Você conhece Beatriz Sarlo? Acredito que sim. Ela é mais do que uma grande ensaista e analista do panorama cultural e político não apenas da sua Argentina ou da América Latina; é um exemplo de lucidez intelectual e desapego ao sucesso fácil que a adulação ao populismo produz neste nosso sofrido continente. Leio-a desde que ela era articulista da ótima (e extinta) PUNTO DE VISTA.
Bueno, pois não é que a REVISTA PIAUÍ, uma das melhores publicações de nossa imprensa, em sua última edição, nos brinda com uma matéria de boa qualidade sobre a polemista (e polêmica) escritora argentina? Que maravilha, não é? Então, clique aqui e leia a matéria!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Romper com o canône
Nestes dias, conversando com um alguém que tinha recentemente conhecido, fui levado a confessar que era sociólogo. Mais que isso, professor de sociologia. O meu interlocutor se animou. Disse-me que talvez a sociologia fosse algo interessante, mas, na faculdade onde estudava (e que leva quase um terço do seu suado salário de taxista), a coisa não era lá muito atraente, não. E a “culpa” era daqueles “caras”. Que caras? Durkheim, Marx e Weber! Foi o que ele me respondeu de bate pronto.
Por que continuamos nessa pisada? Por que continuamos a espantar as novas gerações com uma estrutura de ensino de sociologia que tem pouco ou nenhum sentido para quem está cursando, sei lá, contabilidade? Quem é esse OUTRO com o qual os nossos alunos de hoje (e futuros professores de colégios e faculdades amanhã) se defrontam? Por que temos que reproduzir o modelo canônico?
Os nossos cursos de Ciências Sociais estão ficando ultrapassados, obsoletos. Isso não é novidade. O problema é que, com as nossas práticas de ensino ou com a nossa omissão, poderemos estar solapando um enorme espaço para a reflexão sociológica. Não! Não podemos reproduzir, do Oiapoque ao Arroio Chuí, o mesmo, como direi?, paradigma uspiano de ensino de ciências sociais.
A sociologia tem que dizer (e fazer algo mais) para o taxista que cursa contabilidade. Tá, eu sei, os “caras” são importantes e incontornáveis. Mas, vem cá, por que cargas d’água temos que começar a abordar a sociologia a partir de suas biografias ou obras? “Obras”? Ora, ninguém vai ler de verdade, sei lá, “Economia e Sociedade”, no primeiro período de um curso que não seja Ciências Sociais (e, mesmo cá, olhem lá!).
Voltarei ao assunto.
Por que continuamos nessa pisada? Por que continuamos a espantar as novas gerações com uma estrutura de ensino de sociologia que tem pouco ou nenhum sentido para quem está cursando, sei lá, contabilidade? Quem é esse OUTRO com o qual os nossos alunos de hoje (e futuros professores de colégios e faculdades amanhã) se defrontam? Por que temos que reproduzir o modelo canônico?
Os nossos cursos de Ciências Sociais estão ficando ultrapassados, obsoletos. Isso não é novidade. O problema é que, com as nossas práticas de ensino ou com a nossa omissão, poderemos estar solapando um enorme espaço para a reflexão sociológica. Não! Não podemos reproduzir, do Oiapoque ao Arroio Chuí, o mesmo, como direi?, paradigma uspiano de ensino de ciências sociais.
A sociologia tem que dizer (e fazer algo mais) para o taxista que cursa contabilidade. Tá, eu sei, os “caras” são importantes e incontornáveis. Mas, vem cá, por que cargas d’água temos que começar a abordar a sociologia a partir de suas biografias ou obras? “Obras”? Ora, ninguém vai ler de verdade, sei lá, “Economia e Sociedade”, no primeiro período de um curso que não seja Ciências Sociais (e, mesmo cá, olhem lá!).
Voltarei ao assunto.
Para aulas de sociologia
Foram tantos os pedidos, tão sinceros e envolventes, que eu revelo a fonte de minhas considerações sobre a aula a respeito de Max Weber que articular carisma com o filme O REI LEÃO. Bueno, o site é: http://www.sociolog.be/. Vale a pena uma espiada.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Obscurantismo no PT de Mossoró
O PT de Mossoró não elege nenhum vereador na cidade há algumas legislaturas. Mas essa situação não o levou a modificar práticas ou rever métodos. Pelo contrário! Nada disso!. A novidade de agora é que o partido adentrou no terreno nada saudável dos expurgos de quadros considerados indesejáveis. "Indesejáveis", claro, para os donos da marca na cidade. Pois não é que, neste exato momento, a agremiaçãom está a ameaçar de expulsão o advogado Paulo Linhares?
Leiam abaixo o texto de intimação(intimidação) do Diretório Municipal do PT dirigido à Paulo. A peça fala por si mesmo. É um exemplo aterrador do obscurantismo que determinada esquerda incorpora nas suas práticas cotidianas. Paulo promete não acatar bovinamente a patacoada petista. Sem licença, vai lutar. E faz bem!
PARTIDO DOS TRABALHADORES
DIRETÓRIO MUNICIPAL DE MOSSORÓ
A Direção Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores de Mossoró, reunida em 17 de dezembro de 2011, considerando que:
1. O Partido Democrata, de perfil conservador neoliberal, significa a mais ofensiva oposição ao Governo do PT no plano nacional, tentando a todo custo impedir a efetivação das transformações sociais que objetivam superar as desigualdades históricas, aprofundadas pela aliança demo-tucana, durante o Governo FHC.
