segunda-feira, 11 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Uma sociologia brasileira ou uma sociologia do Brasil? – Parte I
A apreensão da singularidade dos cenários, dramas e processos sociais brasileiros esteve, durante muito tempo, subordinada a um projeto de produção de uma interpretação singular, nacional. Como escreveria, tendo em mente uma outra realidade o cientista social alemão Ulrich Beck, praticava-se fortemente nestas plagas uma “sociologia do container”.
Essa sociologia não teve apenas limitações, é óbvio. A partir da busca por uma interpretação da singularidade brasileira, leitmotiv dessa empresa, ensaios substantivos foram feitos para sobre dimensões tão fundamentais quanto a sociabilidade cotidiana nos trópicos ou a forma como as instituições mais básicas do mundo ocidental se plasmaram entre nós.
Claro! Essa senda nos conduziu a interpretações que legitimavam apreensões que incorporavam uma visão essencialista de uma certa “cultura brasileira”. Fazer o quê? Há limites e limitações datadas, e, em assim sendo, mais do que compreensíveis.
Mas esse tempo está passando. A internacionalização das ciências sociais
brasileiras, com a preocupação crescente de nossos pesquisadores em se fazer notar lá fora, contribuiu para arejar o debate sobre nós mesmos. Tivemos perdas, certo. Os mais velhos (você sabe, eu não sou politicamente correto) anda reclamam da “pobreza do debate” e querem uma sessão espírita na qual os grandes do passado possam retornar à arena pública. Ainda encontram alguma audiência. Até porque, não raras vezes, relembrar os grandes do passado é uma forma de negar reconhecimento a genialidade de cientistas sociais do presente...
Bom. Mas esse é um passado que não quer passar... Mas é passado. Para o bem e para e para o mal.
(Ops! Volto mais tarde, ok? Estou blogando no computador de uma oficina de automóveis...).
Essa sociologia não teve apenas limitações, é óbvio. A partir da busca por uma interpretação da singularidade brasileira, leitmotiv dessa empresa, ensaios substantivos foram feitos para sobre dimensões tão fundamentais quanto a sociabilidade cotidiana nos trópicos ou a forma como as instituições mais básicas do mundo ocidental se plasmaram entre nós.
Claro! Essa senda nos conduziu a interpretações que legitimavam apreensões que incorporavam uma visão essencialista de uma certa “cultura brasileira”. Fazer o quê? Há limites e limitações datadas, e, em assim sendo, mais do que compreensíveis.
Mas esse tempo está passando. A internacionalização das ciências sociais
brasileiras, com a preocupação crescente de nossos pesquisadores em se fazer notar lá fora, contribuiu para arejar o debate sobre nós mesmos. Tivemos perdas, certo. Os mais velhos (você sabe, eu não sou politicamente correto) anda reclamam da “pobreza do debate” e querem uma sessão espírita na qual os grandes do passado possam retornar à arena pública. Ainda encontram alguma audiência. Até porque, não raras vezes, relembrar os grandes do passado é uma forma de negar reconhecimento a genialidade de cientistas sociais do presente...
Bom. Mas esse é um passado que não quer passar... Mas é passado. Para o bem e para e para o mal.
(Ops! Volto mais tarde, ok? Estou blogando no computador de uma oficina de automóveis...).
terça-feira, 5 de abril de 2011
Espane o tédio com blues
Vai um blues aí? Não qualquer um, mas um de mermo mermo, das raízes? Que tal duas demonstrações? Então, vá fundo e clique aí abaixo.
O próximo presidente do Peru...

O cara da foto aí acima, ex-comandante militar, nacionalista com tinturas de esquerda, poderá ser o próximo presidente do Peru. É um egresso da guerra suja da época em que o Sendero Luminoso, alucinado em seus delírios maoistas, provocava umas das maiores tragédias políticas deste sofrido continente.
Bom. É o que dizem as pesquisas de opinião (sempre elas!). Ollanta Humula, esse o nome dele, lidera todas as pesquisas.
Há a possibilidade de um segundo turno entre (vejam só!) entre o Humula, que já foi identificado com o chavismo, e a filha de (argh!) Aleberto Fujimori, Keiko Fujimori.
