quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A estética de apologia ao crime na invasão da Reitoria da UFRN

Abaixo, alguns vídeos produzidos pelos invasores da Reitoria da UFRN. Eles estão lá há uma semana. Não sei se você conseguirá suportar assisti-los até o fim. O material é uma agressão à Universidade enquanto instituição e a todos que a mantém com o suor do seu trabalho. Mas, penso, deve ser visto. Por quê? Porque é necessário que todos quantos defendemos a Universidade no Brasil de hoje tenhamos clareza a respeito da identidade dos nossos adversários.

Os vídeos expressam a cultura de elegia ao crime organizado que começa a se espraiar por universidades e escolas do ensino médio deste país. Os encapuzados dos vídeos podem até lembrar o os atores dos materiais de propaganda das ações da Al Qaeda, mas, observando-se bem, o gestual e a linguagem rementem claramente ao universo moral e estético das facções criminosas dominantes em vários presídos brasileiros (e em partes significativas do mercado de drogas do país).

Vez ou outra, as falas incorporam termos presentes no universo discursivo do anarquismo. Elaborações vagas e imprecisas, é certo. Em outros momentos, sub-conceitos focaultianas são, como dizer?, rudemente balbuciados. Mas o que fica mesmo, ao final, são as interjeições e os trejeitos típicos dos quadrilheiros que impõem as suas vontades sobre vastas áreas urbanas de cidades dos chamados países em desenvolvimento nas quais a violência legítima do Estado perdeu vastos espaços para a violência brutal da criminalidade organizada.

Claro! Pode-se sempre dizer que tudo é performance. Mas o fato de os invasores da Reitoria cultuarem a estética do crime organizado, particularmente do narcotráfico, é, em si mesmo, emblemático dos horizontes políticos e ideológicos desse "movimento".

Outro aspecto digno de análise é o desprezo boçal que eles cultuam pela instituição que os acolheu. Eis aí algo que mereceria uma análise mais psicanalítica do que propriamente política.

14 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Edmilson,

sou um velho amigo lá da várzea. Tenho um filho policial, sonho dele era entrar na Universidade, mas nao foi possivel pelas dificuldades de quem trabalha. fico muito revoltado qundo vejo esses vagabundos tomando o lugar dos filhos dos trabalhadores e ainda agredindo todo mundo.
tinha que botar a políica encma dessa vagabundagem. acho que todo mundo ia apoiar isso.
Disculpe o desabafo.
Sou neto do velho Vital, lembra?

antonio disse...

Existe outros vídeos, com outra estética:

http://youtu.be/4TbQV8rl6Uc

Qual a sua opinião sobre este vídeo, Caro Professor?

Guru disse...

É automático constatar a vulgata intelectual dos vídeos, mas daí a chamá-los de invasores, taxá-los de anti-universidade e comparar com quadrilhas criminosas não é o que se espera de um professor ainda bastante estimado na universidade pela riqueza de suas análises.

Creio que a estética empregada se deve menos a uma elegia ao narcotráfico e muito mais à peculiar ideia, comum entre anarquistas, que eles são uma grande ameaça ao poder e portanto tão reprimidos quanto a Al Qaeda e o PCC.

Criticar a política acadêmica não é um desprezo boçal pela universidade. Não vi nenhuma agressão à universidade enquanto instituição. Não entendo porque julgar esses estudantes adversários. É um movimento circunstanciado contra práticas da segurança privada no campus. Com seus floreios e espetacularizações de boatos, mas ainda assim expondo alguns problemas pontuais. Acho que suas reivindicações merecem mais atenção que sua estética.

Sem despropositada condescendência, lembro que a diferenciação exaltada pode gerar certas insensibilidades e acirrar distâncias. Não há nenhum sentido, numa IFES, uma postura anti-aluno e anti-servidor.

Anônimo disse...

Guru,

discordo de tua análise. Postei um texto, inclusive, a respeito lá na carta potiguar: http://www.cartapotiguar.com.br/2012/11/07/ocupacao-da-reitoriaufrn-uma-estrategia-fascista/

Abs.

Daniel

Anônimo disse...

Sério?! huahuahuhua! o discurso não cola! não há clareza de idéias, não há coerência nem coesão, os alunos "revolucionários" estão faltando as aulas, deveriam estudar mais, e aprender a se expressar melhor. Se querem ser ouvidos, melhorem o discurso, para ficar ruim tem que melhorar bastante. Parem de balbuciar! não conseguem nem dizer pelo que estão reinvidicando! Selvagens! Malditos filisteus! huahuahua!

Anônimo disse...

Um vídeo que o Sr. Dr. Edmilson esqueceu de postar: http://www.youtube.com/watch?v=Tfkh8u7KFp0

Anônimo disse...

De fato esse trabalho tem que ser defendido com muito suor!

TCU aponta 664 servidores irregulares na UFRN!

“Vários servidores ocupam cargos indevidamente e acreditam que a acumulação não será detectada ou, se o for, que não haverá maiores consequências”, afirma o TCU no relatório da auditoria na UFRN.

http://www.defato.com/noticias/7654/tcu-aponta-664-servidores-irregulares-na-ufrn

okupa reitoria UFRN disse...

Pífia análise filosófica, se restringe à forma e não pondera o conteúdo. Uma nítida sugeição completa ao espetáculo. talvez fosse interessante uma leitura de Guy debord e Vainegem para um melhor embasamento para práticas epistemológicas mais embasadas q superem a visão como sentido privilegiado na produção de sentido e passe a dar mais atenção à audição e à sensibilidade dos corpos.

É nitida a criminalização do questionamento e da contestação, um exemplo clássico de produção da anormalidade. Esse exrcício de vigilância e punição do sujeito contestador é prática comum do stableshiment para a manutenção do status quo. aquele q incomoda a ordem e as linhas de forças estabelecidas só pode ser um criminoso ou um incapaz no uso da faculdade da razão, métodos amplamente empregados pela reitoria e seus lacaios.

Justamente por entendermos que somos iguais na capacidade de sermos diferentes, decidmos nos associar livremente, no interesse comum de inibir a perseguição àqueles q contestam o lugar comum da opinião de massa, seja qual for o meio q ele usa para tanto. Portanto, faremos uso da liberdade de expressão por meio da estética marginal (leia-se marginal como aquele q foi empurrado para margem pelos q detem o poder oficial), de modo a fazer valer q nossas vozes sejam ouvidas pelo q dizem e não pelo q aparentam dizer.

A proposito: deveria existir alguma forma de avaliação da manutenção da capacidade de pensar de nossos professores, pois Edimilson Lopes só é capaz de assumir algum cargo nessa instituição por indicação familiar ou escondendo-se atrás de títulos obsoletos.

gal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Ainda me surpreendo com posicionamentos do tipo tomado pelo professor Edmílson. Falo apenas a respeito do prof. Edmílson, porque esse Daniel já é sabido por todos do seu papel de polemista almejando conseguir uma vaguinha aqui outra ali dentro do corpo administrativo/docente da universidade. Esse não merece atenção, apenas desprezo.
Já com relação ao professor, concordo com Guru quando fala da estima que nós estudantes nutrimos por ele enquanto professor. A decepção vem justamente dos posicionamentos assumidos numa clara e débil tentativa de desviar dos assuntos em pauta (internação de aluno com intermediação clara da UFRN enquanto diversos outros alunos, professores e funcionários com problemas mais sérios nunca receberam nenhuma atenção; os abusos da segurança privada; o caso SIGAA, a privatização dos HUs; a agressão física cometida por um pró-reitor contra um sindicalista). Não entendo porque em momento algum o professor não menciona nenhum desses FATOS se atendo apenas a questões unilateriais que lembram apenas discursos retóricos próprios aos conselheiros de príncipe. Talvez, fico conjecturando, seria por não conseguir justificar o injustificável?
Escrevo esse comentário de forma melancólica e decepcionado em demasia pela situação vejatosa em que se coloca o referido professor e é importante que o senhor saiba que esses/as "marginais" com estética de presidiário/a são bem mais numerosos/as do que você imagina. A insatisfação contra o tipo de atitude tomada pela administração que o senhor representa transcende inclusive interesses políticos de seus opositores. Tenho certeza de que as pessoas que estão fazendo as reivindicações também estão atentas a isso. Aqui talvez marionete seja quem defende um cargozinho dentro de uma política administrativa tão equivocada.
Sinceramente,
Renato Maia

Anônimo disse...

Renato,

Você acusa o prof. Edmilson de assumir uma posição unilateral e ter apenas a intenção de assegurar um cargo... Agora, tire-me uma dúvida: o que você está fazendo quando aponta os acontecimentos (privatização, agressão, abusos dos seguranças...)? Assumindo que posição?
A questão que você deve fazer a si mesmo é: possuo provas substanciais que comprovem o que estou afirmando?
Será que, as acusações que estão sendo feitas não são precipitadas?
Não sei se você sabe, mas há um princípio no direito "audiatur et altera pars", ou seja, ouça também a outra parte e, para nosso alívio, vivemos num país (pelo menos tento crer nisso todos os dias) que nos possibilita a utilização desse princípio.
Assim, acredito no princípio do contraditório e da ampla defesa.
Esperemos. Amém!!!

Anônimo disse...

é incrível a ignorância do povo qto à defesa aos assuntos reclamados pelos "estudantes" (abusos da vigilância, privatização, agressões a um sindicalista, etc). Eu sugiro a vc´s que estudem mais, investiguem mais, pq vc´s não sabem nada do que estão defendendo ...

e os crimes que os estudantes cometem, pq ninguém comenta???, muitos são vândalos, que afrontam professores e funcionários, que depredam o patrimônio público (UFRN), e não tem o mínimo de respeito nem mesmo pela história da instituição. São egoístas, que querem apenas os direitos mas não ligam para os deveres, que exigem uma UFRN democratizada que nem mesmo eles sabem o que significa (pensam que podem fazer tudo o que "lhes dá na telha", pq é "democracia") ....

Vão estudar, ou devolva a vaga conquistada para os que realmente tem o desejo de estudar na UFRN.

Diga NÃO ao TERRORÍSMO!!!

Anônimo disse...

Professor, você é uma vergonha para a sociologia.