Em uma recente pesquisa realizada junto a estudantes do curso de graduação em Ciências Sociais da UFRN, executada pelo PET do curso e sob a minha coordenação, constatamos a força dos sites que ancoram as chamadas redes de relacionamento (orkut, myspace, twitter e facebook, dentre outros). A maioria dos entrevistados afirmou adentrar na internet para visitar um ou mais desses sites.
Para além de considerações morais ou avaliações acadêmicas (pontos para um outro debate, por certo importante), incomoda-me muito o fato de que as pessoas estão usando esses espaços virtuais nem sempre de forma muito cuidadosa. Esse o caso em que, sem se dar conta no tipo de espaço que estão navegando, joga-se na rede informações pessoais. Intimidades são intercambiadas publicamente...
Mais do que a tirania da vida privada, temos aí a perigosa abertura de dados que podem ser manipulados por pessoas pouco escrupolosas. Ou, como já ocorre de forma extensiva, por forças sistêmicas, como empresas e órgãos governamentais.
Informações postadas na rede podem prejudicar, quando não acabar, com uma carreira profissional. Ou, igualmente doloroso, com uma identidade pessoal, construída, sabemos bem, a duras penas.
Nos EUA, recentemente, um jovem juiz, Jonathan MacArthur, perdeu seu posto no Tribunal de Justiça de Las Vegas devido a divulgação de informações pessoais que ele postara no MySpace.
Dado que é díficil, nos dias que correm, encontrar alguém com mais de 12 anos de idade que não tenha sua página pessoal ou que esteja fora de alguma rede de relacionamento na internet, vale a pena, de vez em quando, ter uma preocupação com o tipo de dados que as pessoas próximas (irmãos, filhos, amigos, etc.) estão jogando na rede...
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Base de dados pessoais, vigilância e controle
Estamos ainda tateando, nas ciências sociais brasileiras, na discussão sobre o significado político e social da emergência, tanto em instituições públicas quanto privadas, de bancos de dados pessoais. Quais os seus impactos sobre a vigilância e o controle das pessoas? Há pouca discussão sobre isso. Não é, nesse sentido, mero acaso a banalidade com que lidamos com as notícias a respeito de grampo nos telefones.
Aproveito para indicar aqui a leitura de um texto instigante sobre o assunto. Publicado na revista Culture & Conflits, o artigo Bases de données personnelles et politiques de sécurité : une protection illusoire?, de autoria de Sylvia Preuss-Laussinotte, é um bom começo para quem quer aprofundar essa discussão.
Aproveito para indicar aqui a leitura de um texto instigante sobre o assunto. Publicado na revista Culture & Conflits, o artigo Bases de données personnelles et politiques de sécurité : une protection illusoire?, de autoria de Sylvia Preuss-Laussinotte, é um bom começo para quem quer aprofundar essa discussão.
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