segunda-feira, 23 de maio de 2011

Acácio e o CCHLA

O Conselheiro Acácio, impagável criação de Eça de Queiroz em O Primo Basílio, com os seus chavões e frases de efeitos duvidosos, pode nos salvar em muitos momentos. Como, por exemplo, nos embates eleitorais.

Lembrei-me do personagem quando recebi, a respeito de post sobre as eleições do CCHLA, um comentário do Daniel, que me honra sempre com a sua visita neste espaço. Leia antes o comentário, depois a resposta.

Caro Prof Edmilson,

há uma clara contradição em sua argumentação. O Sr criticou a paridade por entender que o professor apresenta maior nível de imersão e aproximação com relação aos desafios da universidade.
O Sr, inclusive, mencionou que um projeto acadêmico, na condição específica que uma organização como a universidade apresenta, difere de um projeto burocrático, conforme texto seu anteriormente publicado no seu blog.
Agora, gerando um certo antagonismo com o que defendeste no passado, você fala no poder de escolha dos "trabalhadores" da academia.
Num primeiro momento é o (correto) cuidado com a separação entre as escolhas numa democracia em uma perspectiva mais ampla com as disputas de uma org. como é a universidade. Na outra afirma que todos podem administrar o Centro. Então, a eleição, nessa sua nova perspectiva, deveria aceitar chapa, inclusive, de alunos e funcionários.
Penso que o texto apresenta críticas positivas. No entanto, cai na mesma confusão de defender a suposta "democracia" que foi levantada por aqueles que se apresentaram como "democráticos" quando argumentaram em favor da paridade.
A mobilização política do conceito de "homem cordial" produzida pelo Sr poderia, perfeitamente, ser utilizada para criticar seus textos anteriores.
O raciocínio não se encaixa.

abs

Daniel

MINHA RESPOSTA

Voltando ao Conselheiro, responderia que "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa". Não confundamos alhos com bugalhos! Não mudo uma vírgula do que escrevi a respeito do peso do voto. Aquela era uma discussão sobre RESPONSABILIDADE, FUNÇÃO E PESO DO VOTO, não sobre COMPETÊNCIA. Penso que as justificativas sobre o peso diferenciado do voto, em uma universidade, não devem se assentar pressuposições de competência, mas em critérios abertos à interpelação a partir de referentes objetivos, como o são RESPONSABILIDADE e FUNÇÃO.

Confundir as duas coisas é desrespeitar os funcionários e estudantes, deixemos isso claro. Muito embora gente irresponsável tenha feito essa mistura, com o fito de açular ressentimentos, o que eu escrevi ou falei não autoriza em nada essas construções.

Não fiz uso da "ideologia da competência" para desqualificar atores em um processo político. Mas é o que andam a fazer para desqualificar Herculano. Tá, faz parte do jogo. Mas, não é coisa muito coerente de ser feita por quem, ontem, criticava o HOMO LATTES. Foi isso, em suma, o que eu quis chamar a atenção.

É isso... E não se abespinhe e nem deixe de vir aqui.


2 comentários:

Anônimo disse...

Legal o debate.

abs.

daniel

Anônimo disse...

Caro Edmilson,

o debate aquece os nossos corações, motiva a ler e a escrever... coisas boas.
Os meninos escreveram um bom texto lá na carta potiguar. Acho que se posicionaram com maior clareza do que eu sobre essa história dos "elitistas culturais" de um lado e os que, agora, apresentam uma suposta falta de uma carreira acadêmica como virtude. E para completar... falam em luta de classes, democracia e até fazem referÊncia a Lula para relacioná-lo a um determinado candidato e a FHC para se referir a outro, rs.
Na luta política as pessoas disputam com os argumentos que acham conveniente. Legítimo.
Agora... os demais podem e devem também questioná-los.

Abs.

Daniel

Segue o link.

http://www.cartapotiguar.com.br/?p=8508