A Keiko (olha que surpresa!) defende a legalização da união civil para os homossexuais e a despenalização do aborto. Isso é que é direita inteligente, não é? É a candidata que arrebatou o papel de representante da modernidade. Não por acaso, os jovens, que eram crianças durante os anos de chumbo de Fujimori, estão encantados com ela.
Tem gente desesperada com esse cenário. O escritor e Prêmio Nobel de literatura Mário Vargas Llosa, por exemplo, afirmou que um segundo turno entre os dois (Ollanta e Keiko) seria como escolher entre o "câncer" e a "aids"...
Acompanhemos o desenrolar desse inusitado processo eleitoral.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Um passado que não passa...
Todas as ditaduras são cruéis. Mas alguns povos têm a possibilidade de verem alguns dos dramas a que foram submetidos retratados nas telas, após a ultrapassagem do período das trevas. Outros vão mais longe e conseguem uma ajuste de contas com o passado. É o caso dos argentinos.
Houve tempo, entre nós, quando a política econômica era um laboratório para experiências de engenharia social, que os desastres argentinos eram o prenúncio do que enfrentaríamos em seguida. Diziamos, então: "Argentina, hoje; amanhã, Brasil". Era o tal "efeito Orloff".
Olhando para os ajustes para com o passado feitos mais ao sul, dá uma inveja danada do país vizinho. Quem dera, nesse campo, nos fosse dado o direito de repetir aquela antiga frase dos anos 1980.
Aproveito para colocar aí abaixo o trailer de um filme. É simplesmente fantástico. Pegue-o, assista-o e reflita.
Houve tempo, entre nós, quando a política econômica era um laboratório para experiências de engenharia social, que os desastres argentinos eram o prenúncio do que enfrentaríamos em seguida. Diziamos, então: "Argentina, hoje; amanhã, Brasil". Era o tal "efeito Orloff".
Olhando para os ajustes para com o passado feitos mais ao sul, dá uma inveja danada do país vizinho. Quem dera, nesse campo, nos fosse dado o direito de repetir aquela antiga frase dos anos 1980.
Aproveito para colocar aí abaixo o trailer de um filme. É simplesmente fantástico. Pegue-o, assista-o e reflita.
Quando a música acaricia a alma
O grupo musical norte-americano Beirut é biscoito fino. Coisa muito da boa. Saiba mais sobre eles(texto em português!) clicando aqui.
Olha só essa: os caras atravessaram a fronteira e foram para o sul do México. Lá, incorporaram cantores locais e produziram uma versão muito especial de A Chorona, um clássico da cultura popular mexicana.
Melhor do que isso foi o fato de os caras, liderados pelo criativo Zach Condon, terem produzido um vídeo belíssimo para a música. Eu, que apesar de defenestrado por alguns, sou um cara do bem, coloco o vídeo aí abaixo para você conferir.
Fuja não! Dê um tempo para você e deixe sua alma relaxar ao som de Beirut.
Olha só essa: os caras atravessaram a fronteira e foram para o sul do México. Lá, incorporaram cantores locais e produziram uma versão muito especial de A Chorona, um clássico da cultura popular mexicana.
Melhor do que isso foi o fato de os caras, liderados pelo criativo Zach Condon, terem produzido um vídeo belíssimo para a música. Eu, que apesar de defenestrado por alguns, sou um cara do bem, coloco o vídeo aí abaixo para você conferir.
Fuja não! Dê um tempo para você e deixe sua alma relaxar ao som de Beirut.
Micarla do Peru?
Falei sobre Keiko Fujimori mais abaixo. É candidata ao carga de Presidente do Peru. Filha de Alberto Fujimori, autor de um auto-golpe no início da década de 1990 e caçado por crimes contra a humanidade e por atos de corrupção, a Keiko faz uma campanha que parece estar sendo dirigida por um marqueteiro daqui da região. Veja como se parece com a campanha de Micarla à prefeitura de Natal!
Ah! Para quem é mais novo, o uso do trator é bem simbólico. Quando começou a campanha eleitoral que o levaria à presidência da República, enfrentando o então franco favorito, o escritor Mário Vargas Lhosa, Alberto Fujimori, um agronômo, fazia campanha em cima de um trator.
Ah! Para quem é mais novo, o uso do trator é bem simbólico. Quando começou a campanha eleitoral que o levaria à presidência da República, enfrentando o então franco favorito, o escritor Mário Vargas Lhosa, Alberto Fujimori, um agronômo, fazia campanha em cima de um trator.
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