os que lá não estavam.
Colherão os frutos dessa copa aqueles que estiverem no Governo daqui a 4 anos.
O senhor chama mesmo essa "senhora" de "presidenta"?
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