quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Fátima, o PT e as eleições de 2010

Daniel Menezes, mestre em Ciências Sociais pela UFRN, brinda-me com a leitura deste blog. E aqui, quem lê e acompanha, tem todo o direito de participar e fazer as suas provocações. Assim, com prazer, transcrevo abaixo texto que o Daniel me enviou analisando o cenário eleitoral que começa a se desenhar para 2010. As respostas à provocação também terão espaço destacado.

ELA AINDA NÃO APRENDEU A LIÇÃO?

Daniel Menezes

Ao ler as declarações da deputada Fátima Bezerra sobre as eleições 2010, em que estabelece a intrínseca relação da disputa estadual à nacional, fiquei me perguntando se ela acredita mesmo no que fala ou está apenas brincando com a nossa cara. Uma das maiores lideranças do PT no RN defende, novamente, a ridícula simplificação do complexo processo eleitoral, resumindo tudo a uma questão de ligação da eleição estadual à federal. Será que ela ainda não aprendeu a lição?A deputada, quando o negócio é análise eleitoral, parece não ter o olfato político muito aguçado. É sempre bom lembrar que, durante as eleições municipais de 2008, Fátima, juntamente com uma parcela do Partido dos Trabalhadores, foram os responsáveis por uma estratégia de campanha pífia, alianças pessimamente construídas e uma tentativa totalmente descabida de anexar as eleições municipais à esfera federal. Esqueceram, simplesmente, que o contexto municipal segue regras relativamente autônomas de funcionamento. A indicação é relevante. Porém, os “astutos” analistas do PT esqueceram que ninguém é eleito só porque foi apontado por alguém, mesmo que o dedo venha da mão de um presidente com um alto índice de aprovação.As conseqüências do resultado das eleições municipais de 2008, que eram imprevisíveis naquele momento, começam a se consolidar. As bananas de pijama vermelho conseguiram perder todo o espaço na câmara, ficaram totalmente a mercê do vilmismo, que busca se aproximar de grupos conservadores, e destruíram anos de fortalecimento de uma imagem positiva que a esquerda havia construído no Rio Grande do Norte. Além disso, se o futuro da esquerda no RN depender das análises absurdas e das estratégias políticas sem nenhum amparo na realidade de Fátima Bezerra e dos desesperados apelos do deputado estadual Fernando Mineiro (PT) para ter seu partido ouvido na sucessão estadual, apesar do tom empregado por ele não expressar tal intenção, podemos ter a certeza de que o fim do poço ainda está bem longe e que a queda ainda durará um período indeterminado.

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