quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Predadores, de Pepetela, é uma leitura obrigatória



Acabei de ler o livro Predadores, de autoria do escritor angolano Pepetela. Trata-se do pseudômino do professor de sociologia e ex-militante do MPLA, Artur Pestana. O meu amigo Kilder que me emprestou o livro. É fantástico. Você começa a ler e não consegue largar o livro. Transcrevo abaixo, por preguiça e, vá lá!, por comodidade, a apresentação "oficial" do livro feito pela sua editora. Mesmo em meio às bancas de concursos, intrigas acadêmicas (?) e quejandos, cheguei rapidamente ao fim do petardo contra a degeneração das idéias generosas. É uma leitura obrigatória para quem quer refletir sobre a corrupção das revoluções nacionalistas e dos partidos de esquerda no chamado terceiro mundo.

Podemos inventar um passado, um pai e até um ideal para subir na vida? Sim, principalmente se essa vida se passar em Angola na pós Guerra Colonial. Pepetela regressa com um retrato mordaz dos últimos 30 anos em Angola, a seguir ao fim da Guerra Colonial, através da ascensão e queda do empresário Vladimiro Caposso. Rapaz modesto do Calulo, o filho de enfermeiro que tratava a tropa portuguesa, depressa descobre que sobreviver em Luanda em muito depende do MPLA e, por isso, muda o seu nome de José para o mais revolucionário Vladimiro. É a partir daí que começa a escalar os degraus da política e da finança. Dos anos 70 e da loja aberta no feriado da Independência para poder servir o Povo ao novo milénio do campo de golfe onde rouba a água do rio aos pastores e agricultores, Vladimiro Caposso e a sua família empreendem em Predadores uma viagem ao longo das três décadas de transformação. Onde o oportunismo e a esperança se entremeiam na evolução de Angola até aos dias de hoje

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