Mais um posicionamento sobre o caso envolvendo o Professor Vanildo.
Caros Colegas,
Estava em viagem e por isso, somente agora, me associo `as manifestaçõesde solidariedade ao Prof. Vanildo. Aproveito para tecer algumasconsiderações sobre o caso (se algumas das medidas sugeridas já foramtomadas, peço desculpas pela redundância):
1) Penso que devemos entender o justo direito da família do estudante emprocurar a justiça (quem não faria o mesmo em caso semelhante?) e não tornar este caso uma simples questão professor versus família da vítima.Isto desvia o debate da real questão em pauta que, a meu ver,está nascondições objetivas que impossibilitam o docente de acompanhar/fiscalizar/inúmeros jovens simultâneamente em aulas deste tipo.
2) A Instituição (UFRN) deveria se pronunciar publicamente sobre o fato,assumindo a responsabilidade moral e esclarecendo a Sociedade sobre ascondições limitantes que possui o docente, e aos alunos sobre suasresponsabilidades pessoais face aos riscos envolvidos, evitando a execração pública do Professor.
3) A UFRN deveria assumir os eventuais danos financeiros estabelecidospela justiça. Na impossibilidade legal de fazê-lo, que a ADURN o faça. Se isto também for inviável, que nós colegas elaboremos uma lista decolaborações que arrecade o montante exigido.
4) Para resumir: Evitemos transformar este triste episódio em uma questão que pareça corporativa (tipo simples apoio de colegas) o que poderia nos colocar contra parcelas significativas da Sociedade. Não demonizemos a família do aluno, já atingida pela tragédia, ou permitamos que recaia nono professor uma responsabilidade que ele não tem condições objetivas defazer cumprir. Vamos esclarecer a Sociedade sobre todos os aspectos da questão (que tal uma nota na coluna jornalística da ADURN?) e contribuircoletivamente para compensar o dano financeiro( que espero não haja) do colega Vanildo.
Ananias
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Direção da ADURN em defesa do Professor Vanildo
A diretoria da ADURN, à frente o seu presidente, Professor Bosco Araújo, tem atuado com muita firmeza na defesa do Professor Vanildo. A entidade, dessa forma, cumpre com a sua tarefa fundamental: defender a Universidade e o seu corpo docente.
O Professor Elias Nunes sai em defesa do Professor Vanildo
Leia abaixo a carta do Professor Elias Nunes, docente do Departamento de Geografia da UFRN e atual secretário de educação do município de Natal.
JULGAMENTO PROF. VANILDO-GEOLOGIA
Caros colegas da UFRN,
Estou muito chocado com o que está acontecendo com o nosso colega Prof. Dr.VANILDO PEREIRA DA FONSECA do Departamento de Geologia (veja matéria no Diário de Natal de 08.11.2009). Que devido a um acidente ocorrido no dia 07.07.2006 com um aluno do curso de geologia em uma aula prática de campo,onde o mesmo veio a falecer, o nosso colega Vanildo, irá a julgamento nopróximo dia 17 as 14:00 no Fórum Público, como réu, responsável por umacidente que ele não teve culpa, pois o que ocorreu foi uma fatalidade, umacidente que poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Fico a pensarse tivesse acontecido comigo, pois também dou aula prática de campo,parando o ônibus nas margens das estradas, atravessando de um lado para ooutro da rodovia, correndo risco de acidente. São viagens de dois, três oumais dias, descrevendo perfis de solos, afloramentos de rochas e relevos,canais e cursos de rios, vegetação e uso da terra, para alunos do cursodegeografia em busca de um melhor aprendizado e vivencia com a ciência.
Não podemos nos omitir em dar apoio e solidariedade ao colega Vanildo. Daqui a pouco não podemos mais dar aula prática de campo, ou mesmo delaboratório, pois um acidente pode ser fatal e podemos virar réus. VAMOS TODOS no dia 17 a partir das 13 horas, fazer uma grande manifestaçãopacífica e culta de solidariedade em frente ao Forúm. Somos mais de 2.000professores da UFRN e não devemos ficar omissos. E você colega, o que vaifazer? Eu estou fazendo a minha parte, estou repassando este e-mail para você. Repasse você também para outros colegas da universidade.
