No El País, uma notícia dá conta do aumento da produção de coca na Colômbia. É a tradução exata do fracasso da estratégia norte-americana de enfrentamento ao narcotráfico. Bom lembrar isso porque não poucos, dentre os articulistas da dita "grande imprensa", querem nos empurrar para o mesmo caminho desastroso trilhado pelos colombianos.
El aumento de la producción de coca en Colombia
El Plan Colombia, destinado a aumentar la seguridad y a eliminar los cultivos de droga, ha fracasado. EE UU invirtió en él seis mil millones de dólares pero el 90% de la cocaína que consumen los estadounidenses procede del país suramericano. Según la Oficina de Cuentas del Gobierno de EE UU (GAO, en sus siglas en inglés), el cultivo de coca creció un 15% entre 2000 y 2006. Son aún más alarmantes las cifras de un estudio de la ONU, que sitúan el aumento de la producción en un 27% sólo en 2007. La coca, base para la producción de cocaína, continúa financiando a los grupos paramilitares y a las FARC. Sin embargo, a pesar de las fumigaciones aéreas y de las operaciones militares colombianas contra las guerrillas, el tráfico de droga no ha disminuido. La falta de alternativas para los campesinos que cultivan coca ha provocado que trasladen sus plantaciones hacia regiones más remotas.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
Artigo de Peter Burke sobre a eleição de Barak Obama
Peter Burke dispensa apresentações. Um dos mais importantes historiadores da atualidade, escreve regularmente para o caderno MAIS, do jornal Folha de São Paulo. Seus textos, bem escritos e leves, são sempre instigantes e provocativos, sem que, para tanto, precise escorregar para agressões baratas e xingamentos, como está se tornando lugar-comum no Brasil. Reproduzo abaixo trechos de seu artigo de hoje. Trata, ninguém pode escapar do tema, da eleição de Barak Obama para presidente dos EUA.
MESTIÇO BELEZA
Na noite em que Barack Obama foi eleito, eu estava numa festa no Harlem [em Nova York]. A festa era mista sob um aspecto -os convidados eram de todas as cores-, mas uniforme sob outro: éramos todos partidários de Obama.
Quando os resultados foram anunciados, a reação de nosso anfitrião, um americano branco, de meia-idade, do Tennessee, foi: "Recebi meu país de volta!". Pela primeira vez em oito anos ele pôde sentir orgulho de ser americano. Foi libertado do peso de uma vergonha, e, nesse sentido, seu imaginário cultural, e o de pessoas como ele, foi transformado.
Por outro lado, a visão de mundo ou o imaginário cultural de americanos de pequenas cidades do interior, de cujos contingentes são recrutados muitos dos partidários de John McCain e Sarah Palin [republicanos], deve ter recebido um golpe duro com sua derrota, obrigando essas pessoas a tomar consciência do fato de que a maioria dos americanos -embora essa maioria seja relativamente pequena- não compartilha suas opiniões.
(...)
Vinte anos atrás, quando o pastor Jesse Jackson tentou pela segunda vez obter a indicação a candidato presidencial pelo Partido Democrata, algumas pessoas comentaram que "o país ainda não estava preparado" para um candidato afro-americano.
Agora, ficou claro que está. Numa cultura em que as pessoas admiram os "vencedores" e desprezam os "perdedores", a vitória de Obama tem conseqüências culturais ainda maiores do que poderia ter em outros lugares -embora a imagem vista na TV americana de quenianos comemorando a eleição de um "deles" foi um lembrete vívido do impacto global deste acontecimento.
Mesmo assim, para um observador de fora, seja ele inglês ou brasileiro, pode muito bem parecer que a eleição de Obama não teve -ou ainda não teve- as conseqüências culturais que se poderiam prever.
Desse ponto de vista, o fato significativo é que Obama não é "negro", como os norte-americano o descrevem, mas mulato. Ele tem familiares brancos, além de negros.
(...)
A posição de Obama de chefe de Estado também contesta a percepção tradicional dos EUA como sendo divididos em duas partes, uma branca e uma negra. Se sua eleição puder ajudar a dissolver essa percepção, será a maior transformação de todas no imaginário cultural dos norte-americanos.
PETER BURKE é historiador inglês, autor de "O Que É História Cultural?" (ed. Zahar). Escreve na seção "Autores", do Mais! .
Tradução de Clara Allain.
ASSINANTE UOL LÊ O TEXTO COMPLETO AQUI.
MESTIÇO BELEZA
Na noite em que Barack Obama foi eleito, eu estava numa festa no Harlem [em Nova York]. A festa era mista sob um aspecto -os convidados eram de todas as cores-, mas uniforme sob outro: éramos todos partidários de Obama.
Quando os resultados foram anunciados, a reação de nosso anfitrião, um americano branco, de meia-idade, do Tennessee, foi: "Recebi meu país de volta!". Pela primeira vez em oito anos ele pôde sentir orgulho de ser americano. Foi libertado do peso de uma vergonha, e, nesse sentido, seu imaginário cultural, e o de pessoas como ele, foi transformado.
Por outro lado, a visão de mundo ou o imaginário cultural de americanos de pequenas cidades do interior, de cujos contingentes são recrutados muitos dos partidários de John McCain e Sarah Palin [republicanos], deve ter recebido um golpe duro com sua derrota, obrigando essas pessoas a tomar consciência do fato de que a maioria dos americanos -embora essa maioria seja relativamente pequena- não compartilha suas opiniões.
(...)
Vinte anos atrás, quando o pastor Jesse Jackson tentou pela segunda vez obter a indicação a candidato presidencial pelo Partido Democrata, algumas pessoas comentaram que "o país ainda não estava preparado" para um candidato afro-americano.
Agora, ficou claro que está. Numa cultura em que as pessoas admiram os "vencedores" e desprezam os "perdedores", a vitória de Obama tem conseqüências culturais ainda maiores do que poderia ter em outros lugares -embora a imagem vista na TV americana de quenianos comemorando a eleição de um "deles" foi um lembrete vívido do impacto global deste acontecimento.
Mesmo assim, para um observador de fora, seja ele inglês ou brasileiro, pode muito bem parecer que a eleição de Obama não teve -ou ainda não teve- as conseqüências culturais que se poderiam prever.
Desse ponto de vista, o fato significativo é que Obama não é "negro", como os norte-americano o descrevem, mas mulato. Ele tem familiares brancos, além de negros.
(...)
A posição de Obama de chefe de Estado também contesta a percepção tradicional dos EUA como sendo divididos em duas partes, uma branca e uma negra. Se sua eleição puder ajudar a dissolver essa percepção, será a maior transformação de todas no imaginário cultural dos norte-americanos.
PETER BURKE é historiador inglês, autor de "O Que É História Cultural?" (ed. Zahar). Escreve na seção "Autores", do Mais! .
Tradução de Clara Allain.
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Veja no UOL matéria e vídeo sobre a vitória de Obama
Leia matéria e assista vídeo sobre a vitória de Obama no UOL. Clique aqui.
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