quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ainda sobre pesquisas eleitorais

Mais vez, e, sinceramente, esperando não estar abusando da paciência de vocês, reproduzo mais abaixo trechos de um análise feita po César Maia, em seu ex-blog, sobre o significado, neste momento das campanhas para vereadores e prefeitos, dos resultados das pesquisas eleitorais. Essas observações são particularmente importantes para quem acompanha a disputa em cidades como Belo Horizonte (MG) e Natal (RN).

QUANDO E POR QUE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES NADA TEM A VER COM AS PESQUISAS DE INÍCIO DAS CAMPANHAS!

1. Os períodos anteriores às campanhas eleitorais vão informando ao eleitor sobre os políticos, suas posições e posturas, sobre os governos, as conjunturas que se sucedem... Especialmente nas pré-campanhas isso ocorre com intensidade. Por isso Paul Lazarsfeld dizia que era como uma foto (daquele tempo): impregnava a imagem no celulóide para ser revelada em campanha. Nos EUA a pré-campanha -as Primárias- é uma verdadeira eleição desde um ano antes das eleições. Nos regimes parlamentares -quase sempre binários- com os chefes de governo -atual e potencial de oposição- conhecidos, todo dia é dia de campanha, pois -teoricamente- os governos podem cair a qualquer momento e as eleições serem chamadas em 45 dias.

2. No Brasil além de nada disso ocorrer, ainda há uma legislação eleitoral que proíbe a pré-campanha e a reprime drasticamente com risco de inelegibilidade. Com isso, o eleitor chega ao processo eleitoral, 90 dias antes das eleições, com baixa informação. As exceções existem quando os candidatos são os que já foram governantes ou são para eleição. Exemplo: 2000 no Rio quando os candidatos eram um ex-governador, a vice-governadora, um ex-prefeito e o prefeito. Ou seja: o eleitor estava informado. Esse ano em SP da mesma forma. Os candidatos são um ex-governador/ex-prefeito, uma ex-prefeita, um ex-governador e o prefeito. O eleitor tem todas as informações sobre os atores políticos.

3. Mas quando isso não ocorre o eleitor entra em campanha muito mais desinformado do que deveria estar. Claro, pela ausência de pré-campanha, mas também porque a cobertura política é basicamente a cobertura dos governos. Sobre esses sim há informações. Os que já foram recentemente candidatos majoritários -a governador, prefeito e senador- têm seus nomes mais lembrados e em pesquisas antes da entrada da TV aparecem mais (o eleitor só entra em campo para valer uns 10 dias depois da TV)."

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