Um grande abraço,
Prof. Dr. Elias NunesDepartamento de Geografia/UFRN
Secretaria Municipal de Educação/NATAL
JULGAMENTO PROF. VANILDO-GEOLOGIA
Caros colegas da UFRN,
Estou muito chocado com o que está acontecendo com o nosso colega Prof. Dr.VANILDO PEREIRA DA FONSECA do Departamento de Geologia (veja matéria no Diário de Natal de 08.11.2009). Que devido a um acidente ocorrido no dia 07.07.2006 com um aluno do curso de geologia em uma aula prática de campo,onde o mesmo veio a falecer, o nosso colega Vanildo, irá a julgamento nopróximo dia 17 as 14:00 no Fórum Público, como réu, responsável por umacidente que ele não teve culpa, pois o que ocorreu foi uma fatalidade, umacidente que poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Fico a pensarse tivesse acontecido comigo, pois também dou aula prática de campo,parando o ônibus nas margens das estradas, atravessando de um lado para ooutro da rodovia, correndo risco de acidente. São viagens de dois, três oumais dias, descrevendo perfis de solos, afloramentos de rochas e relevos,canais e cursos de rios, vegetação e uso da terra, para alunos do cursodegeografia em busca de um melhor aprendizado e vivencia com a ciência.
Não podemos nos omitir em dar apoio e solidariedade ao colega Vanildo. Daqui a pouco não podemos mais dar aula prática de campo, ou mesmo delaboratório, pois um acidente pode ser fatal e podemos virar réus. VAMOS TODOS no dia 17 a partir das 13 horas, fazer uma grande manifestaçãopacífica e culta de solidariedade em frente ao Forúm. Somos mais de 2.000professores da UFRN e não devemos ficar omissos. E você colega, o que vaifazer? Eu estou fazendo a minha parte, estou repassando este e-mail para você. Repasse você também para outros colegas da universidade.
Um grande abraço,
Prof. Dr. Elias NunesDepartamento de Geografia/UFRN
Secretaria Municipal de Educação/NATAL
A Universidade em cheque no julgamento do Professor Vanildo
Um aluno, que descumpriu as regras da viagem de campo, é morto acidentalmente. O professor passa a ser responsabilizado criminalmente pela morte. Uma trama kafkiana que está se desenrolado na UFRN, com um professor do Departamento de Geologia. O medo tomou conta da instituição. Ninguém mais se dispõe a realizar aulas fora da sala. Caso o Professor Vanildo venha a ser condenado, a conseqüência é comprometimento da formação acadêmica em áreas tão diversas quanto a geografia, a geologia, a biologia e até a medicina.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
A marca de Bachelet
O legado de Michelle Bachelet
Alexei Barrionuevo
De Santiago (Chile)
No começo, quebrar a barreira do gênero não foi muito suave para Michelle Bachelet. Em 2006, ela havia acabado de atrair atenção mundial, tornando-se a primeira mulher a ser eleita presidente deste país profundamente conservador. E havia feito isso sozinha, sem os maridos famosos que haviam impulsionado outras mulheres presidentes na América Latina.
Porém, um mês após assumir o cargo, Bachelet enfrentou enormes manifestações estudantis por todo o país. Em seguida, seu apoio decaiu ainda mais quando um novo sistema de transporte público se tornou caótico, levando críticos a retratá-la como um ônibus municipal indo em direção de um penhasco. "Havia essa impressão de que ela não estava no controle", disse Marta Lagos, diretora da Market Opinion Research International, empresa de pesquisa do Chile.
(...)
Bachelet está entre os poucos líderes latino-americanos, incluindo o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cujo gerenciamento da crise fortaleceu sua popularidade. Tanto o Brasil quanto o Chile estão emergindo da recessão, e o governo chileno afirma que sua economia crescerá 5% no próximo ano.
Bachelet, agnóstica confessa e mãe solteira de três filhos em um país que legalizou o divórcio há apenas cinco anos, rompeu o molde dos políticos chilenos tradicionais nesta fortaleza romana católica. No começo, segundo ela, a elite política tentou retratá-la como fraca e desrespeitosa em relação ao cargo de presidente.
"Foi um desafio importante nos primeiros anos", disse Bachelet, de 58 anos, em recente entrevista, apontando a forma pela qual outras mulheres poderosas a encorajaram a se fortalecer e "gritar e insultar" para ser respeitada. "Eu me arrisquei", ela acrescentou, "a exercitar a liderança sem perder minha natureza feminina".
(...)
