A apreensão da singularidade dos cenários, dramas e processos sociais brasileiros esteve, durante muito tempo, subordinada a um projeto de produção de uma interpretação singular, nacional. Como escreveria, tendo em mente uma outra realidade o cientista social alemão Ulrich Beck, praticava-se fortemente nestas plagas uma “sociologia do container”.
Essa sociologia não teve apenas limitações, é óbvio. A partir da busca por uma interpretação da singularidade brasileira, leitmotiv dessa empresa, ensaios substantivos foram feitos para sobre dimensões tão fundamentais quanto a sociabilidade cotidiana nos trópicos ou a forma como as instituições mais básicas do mundo ocidental se plasmaram entre nós.
Claro! Essa senda nos conduziu a interpretações que legitimavam apreensões que incorporavam uma visão essencialista de uma certa “cultura brasileira”. Fazer o quê? Há limites e limitações datadas, e, em assim sendo, mais do que compreensíveis.
Mas esse tempo está passando. A internacionalização das ciências sociais
brasileiras, com a preocupação crescente de nossos pesquisadores em se fazer notar lá fora, contribuiu para arejar o debate sobre nós mesmos. Tivemos perdas, certo. Os mais velhos (você sabe, eu não sou politicamente correto) anda reclamam da “pobreza do debate” e querem uma sessão espírita na qual os grandes do passado possam retornar à arena pública. Ainda encontram alguma audiência. Até porque, não raras vezes, relembrar os grandes do passado é uma forma de negar reconhecimento a genialidade de cientistas sociais do presente...
Bom. Mas esse é um passado que não quer passar... Mas é passado. Para o bem e para e para o mal.
(Ops! Volto mais tarde, ok? Estou blogando no computador de uma oficina de automóveis...).
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