A emergência do que poderíamos denominar de “abordagem
cultural” tem se tornado cada vez mais importante nos estudos sociológicos do
consumo de alimentos. Trata-se de um terreno no qual, até bem recentemente, o
marxismo (especialmente no seu viés economicista) parecia dominar.
Embora a antropologia, desde o seu início, tenha incorporado
a dimensão cultural como intrínseca às práticas alimentares, na sociologia, de
certa forma, tem predominado um certo pacto no qual o consumo a ser mais
substancialmente abordado era aquele dos produtos culturais. As práticas
alimentares terminavam sendo abordadas enquanto referentes empíricos de
demarcadores culturais de processos de distinção social.
A apreensão acima exposta é importante para o
desenvolvimento de análises substantivas sobre, por exemplo, as redefinições do
mercado de produtos agrícolas no semiárido nordestino. Para a consecução de tal empresa analítica,
impõe-se, nesse exemplo, a articulação entre as sociologias econômica e da
cultura.
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