Seu estilo não-ortodoxo deixou uma marca na cultura política do país, segundo analistas. Durante pronunciamento à nação em maio, ela brincou sobre perder um sapato ao chutar uma bola de futebol na inauguração de um estádio, dizendo que o investimento em quatro novos estádios incluiria dinheiro para "o sapato voador". Na recente entrevista, ela brincou que seu plano de igualdade de gêneros para o gabinete tinha a intenção de assegurar que todos tivessem um parceiro de dança.
Esse ar pessoal também inspirou críticas, por exemplo, quando ela foi fotografada dando um mergulho matinal no mar no Brasil, durante uma conferência de líderes regionais no ano passado, ou quando recebeu artistas populares como Bono e Shakira.
"Ela fez coisas que não eram consideradas presidenciáveis aos olhos da instituição chilena", disse a Sra. Lagos, pesquisadora. "É muito difícil voltar atrás. Ela levou a presidência a um nível mais próximo do povo".
Tradução: Gabriela d'Avila
ASSINANTE UOL LÊ A MATÉRIA COMPLETA AQUI.
Alexei Barrionuevo
De Santiago (Chile)
No começo, quebrar a barreira do gênero não foi muito suave para Michelle Bachelet. Em 2006, ela havia acabado de atrair atenção mundial, tornando-se a primeira mulher a ser eleita presidente deste país profundamente conservador. E havia feito isso sozinha, sem os maridos famosos que haviam impulsionado outras mulheres presidentes na América Latina.
Porém, um mês após assumir o cargo, Bachelet enfrentou enormes manifestações estudantis por todo o país. Em seguida, seu apoio decaiu ainda mais quando um novo sistema de transporte público se tornou caótico, levando críticos a retratá-la como um ônibus municipal indo em direção de um penhasco. "Havia essa impressão de que ela não estava no controle", disse Marta Lagos, diretora da Market Opinion Research International, empresa de pesquisa do Chile.
(...)
Bachelet está entre os poucos líderes latino-americanos, incluindo o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cujo gerenciamento da crise fortaleceu sua popularidade. Tanto o Brasil quanto o Chile estão emergindo da recessão, e o governo chileno afirma que sua economia crescerá 5% no próximo ano.
Bachelet, agnóstica confessa e mãe solteira de três filhos em um país que legalizou o divórcio há apenas cinco anos, rompeu o molde dos políticos chilenos tradicionais nesta fortaleza romana católica. No começo, segundo ela, a elite política tentou retratá-la como fraca e desrespeitosa em relação ao cargo de presidente.
"Foi um desafio importante nos primeiros anos", disse Bachelet, de 58 anos, em recente entrevista, apontando a forma pela qual outras mulheres poderosas a encorajaram a se fortalecer e "gritar e insultar" para ser respeitada. "Eu me arrisquei", ela acrescentou, "a exercitar a liderança sem perder minha natureza feminina".
(...)
Seu estilo não-ortodoxo deixou uma marca na cultura política do país, segundo analistas. Durante pronunciamento à nação em maio, ela brincou sobre perder um sapato ao chutar uma bola de futebol na inauguração de um estádio, dizendo que o investimento em quatro novos estádios incluiria dinheiro para "o sapato voador". Na recente entrevista, ela brincou que seu plano de igualdade de gêneros para o gabinete tinha a intenção de assegurar que todos tivessem um parceiro de dança.
Esse ar pessoal também inspirou críticas, por exemplo, quando ela foi fotografada dando um mergulho matinal no mar no Brasil, durante uma conferência de líderes regionais no ano passado, ou quando recebeu artistas populares como Bono e Shakira.
"Ela fez coisas que não eram consideradas presidenciáveis aos olhos da instituição chilena", disse a Sra. Lagos, pesquisadora. "É muito difícil voltar atrás. Ela levou a presidência a um nível mais próximo do povo".
Tradução: Gabriela d'Avila
ASSINANTE UOL LÊ A MATÉRIA COMPLETA AQUI.
Para relembrar: alguns dados sobre as eleições presidenciais de 1989.
Há vinte anos, direto do túnel do tempo.
Eu morava em Porto Alegre, até hoje o meu sonho feliz de cidade, e a capital gaucha respirava política. No Brique da Redenção, nas manhãs de domingo, todas as tribos se encontravam. E a mítica (e, parece-me, agora desaparecida) militância petista local também. Panfletagens e bandeiraços. Gente bonita. Esperança no ar. E isso em plena estagnação econômica e uma inflação que qualquer pessoa com menos de vinte anos não tem a menor idéia do que significa na vida cotidiana. Pois bem, deixemos de coisa e vamos ao central: transcrevo abaixo nota publicada no Ex-Blog do César Maia com algumas informações sobre as primeiras eleições livres e diretas após o fim do regime militar. Confira! Acho que podemos aprender alguma coisa e tirar algumas lições para analisar a disputa de 2010.