2. O PT exige de todos os seus filiados, fidelidade ao seu programa e compromisso com o projeto político que lidera nacionalmente e que, aliado a outros partidos, tem sido responsável pelo enfrentamento as desigualdades regionais, o que implica pelas suas resoluções em afastamento de gestões conduzidas pelo DEM.
RESOLVE:
1. Reconhecemos a importância de Paulo Linhares nas fileiras petistas e a, contribuição política que o mesmo poderia nos proporcionar. Ao mesmo tempo, julgamos que a sua decisão de assumir cargo na Gestão Municipal, conduzida pelo DEM, inviabiliza sua permanência no Partido dos Trabalhadores.
2. Do exposto, não nos resta alternativa a não ser nos dirigirmos respeitosamente ao filiado para solicitar que o mesmo faça sua opção entre permanecer no PT ou manter-se na Presidência da Previ - Mossoró, cargo para o qual foi nomeado recentemente.
3. A Direção Municipal do PT aguarda um posicionamento do filiado supracitado até o dia 20 de dezembro. Na ausência desse posicionamento, dar-se-á o processo de desfiliação partidária por iniciativa da própria Direção Municipal, conforme as normas estatutárias.
Mossoró, 17 de dezembro de 2011
PARTIDO DOS TRABALHADORES
Direção Executiva Municipal
Leiam abaixo o texto de intimação(intimidação) do Diretório Municipal do PT dirigido à Paulo. A peça fala por si mesmo. É um exemplo aterrador do obscurantismo que determinada esquerda incorpora nas suas práticas cotidianas. Paulo promete não acatar bovinamente a patacoada petista. Sem licença, vai lutar. E faz bem!
PARTIDO DOS TRABALHADORES
DIRETÓRIO MUNICIPAL DE MOSSORÓ
A Direção Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores de Mossoró, reunida em 17 de dezembro de 2011, considerando que:
1. O Partido Democrata, de perfil conservador neoliberal, significa a mais ofensiva oposição ao Governo do PT no plano nacional, tentando a todo custo impedir a efetivação das transformações sociais que objetivam superar as desigualdades históricas, aprofundadas pela aliança demo-tucana, durante o Governo FHC.
2. O PT exige de todos os seus filiados, fidelidade ao seu programa e compromisso com o projeto político que lidera nacionalmente e que, aliado a outros partidos, tem sido responsável pelo enfrentamento as desigualdades regionais, o que implica pelas suas resoluções em afastamento de gestões conduzidas pelo DEM.
RESOLVE:
1. Reconhecemos a importância de Paulo Linhares nas fileiras petistas e a, contribuição política que o mesmo poderia nos proporcionar. Ao mesmo tempo, julgamos que a sua decisão de assumir cargo na Gestão Municipal, conduzida pelo DEM, inviabiliza sua permanência no Partido dos Trabalhadores.
2. Do exposto, não nos resta alternativa a não ser nos dirigirmos respeitosamente ao filiado para solicitar que o mesmo faça sua opção entre permanecer no PT ou manter-se na Presidência da Previ - Mossoró, cargo para o qual foi nomeado recentemente.
3. A Direção Municipal do PT aguarda um posicionamento do filiado supracitado até o dia 20 de dezembro. Na ausência desse posicionamento, dar-se-á o processo de desfiliação partidária por iniciativa da própria Direção Municipal, conforme as normas estatutárias.
Mossoró, 17 de dezembro de 2011
PARTIDO DOS TRABALHADORES
Direção Executiva Municipal
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Max Weber e O Rei Leão

De uma hora para outra, o feliz aprovado em concurso público para ministrar disciplina de sociologia se depara com uma turma que não está nem aí para a ciência fundada pelo Tio Émile. Putz! O que fazer? Não é fácil, pode acreditar. Não adianta consultar os oráculos e nem buscar a ajuda da Wikipédia. Nem mesmo o Chaves pode lhe salvar nessa hora.
Penso que só poderemos começar a enfrentar esse desafio, que, em parte, reflete um buraco maior, dado que diz respeito também a ausência de capital cultural de parte significativa dos que agora adentram nossas universidades ou colégios de ensino médio, quando tivermos coragem e disposição de romper com o cânone sociológico estabelecido. Como assim? Será que o cara, além de corintiano, é meio lelé? Quem sabe, não é?
A minha proposição é a de que devemos dialogar com os materiais (imagens, textos, vídeos, etc) que constituem aquilo que o Renato Ortiz, em algum dos seus textos, denominou de materiais expressivos de algo como o “popular internacional”. Bueno, o Ortiz não vai ler esta postagem, então, não vai se irritar com essa referência truncada... Voltando ao foco, como diria o Vanderley Luxemburgo, lecionar sociologia, para quem não está no diminuto território de alguns dos nossos centros de excelência, exige a mobilização de criatividade para dialogar com esse “internacional popular”.
Um exemplo: por que não relacionar, em uma discussão sobre carisma, as instigantes (mas nem sempre tão palatáveis assim, especialmente quando se é oriundo de uma formação escolar na qual o principal livro lido ainda é um manual ou um romance água com açúcar) elaborações de Max Weber com, deixe-me ver, o filme O REI LEÃO? Absurdo? Não, não acho, acho que dá um bom exercício sociológico. Mas a idéia não é minha, infelizmente. A idéia é proposta por uns caras que pilotam um interessante site de sociologia. Qual o site? Humm! Vou escrever depois que alguém solicitar, ok? Criando algum suspense, quem sabe?, a rapaziada volte a freqüentar este espaço...
Tô de volta!
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