Passamos do meio-dia do mandato presidencial. As horas mais
tranquilas da manhã foram sucedidas pela agitação do almoço e pelo calor do
início da tarde. Mas o entardecer já mostra os seus sinais. As sombras se
multiplicam, mesmo em árvores de pouca folhagem.
Balanços apressados são feitos. O dia ainda não terminou mas
as galinhas, banzas com a digestão, imaginam-se águias. E devaneiam. E
precipitam-se sobre as teclas digitando análises políticas e econômicas.
Muitos se desesperam. Até o vice-líder do PT entrou em
pânico. Quer mais pro-atividade do
governo. E os petistas, loucos por um duelo final, incitam a Presidenta a
incorporar um, deixem-me ver, Durango Kid. Não um Durango Kid qualquer, mas um
que seja amável com os seus companheiros de viagem, a base aliada. Mas Dilma
está mais para aqueles personagens encenados por Clint Eastwood. Durona, não
Durango.
Ela sabe que os pistoleiros chegarão ao entardecer. E não serão
poucos. Não tem mais a impaciência dos neófitos. Não fugirá do duelo e nem
aceitará ser substituída por Lula. Se não fugiu da luta antes, nos porões, por
que diabos o faria agora, quando as luzes das suas ações e posturas iluminarão
a rua do duelo?
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