COMENTÁRIOS SOBRE AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1989!
César Maia
1. O folclore pós-eleitoral atribuiu ao marketing dos programas eleitorais de Collor importância na sua vitória. Mas a verdade é outra: Collor abriu a campanha com 45% das intenções de voto e fechou o primeiro turno com 28% e mais uma semana cairia ainda mais.
2. Lula abriu com 8% e Brizola com 16%. Brizola manteve-se estacionário nestes 16% e Lula subiu para 16% vencendo Brizola por margem estreita.
3. Os setores empresariais oscilaram entre os candidatos. Inicialmente apoiando a Afif Domingues, depois a Collor(erro do César Maia. Onde lê-se Collor, leia-se Covas...) e só já perto da campanha, aderindo a Collor.
4. No segundo escalão veio Covas com 11% e Maluf com 8%, Afif e Ulysses com 4%. Ulysses e Aureliano,(0,83%), tinham 70% dos deputados e senadores e mais da metade do tempo de TV.
5. Silvio Santos, aproveitando uma brecha na legislação, apresentou sua candidatura pelo PMB 40 dias antes da eleição, e disparou na frente nas primeiras pesquisas. Os advogados de Collor recorreram e o presidente do TSE deu a liminar. Esse-após a eleição- renunciou a condição de ministro do STF e foi ser ministro de Collor. Em seguida foi designado para a Corte de Haia.
6. A pasta que Collor levou para o debate e a citação a um aparelho " Três em Um" ,(TV,Rádio e Som), que Lula teria na sala do apartamento em Brasília, (segundo o oficial que trabalhou na segurança de Collor disse depois reservadamente e ainda não se dispõe a abrir a informação), seria a comprovação que Lula havia sido fotografado naquele período e que as fotos poderiam criar constrangimento para ele. Por isso a tensão.
7. Collor venceu no segundo turno por 50% a 44% e diferença de 4 milhões de votos. No segundo turno votaram menos 4 milhões de eleitores.
Eu morava em Porto Alegre, até hoje o meu sonho feliz de cidade, e a capital gaucha respirava política. No Brique da Redenção, nas manhãs de domingo, todas as tribos se encontravam. E a mítica (e, parece-me, agora desaparecida) militância petista local também. Panfletagens e bandeiraços. Gente bonita. Esperança no ar. E isso em plena estagnação econômica e uma inflação que qualquer pessoa com menos de vinte anos não tem a menor idéia do que significa na vida cotidiana. Pois bem, deixemos de coisa e vamos ao central: transcrevo abaixo nota publicada no Ex-Blog do César Maia com algumas informações sobre as primeiras eleições livres e diretas após o fim do regime militar. Confira! Acho que podemos aprender alguma coisa e tirar algumas lições para analisar a disputa de 2010.
COMENTÁRIOS SOBRE AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1989!
César Maia
1. O folclore pós-eleitoral atribuiu ao marketing dos programas eleitorais de Collor importância na sua vitória. Mas a verdade é outra: Collor abriu a campanha com 45% das intenções de voto e fechou o primeiro turno com 28% e mais uma semana cairia ainda mais.
2. Lula abriu com 8% e Brizola com 16%. Brizola manteve-se estacionário nestes 16% e Lula subiu para 16% vencendo Brizola por margem estreita.
3. Os setores empresariais oscilaram entre os candidatos. Inicialmente apoiando a Afif Domingues, depois a Collor(erro do César Maia. Onde lê-se Collor, leia-se Covas...) e só já perto da campanha, aderindo a Collor.
4. No segundo escalão veio Covas com 11% e Maluf com 8%, Afif e Ulysses com 4%. Ulysses e Aureliano,(0,83%), tinham 70% dos deputados e senadores e mais da metade do tempo de TV.
5. Silvio Santos, aproveitando uma brecha na legislação, apresentou sua candidatura pelo PMB 40 dias antes da eleição, e disparou na frente nas primeiras pesquisas. Os advogados de Collor recorreram e o presidente do TSE deu a liminar. Esse-após a eleição- renunciou a condição de ministro do STF e foi ser ministro de Collor. Em seguida foi designado para a Corte de Haia.
