segunda-feira, 25 de março de 2013

Os resultados das pesquisas eleitorais na avaliação de César Maia

César Maia, atual vereador do DEM no Rio de Janeiro, é um analista atilado das coisas da política. Vale a pena, no mínimo, levar em conta as suas observações. Sempre parciais, é claro, mas também argutas e criativas.

Sobre as mais recentes pesquisas para as eleições presidenciais de 2014, nas quais a Presidenta Dilma está disparada na frente, ele teceu alguns comentários interessantes.

OUTRA LEITURA DAS PESQUISAS DIVULGADAS!
 César Maia


1. A inclusão do nome do Ministro Joaquim Barbosa nas pesquisas eleitorais divulgadas pelo Ibope e Datafolha mostra que o Mensalão não é um fenômeno de massas. Provavelmente porque reitera o que o eleitor acha no mundo todo: os políticos não são confiáveis. Os números do ministro Joaquim Barbosa – entre 3% e 7%-  mostram que o grande destaque que recebeu reafirma a inconfiabilidade nos políticos, mas não tem tradução política e menos eleitoral. Cresce o prestígio do STF, mas não a popularidade pessoal, eleitoral, dele. Bom para a “mosca azul” continuar voando longe do Ministro.
        
2. O Ibope, ao incluir numa mesma lista ampla, os nomes de Aécio Neves e Serra, que somados alcançaram 19%, mostra que é esse o patamar que o candidato do PSDB alcançará na pré-campanha. Numa lista ampla, Dilma cai para 53%, o que mostra que esse é o patamar de partida dela. Nessa mesma pesquisa, a avaliação ótimo+bom de Dilma alcançou 63%, portanto 10 pontos a mais que a opção de voto numa lista ampla.

3. A alta taxa de desconhecimento -fora de suas regiões- de Aécio e Campos explica o engordamento dos números de Dilma. Na medida em que crescer a taxa de conhecimento de ambos, a gordura derrete.
           
4. A vantagem da lista ampla é identificar os que nesse momento buscam um candidato para não votar em Dilma. É fácil demonstrar. Aqueles que marcam nulo/branco/não sabe, na lista ampla, são 14% e –de forma aparentemente paradoxal- crescem na lista dos 4 candidatos para 18% e numa lista de 3 ainda ficam em 17%.
        
5. Na lista de 4, para o Ibope e o Datafolha, Dilma tem os mesmos 58%. Marina 16% no Datafolha e 12% no Ibope, Aécio entre 9% e 10% e Eduardo Campos 3% no Ibope e 6% no Datafolha. Essa diferença em Campos é sinal que seu nome não é conhecido fora de sua região. Isso é fato. Em pesquisa GPP no Estado do Rio, entre 16-17/03, 77% disseram não conhecer Eduardo Campos.
        
6. Nessa pesquisa GPP no Estado do Rio, com 2 mil eleitores, Dilma fica com 59,7%, Marina+Gabeira com 14,9%, Aécio com 7,2% e Eduardo Campos 1,6%. Na pergunta se prefere votar em Lula ou Dilma, Lula tem 47,4%, Dilma 32,3% e Tanto Faz 20,3%. Um número alto para Dilma. Aécio tem 24% nos bairros de classe média na Capital.

7. Nas pesquisas trimestrais do Ibope/CNI de outubro e dezembro, o assunto Medidas Econômicas gerava memória em 18% e agora em março em 29%. Pesquisa feira após anuncio de redução de impostos na cesta básica.

Nenhum comentário: