Com uma grande rapidez o cenário político mudou. Dilma, ao que parece, já armou o seu palanque. Vamos ver...
Leia abaixo a sempre lúcida análise do Alon Feuerwerker sobre essa arrumação.
Munição de anúncios para a candidata
Alon Feuerwerker
O quadro para 2010 está desenhado. Dilma Rousseff (PT) vai de uma megacoalizão, que lhe garante o dobro de tempo de rádio e TV do principal adversário, em teoria o nome que o PSDB indicar. Correndo por fora, Marina Silva (PV) terá de menos o que Dilma tem demais. Veremos como a ex-ministra do Meio Ambiente se vira com a escassez.
Há conversas aqui e ali sobre a relativização do tempo de TV e rádio, por causa da expansão do acesso à internet. O exemplo sempre citado é a eleição de Barack Obama. O paralelo é duvidoso. O Brasil tem bem menos população conectada do que os Estados Unidos, proporcionalmente. E dizer que a internet decidiu a eleição americana é, de cara, um exagero.
Barack Obama deixou os republicanos na poeira em arrecadação de recursos de campanha, o que lhe permitiu promover um massacre televisivo, com as inserções publicitárias. Elas são essenciais, para o ataque e a defesa. Com o dobro de anúncios, Dilma pode se dar ao luxo de falar de si e também desgastar os adversários. Tudo com sobras.
Quando se analisam os tempos de rádio e TV, o mais comum é comparar os horários dos programas, na hora do almoço e à noite. Mas as inserções são tão ou mais importantes. Nos programas, o espectador pode desligar e sair para fazer outra coisa. Já com os anúncios é diferente. Ninguém desliga a TV ou o rádio por causa de publicidade curtinha: espera acabar.
Esqueça a conversa bonita. O que o PT quer do PMDB é o tempo de televisão. E o governo Lula tem meios para se impor na convenção nacional do partido aliado, ainda que seções importantes estejam descontentes com a aliança. Risco? Só se Dilma chegar a meados do ano que vem como uma candidata inviável. Coisa pouquíssimo provável.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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