Hoje bem cedo, ouvindo a CBN enquanto preparava o café da manhã, fui informado de que, em Minas Gerais, um advogado obteve liminar garantindo-lhe o "direito" de não se submeter ao bafômetro. Nos sites e blogues da chamada "nova direita" (falo depois sobre a dita cuja!), no geral, há uma histeria contra a nova lei e a atuação policial contra os que dirigem após ingerir bebidas alcoolicas. Tudo em nome das "liberdades individuais". Seria cômico, não fosse trágico. Reproduz-se, agora, o mesmo discurso do plebiscito sobre as armas. Em um páis no qual uma das músicas de sucesso, já há algum tempo, é "beber, cair e levantar" e onde o número de mortes ligadas aos acidentes de trânsito, a nova lei seca faz parte de nosso processo civilizacional. Deve ser defendida como uma medida a favor da vida. Aproveito para reproduzir, abaixo, parte de artigo do Dr. Dráuzio Varella, publicado no jornal Folha de São Paulo do dia 19.
DRAUZIO VARELLA
Lei seca no trânsito
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Tem cabimento ingerir uma droga que altera os reflexos e sair por aí pilotando uma máquina?
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GOSTO DE BEBER, e confesso sem o menor sentimento de culpa. Álcool, de vez em quando, em quantidade pequena, dá prazer sem fazer mal à maioria das pessoas. Aos sábados e domingos, quando estou de folga, tomo uma cachaça antes do almoço, hábito adquirido com os carcereiros da antiga Casa de Detenção. Difícil é escolher a marca, o Brasil produz variedade incrível. Tomo uma, ocasionalmente duas, jamais a terceira. Essa é a vantagem em relação às bebidas adocicadas que você bebe feito refresco, sem se dar conta das conseqüências. Cachaça impõe respeito, o usuário sabe com quem está lidando: exagerou, é vexame na certa.
Cerveja, tomo de vez em quando. O primeiro gole é um bálsamo para o espírito; no calor, depois de um dia de trabalho e horas no trânsito, transporta o cidadão do inferno para o paraíso. O gole seguinte já não é igual, infelizmente. A segunda latinha decepciona, deixa até um resíduo amargo; a terceira encharca.
Uísque e vodca, só tenho em casa para oferecer às visitas.
De vinho eu gosto, mas tomo pouco, porque pesa no estômago. Além disso, meu paladar primitivo não permite reconhecer notas de baunilha ou sabores trufados; não tenho idéia do que seja uma trava sutil de tanino, nem o aroma de cassis pisado, nem o frescor de framboesas do campo. Em meu embotamento olfato-gustativo, faço coro com os que admitem apenas três comentários diante de um copo de vinho: é bom, é ruim, e bebe e não enche o saco.
Feita essa premissa, quero deixar claro ser a favor da chamada lei seca no trânsito.
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