Tratamento, digamos, indelicado com os visitantes dos países tidos como exportadores de imigrantes ilegais, o Brasil dentre eles, é apenas a ponta do iceberg de algo maior e mais tenebroso: o monstro da xenofobia e do racismo crescente na Europa. Eliane Catanhêde, na sua coluna de hoje no jornal Folha de São Paulo, toca o dedo na ferido.
Xenofobia
BRASÍLIA - Um espectro ronda a Europa e todo o mundo desenvolvido: o do "nacionalismo", sob as formas do protecionismo econômico, que limita as transações comerciais e alimenta a crise, e da xenofobia, que, além de todos os seus aspectos subjetivos, carrega um muito objetivo -não salva nem a pele nem o emprego de ninguém.
(...)
O mundo ficou chocado com movimentos de trabalhadores do Reino Unido contra "concorrentes" portugueses e italianos, mas a própria Itália e a Espanha votam leis para punir duramente patrões que empreguem imigrantes ilegais. Com o detalhe sórdido, senão fascista, de impor aos médicos italianos que denunciem seus pacientes. Na Rússia, a queda do rublo e do petróleo é pretexto para endurecer contra os direitos humanos. E, nos EUA, conforme relatou Andrea Murta na Folha, ativistas anti-imigração já põem suas manguinhas de fora, não só em movimentos sociais mas no próprio Congresso.
(...)
O mundo acaba de aplaudir a vitória e a posse de um negro de sobrenome Hussein na maior potência do planeta. Que esse mundo não volte aos seus piores momentos, descarregando a crise -e os monstros- exatamente sobre suas vítimas mais desamparadas.
elianec@uol.com.br
Assinante UOL lê a matéria completa aqui.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário