sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Qual o caminho da oposição no RN?

Qual o norte programático da oposição ao Governo Rosalba? O que diz a oposição sobre os indicadores educacionais, por exemplo? Como retirar de cena a bomba-relógio dos gastos crescentes dos chamados “poderes” (Ministério Público, Assembleia Legislativa, Poder Judiciário, Tribunal de Contas, etc.)? Quais as prioridades de investimentos do Estado no Rio Grande do Norte?

Isso para não levar em conta pautas sociais legítimas e sobre as quais os políticos costumam deitar falações (segurança pública, desenvolvimento e infraestrutura). E essa são temáticas nas quais, geralmente, a retórica excessiva apenas expõe o vazio de proposições concretas.

Não deixa de ser uma situação paradoxal: um governo, segundo as pesquisas de opinião, marcado por baixos índices de popularidade, com a base de apoio aos frangalhos e acuado por pedidos de impeachment não tem, como contrapartida, uma oposição consistente, assentada em projetos socialmente enraizados. E não porque não exista disposição social para a mudança. Razões há, é certo. Dentre as mais vistosas, a dificuldade em sair da zona de conforto propiciada com os arranjos de ontem e anteontem.

A continuar nesse ritmo, teremos mais uma disputa eleitoral rebaixada politicamente na esquina do Atlântico Sul. E, caso esse cenário venha a ocorrer, factoides dominarão a produção discursiva eleitoral. E a pirotecnia e a verborragia levarão a disputa para as mesquinharias de sempre. Em contrapartida, cacarecos poderão ser catapultados ao estrelato (lembrai-vos da eleição municipal na cidade do Natal em 2004!) e quem hoje parece morto politicamente, enfrentando a consistência de pudim da oposição, poderá ressurgir com vida na undécima hora.

Antes desse momento fatídico, as pessoas críticas e mais criteriosas terão perguntado a essa oposição: “aonde vais?” E, parafraseando antigo bordão, essa oposição, que não sabe aonde quer chegar, terá tantas respostas, mas tantas, que nenhuma convencerá. Nesse momento, antes da aparição dos cacarecos, não restará a essas pessoas senão o consolo de uma resposta quase cínica: “então, em assim sendo, contigo não vou.”  

O poeta escreveu: “caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”. O poema é belo e vale para a nossa caminhada existencial, não para a disputa política. O poeta Antônio Machado não escreveu para consolar vacilantes políticos e pessoas sem objetivos, esclareçamos.

Um comentário:

Antonio Carlos de Freitas disse...

Gostaria muito de identificar nesta panela gigante quem verdadeiramente no nosso estado é oposição de verdade pois acho que só é oposição quem não é agraciado no governo seguinte .