6. A pasta que Collor levou para o debate e a citação a um aparelho " Três em Um" ,(TV,Rádio e Som), que Lula teria na sala do apartamento em Brasília, (segundo o oficial que trabalhou na segurança de Collor disse depois reservadamente e ainda não se dispõe a abrir a informação), seria a comprovação que Lula havia sido fotografado naquele período e que as fotos poderiam criar constrangimento para ele. Por isso a tensão.
7. Collor venceu no segundo turno por 50% a 44% e diferença de 4 milhões de votos. No segundo turno votaram menos 4 milhões de eleitores.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A sucessão na UFRN: notas introdutórias I
Apenas no início de 2011, portanto após as eleições presidenciais, teremos a escolha do(a) novo(a) reitor(a) da UFRN. Nos corredores e salas de professores, entretanto, fala-se mais da eleição interna do que daquela para presidente. É compreensível, não? Afinal de contas, quem trabalha na Universidade, via de regra, vive e respira a sua atmosfera. E, para esses e essas, a direção da instituição é fundamental em muitos momentos da vida cotidiana. Por isso, aponto, nas notas introdutórias abaixo, algumas observações sobre o que vai (ou deveria estar) em jogo em tal processo sucessório.
1. Ivonildo Rego e Lula: algumas semelhanças.
A popularidade do Presidente Lula, registrada por sucessivas pesquisas, indica-nos, goste-se ou não do fato, que para a esmagadora maioria dos brasileiros o petista é o melhor presidente que já tivemos. Coisa parecida ocorre na UFRN. Ivonildo Rego, dizem não as pesquisas, mas todos os interlocutores, é o melhor Reitor que a instituição já teve. Ocupando o posto pela terceira vez, nesta atual passagem, cujo segundo mandato caminha para o término, Ivonildo se aproveitou, como poucos, dos ventos favoráveis da política para o ensino superior do Governo Lula. O seu mandato levou a UFRN a mudar de cara. E não apenas fisicamente. A ampliação da infra-estrutura física e do aumento do número de vagas ocorreu concomitante a uma elevação da exelência acadêmica e o fortalecimento dos grupos de pesquisa no interior da instituição. A pós-graduação, conduzida com competência e habilidade pela Professora Edna, pró-reitora da área, deu inegável salto de qualidade. Prova disso é a boa posição alcançada pelos cursos da instituição nas avaliações feitas pela CAPES. Mas muito mais pode ser contabilizado. A começar pela produtiva e enriquecedora parceria cultivada com o cientista Miguel Nicolelis.
2. Qual a face da continuidade da gestão de Ivonildo?
Ivonildo Rego, como Lula, não poderá mais se candidatar. Fora do processo eleitoral, mas, certamente, muito presente no jogo sucessório interno, Ivonildo Rego não tem, como Lula, uma cara a quem possa transmitir a sua herança administrativa. Especulações existem. Muitas, por sinal. Mas daí a ter um nome profundamente identificado (e, mais que isso, patrocinado) pelo Reitor, ah!, isso não existe mesmo. E essa situação, sabemos de antanho, abre uma larga avenida para que projetos que se manteriam no armário, saiam a campo, buscando algum lugar ao sol. Nada mais legítimo, diga-se de passagem. Mas, e essa é a indagação que devemos fazer, isso é bom e positivo para a instituição? Há um legado da atual administração da UFRN que pode (e, diria mais, deve) ser preservado e ampliado. Se há mais bônus do que ônus em assumir a defesa da continuidade da atual gestão, isso não significa que essa candidatura (ainda inexistente) possa tudo. Não existem espaços vazios em política, dizem-nos os sábios acacianos. O que isso significa? Que logo, logo, alguém pode se apresentar na praça, com um discurso meio ensaboado, dizendo-se ser continuador, mesmo que, na prática, seja oposição (nem sempre franca) à atual gestão.
3. O Pós-Ivonildo.
Hum! O discurso em defesa de uma gestão pós-Ivonildo é uma cópia mal-feita, mas que tem seus arautos, do pega-moleque tucano do pós-Lula. Me engana que eu gosto! É uma tentativa de passar ao largo das mudanças estruturais produzidas e potencializadas pela atual gestão. Diante de muitas delas, não tem prá onde se correr, ou se é contra ou a favor. Ou se tem compromisso efetivo com a sua continuidade, ou não. É o caso do Bacharelado em Tecnologia, por exemplo. Essa pequena revolução corajosamente levada adiante pela atual gestão precisa ser firmemente defendida e reproduzida em outros ambientes (penso, por exemplo, em um Bacharelado em Humanidades e outro em Saúde). Tem gente que, na planície, faz reticências à iniciativa, mas, lá na direção, fará apenas isso? Podemos ter retrocessos, sim. Então, como diria a minha amiga Luciana Chianca: "muito cuidado, nessa hora..".
