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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Será jogo de campeonato a eleição para governador(a) no RN

Em jogo de campeonato, sabemos todos quantos amamos o futebol, a estética subordina-se à necessidade imperiosa de somar pontos. Daí porque, se você é uma das pessos que vira as costas para o nobre esporte bretão e para a locução esportiva, os narradores esportivos (que, não raro, torcedores apaixonadas) criaram o bordão impagável: "joga a bola pro mato que o jogo é de campeonato".

E é assim... Em jogo de campeonato vale a catimba (uma enrolação, um "boneco", como diriam os apodienses) e, se o time estiver na frente no campeonato, "deixar o tempo correr".

Por isso mesmo, há sempre a possibilidade de que, ao final, o campeonato revele-se realmente uma "caixinha de surpresas". E aí, time que esteve na frente por muitas rodadas, derrapa na curva. E feio. Foi o que aconteceu, dentre outros, com o time do São Paulo no último brasileirão.

E daí? O que diabos queres dizer, ô meu? O que isso diz sobre as eleições para o governo do Rio Grande do Norte? Daí, meus lindos e lindas, quero apenas chamar-lhes a atenção para o fato de que quem está na ponta, liderando nas pesquisas, ainda terá que fazer muito esforço para levar a taça nas eleições de outubro.

É bom lembrar essa lição simples porque, não raramente, os defensores da candidatura da Senadora Rosalba Ciarline (DEM), líder disparada nas pesquisas de opinião para ocupar o Palácio Potengi, comportam-se como se o campeonato, digo as eleições de outubro próximo, fossem algo assim como um passeio. E, convenhamos, elas nunca são um passeio aqui no RN.

Por outro lado, não existe WO na política. O time adversário nunca falta ao encontro...

O mais provável adversário de Rosalba, o Vice-Governador Iberê Ferreira de Sousa (PSB), irá para as eleições com a retaguarda da máquina estatal. E isso não é pouco em nenhuma eleição no Brasil. Terá ainda o apoio do PT e do Presidente Lula. Outros elementos tampouco desprezíveis.

Ah, mas estás a subestimar as pesquisas? Eu? Nunquinha... Mas pesquisa eleitoral, caríssimos, não podem ser tratadas como informações estanques e absolutas. Os cenários mudam. E mudam muito, especialmente quando o jogo esquenta. E o jogo vai esquentar. Basta lembrar um dado: mesmo o rosalbismo (e o proto-rosalbismo) jogando na canela contra Iberê na Assembléia Legislativa, ainda assim, ele terá como "agradar" muitas lideranças locais. E isso redefine muitas coisas.

Não, as eleições não terão a beleza estética de um jogo da Seleção de 1982, mas valem bem uma boa cobertura crítica. Tentaremos fazer isso aqui. Pode apostar!

sábado, 9 de agosto de 2008

Paulo Linhares e a arte da superação

Advogado de sucesso, o Professor Paulo Linhares é um dos poucos políticos que conheço dotado de grande capacidade administrativa. Abnegado, Linhares consegue enfrentar desafios onde outros desistem. Essa arte de superação, obviamente, não se traduz sempre em reconhecimento dos seus superiores e colegas da administração pública. Muito pelo contrário, cria ciúme e intrigas. Junte a isso o fato, quase inadmissível para um político, de que Paulo Linhares pensa e assume publicamente os seus posicionamentos. Nesses casos, sabemos bem, o ciúme, não raramente, transforma-se em ódio.

Mas Paulo Linhares dá trabalho aos seus (poucos e enrustidos) adversários. Responde com dedicação ao trabalho. Tornou-se uma especialista na arte de transformar lugares e posições administrativas antes tidas como problemáticas em províncias administrativas vistosas que logam adquirem atratividade. No início do Governo Vilma de Faria, em 2003, todos imaginavam que o professor ocuparia uma pasta de relevo. Era o esperado. Linhares abrira, anos antes, as portas do PSB para Vilma. Militante histórico do partido no estado, fora apeado da indicação de candidato a vice-governador por uma ação incoseqüente do seu então colega de partido, Renato Fernandes. Mas Paulo não foi indicado para ser titular de nenhuma secretaria de estado. Como todos temiam o que ele poderia fazer de positivo à frente de uma pasta de relevo, enviaram-no para a Sibéria, no caso a presidência do IP.

E o que fez Paulo diante da situação? Não ficou, como dizem, chorando as pitangas. Arregaçou as mangas e foi à luta. O instituto de previdencia do RN estava combalido. Paulo se dedicou ao estudo da previdência, inteirou-se de tudo sobre o instituto (da legislação previdenciária ao cálculo atuarial se fez especialista). O resultado? Logo o IPE tornou-se uma máquina azeitada. O que ocorreu? Foi reconhecido? Não! Retiraram-no do instituto e enviaram-no para a Defensoria Pública, uma espécie de Azerbaijão da administração pública do RN até então. Para se ter uma idéia, naquele momento, a Defensoria tinha uma existência quase cartorial.

Mais uma vez Paulo se fez mestre na arte da superação. Com tino político, iniciou uma luta pelo reconhecimento, para a segurança pública e a construção de uma cultura de direitos humanos entre nós, da importância estratégica do fortalecimento da Defensoria. Como tinha que fazer quase tudo do zero, começou brigando, ao seu modo, sem estardalhaço, pela realização de concurso público para defensores. Ao mesmo tempo, passou a construir uma articulação nacional das defensorias públicas. O seu trabalho começa a mostrar resultados. Novos defensores estão sendo contratados e a máquina começa a ganhar forma.

O trabalho de Paulo, agora, ganha reconhecimento nacional. Fernando Calmon, presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos, em documento intitulado "III Diagnóstico da Defensoria Pública", ressalva a importância do que está ocorrendo no Rio Grande do Norte. Veja aqui o documento.

Eu, cá no meu canto, comecei a temer por Paulo. Será quea ciumeira vai começar e irão encontrar algum lugar remoto na Sibéria para enviá-lo?

Espero que a ciumeira não comece e Paulo seja enviado para o Alasca.