quarta-feira, 28 de julho de 2010

A disputa para o Governo do RN: algumas especulações

Nas próximas eleições, 2.246.691 eleitores estarão aptos a votar no Rio Grande do Norte. Se você somar os eleitores de toda a Grande Natal (incluindo, além da Cidade do Natal, São Gonçalo, São José de Mipibu, Macaíba, Parnamirim, Maxaranguape e Extremoz), Mossoró, Caicó, Currais Novos, Apodi e Pau dos Ferros, todos juntos, somam 938.779 títulos eleitorais. É muito? Claro que é! Mas, veja só!, esse total significa apenas 41% do total do eleitorado do RN.

Que lições tirar desses números em relação à disputa para o Governo do Estado?

1) O eleitorado dos grandes colégios eleitorais, em tese mais autônomo em relação ao Estado e às redes de clientela, pode até votar majoritariamente na candidata do DEM, Rosalba Ciarline, mas isso não significa que, alcançando 60% dos votos nessa base eleitoral, a candidata do DEM estará eleita no primeiro turno. Não podemos esquecer que toda essa enxurrada de votos significará algo em torno de 26% do total de votos do RN. É muito, mas não garante vitória no primeiro turno.

2) Carlos Eduardo pode até alcançar um confortável segundo lugar na Grande Natal, mas, muito provavelmente, mesmo ajudado pela votação que possa alcançar em Caicó (dado que o seu vice é oriundo da capital do Seridó) dificilmente alcançará uma votação que o deixe muito na dianteira de Iberê.

3) Nessa base eleitoral (formada pelos grandes colégios eleitorais), Iberê precisa conquistar pelo menos 15% dos eleitores para se viabilizar para o segundo turno. Com a condição, claro!, que, nos pequenos municípios conquiste algo como 50% do eleitorado. É difícil, mas não é uma missão impossível.

4) A máquina do Estado e as redes de clientela são mais fortes nos pequenos municípios. Ora, é exatamente nesses municípios onde Iberê deverá centrar (já o está fazendo) todas as suas, digamos, manobras táticas.

5) Caso não ocorra um fenômeno eleitoral significativo (algo como uma “onda Carlos Eduardo”), com os dados de hoje, é razoável apostar que teremos segundo turno nas eleições para Governador no Rio Grande do Norte. E mais: que esta segunda fase terá como contendores a candidata do DEM e o candidato do PSB.

3 comentários:

Anônimo disse...

Opa Professor,

só não concordo com o fato de restringir a superioridade de Rosalba a essas regiões. Na região agreste mesmo, que parece não ter entrado em sua conta, a força dela também é sentida. É lá também que Robinson Faria desenvolve uma forte liderança.

abs.

Daniel

Flávio disse...

Caro Edmilson, A "onda Carlos Eduardo" pode sim acontecer, visto que historicamente nas eleições para a disputa do gorveno estadual os ex-prefeitos da capital conseguem um bom desempenho legitimado pelo colegio eleitoral da chamada grande Natal. Duvido muito da capacidade do atual governador, o grande fator a seu favor é o peso da máquina publica que pode mover "ceús e terras", mas Ibere nunca se elegeu com folga em seus mandatos eletivos, sempre foi "ruim de urna".
Apenas a cadidata do DEM está com folga, mas se cochilar teremos mesmo segundo turno. Aposto no crescimento de Carlos Eduardo.

Anônimo disse...

Flávio,

já acho o contrário. Iberê deve crescer ainda mais. A pesquisa do instituto Start e Vox Populi apresentam dados que permitem inferir esse potencial de crescimento do atual governador. Não esqueça também da "estrutura" que ele tem.
É preciso compreender melhor as redes formadas no interior entre estado, prefeituras e cidadãos, conforme assinalou professor Edmilson.
O negócio é que Iberê está fortemente associado a idéia de "continuidade", coisa que a população não quer. É por isso que a principal fala de Rosalba e José Agripino é que Iberê significa o terceiro mandato de Vilma. Estão se baseando nos estudos que encomendaram ao Lavareda.
As qualitativas feitas por Lavareda dizem também que a transferência de votos acontecerá entre candidatos da mesma esfera (presidente para presidente), mas não entre candidatos de esferas diferentes de disputa (presidente para estadual).
Lula não será a brastemp que o grupo de Iberê está imaginando. Rosalba também está sabendo muito bem não se opor a lula. Vão tentar colar Serra nela, mas não sei se surtirá tanto efeito assim.
Além disso, ouvi de uma pessoa que trabalha na campanha de Rosalba uma coisa que o professor Edmilson também assinalou e que parece fazer sentido. Enquanto Rosalba, José Agripino e Garibaldi criam um grupo forte e coeso aonde cada um acaba fortalecendo o outro, o grupo de Iberê é menos competitivo devido a assimetria entre Iberê, Vilma (apesar de que Vilma vem numa projeção de crescimento) e Hugo Manso. Hugo Manso não é forte politicamente e ainda cai naquele preconceito compartilhado entre as pessoas de ser "ultrapassado".
O grupo de Agripino parece ser mais profissional e mais sensível a necessidade de apresentar novos candidatos com uma nova roupagem.

abs.

daniel