Continuarei...
Temas para as próximas postagens:
A sustentabilidade do REUNI na UFRN
O compromisso social da UFRN
Os dilemas da inclusão social
A excelência acadêmica e a inclusão: não há contradição.
1. Ivonildo Rego e Lula: algumas semelhanças.
A popularidade do Presidente Lula, registrada por sucessivas pesquisas, indica-nos, goste-se ou não do fato, que para a esmagadora maioria dos brasileiros o petista é o melhor presidente que já tivemos. Coisa parecida ocorre na UFRN. Ivonildo Rego, dizem não as pesquisas, mas todos os interlocutores, é o melhor Reitor que a instituição já teve. Ocupando o posto pela terceira vez, nesta atual passagem, cujo segundo mandato caminha para o término, Ivonildo se aproveitou, como poucos, dos ventos favoráveis da política para o ensino superior do Governo Lula. O seu mandato levou a UFRN a mudar de cara. E não apenas fisicamente. A ampliação da infra-estrutura física e do aumento do número de vagas ocorreu concomitante a uma elevação da exelência acadêmica e o fortalecimento dos grupos de pesquisa no interior da instituição. A pós-graduação, conduzida com competência e habilidade pela Professora Edna, pró-reitora da área, deu inegável salto de qualidade. Prova disso é a boa posição alcançada pelos cursos da instituição nas avaliações feitas pela CAPES. Mas muito mais pode ser contabilizado. A começar pela produtiva e enriquecedora parceria cultivada com o cientista Miguel Nicolelis.
2. Qual a face da continuidade da gestão de Ivonildo?
Ivonildo Rego, como Lula, não poderá mais se candidatar. Fora do processo eleitoral, mas, certamente, muito presente no jogo sucessório interno, Ivonildo Rego não tem, como Lula, uma cara a quem possa transmitir a sua herança administrativa. Especulações existem. Muitas, por sinal. Mas daí a ter um nome profundamente identificado (e, mais que isso, patrocinado) pelo Reitor, ah!, isso não existe mesmo. E essa situação, sabemos de antanho, abre uma larga avenida para que projetos que se manteriam no armário, saiam a campo, buscando algum lugar ao sol. Nada mais legítimo, diga-se de passagem. Mas, e essa é a indagação que devemos fazer, isso é bom e positivo para a instituição? Há um legado da atual administração da UFRN que pode (e, diria mais, deve) ser preservado e ampliado. Se há mais bônus do que ônus em assumir a defesa da continuidade da atual gestão, isso não significa que essa candidatura (ainda inexistente) possa tudo. Não existem espaços vazios em política, dizem-nos os sábios acacianos. O que isso significa? Que logo, logo, alguém pode se apresentar na praça, com um discurso meio ensaboado, dizendo-se ser continuador, mesmo que, na prática, seja oposição (nem sempre franca) à atual gestão.
3. O Pós-Ivonildo.
Hum! O discurso em defesa de uma gestão pós-Ivonildo é uma cópia mal-feita, mas que tem seus arautos, do pega-moleque tucano do pós-Lula. Me engana que eu gosto! É uma tentativa de passar ao largo das mudanças estruturais produzidas e potencializadas pela atual gestão. Diante de muitas delas, não tem prá onde se correr, ou se é contra ou a favor. Ou se tem compromisso efetivo com a sua continuidade, ou não. É o caso do Bacharelado em Tecnologia, por exemplo. Essa pequena revolução corajosamente levada adiante pela atual gestão precisa ser firmemente defendida e reproduzida em outros ambientes (penso, por exemplo, em um Bacharelado em Humanidades e outro em Saúde). Tem gente que, na planície, faz reticências à iniciativa, mas, lá na direção, fará apenas isso? Podemos ter retrocessos, sim. Então, como diria a minha amiga Luciana Chianca: "muito cuidado, nessa hora..".
Continuarei...
Temas para as próximas postagens:
A sustentabilidade do REUNI na UFRN
O compromisso social da UFRN
Os dilemas da inclusão social
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