terça-feira, 11 de agosto de 2009

Para não esquecer...

Transcrevo mais abaixo matéria publicada na Radioagência (está também disponível em áudio). Trata da Chacina da Candelária, uma das páginas mais tristes da violência contra crianças e adolescentes no Brasil.

Chacina da Candelária completa 16 anos, Polícia continua com ações truculentas
A chacina da Candelária completa 16 anos nesta quinta-feira (23). O massacre que chocou o país aconteceu na madrugada do dia 23 de julho de 1993, quando policiais militares executaram oito meninos que dormiam próximos à Igreja da Candelária, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (24), um ato ecumênico vai homenagear os mortos. Até hoje, o motivo do massacre não foi esclarecido.

Um dos diretores da Associação de Moradores do Morro do Estado, Sebastião José de Souza, concorda que todo ano é preciso lembrar acontecimentos como esse, pois, segundo ele, a polícia continua agindo de forma truculenta.

“Nós queremos não só justiça, como chamar [a atenção] dos brasileiros e do mundo de como a pobreza é discriminada, massacrada e exterminada nesse país chamado Brasil.”

Souza ainda lamentou dizendo que não existe uma política clara de segurança no país.

Também nesta sexta, a população da favela do Morro do Estado, em Niterói (RJ), organiza um ato para exigir que sejam punidos os policiais que, em dezembro de 2005, executaram cinco moradores da favela – entre eles quatro menores.

O laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) comprovou que os cinco foram mortos com disparos à curta distância, o que configura indícios de execução. O julgamento dos militares está marcado para o dia 28 de julho.

Esta semana, um estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) revelou que o estado do Rio tem o maior número de adolescentes assassinados em todo o país.

De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A letra da música de Ismael Serrano

Bueno, abaixo a letra da música que postei mais abaixo. Confira!

Me levanto temprano, moribundo
perezoso resusito, bienvenido al mundo
con noticias asesinas me tomo el desayuno.
Camino del trabajo en el metro
aburrido vigilo las caras de los viajeros
compañeros en la rutina y en los bostezos.
Y en el asiento de en frente,
un rostro de repente,
claro ilumina el bagon
en sus gestos traen recuerdos,
de otros paisajes otros tiempos
en los que una suerte mejor me conocio.
No me atrevo a decir nada,
no estoy seguro,
aunque esos ojos sin duda son los suyos,
mas cargados de nostalgia, quizas mas oscuros
Pero creo que eres tu, y estas casi igual
tan hermosa como entonces, quizas mas
sigues pareciendo la chica mas triste de la ciudad.
Cuanto tiempo ha pasado desde los primeros errores?
Del interrogante en tu mirada?
La ciudad gritaba y maldecia nuestros nombres,
jovenes promesas, no, no teniamos nada.
Dejando en los portales
los ecos de tus susurros,
buscando cualquier rincon sin luz,
agarrate de mi mano,
que tengo miedo del futuro,
y detras de cada huida estabas tu, estabas tu.
En las noches vacias,
en que regreso,
solo y malherido, todavia me arrepiento
de haberte arrojado, tan lejos de mi cuerpo.
Y ahora que te encuentro,
veo que aun arde, la llama que encendiste,
nunca, nunca es tarde,
para nacer de nuevo, para amarte.
Debo decirte algo,
antes de que te bajes,
de este sucio bagon y quede muerto,
mirarte a los ojos y tras de recordarte,
que antes de rendirnos, fuimos eternos.
Me levanto decidido y me acerco a ti,
y algo en mi pecho se tensa, se rompe.
Como estas?
Cuanto tiempo te acuerdas de mi?
y una sonrisa timida responde:
Perdone, pero creo que se ha equivocado,
disculpe señorita, me recuerda tanto
a una mujer que conoci hace ya algunos años.
Mas viejo y mas cansado vuelvo a mi asiento,
aburrido vigilo las caras de los viajeros,
compañeros en la rutina y en los bostezos...

Pare, escute e pense um pouco...

No batente, de novo...

E aqui estou, novamente. Na minha sala, trabalhando. Em um novo começo de semestre letivo. O campus da UFRN, sempre belo, adornado por dunas e por belas árvores, está mais florido ainda. Com muita gente nova nas alamedas. É uma beleza! Nessas horas, confesso, digo prá mim mesmo que trabalhar aqui é um coisa danada de boa. Obviamente, estou esquecendo as reuniõezinhas...

sábado, 8 de agosto de 2009

Um novo ator vai entrar em cena?

A possibilidade de que a ex-ministra do meio ambiente e Senadora Marina Silva (PT-AC) venha a ser a candidata do PV à presidência é o fato político mais significativo da semana que finda. E olha que tivemos de tudo nestes dias. Mas, sob o prisma do impacto político dos fatos, o "debate" entre os senadores Renan Calheiros e Tasso Jereissanti é apenas uma nota de rodapé. Não estou nem considerando a mediocridade e pobreza moral de ambos. Pois bem, mais abaixo, coloco análise do jornalista Alon Feuerwerker a respeito da candidatura Marina. Como sempre, o jornalista e blogueiro produz uma análise crítica, distanciada e criativa da nossa seara política. Ler os seus artigos é sempre um prazer. Confira!

Marina não está blefando
Segundo Lula, o Brasil está completamente preparado para eleger uma mulher, desde que tenha história, coragem e compromisso com as grandes causas sociais. Se serve para uma, por que não para duas?

A arrogância instintiva levará alguns a concluir, apressadamente, que o gesto suavemente favorável da senadora Marina Silva (PT-AC) a respeito de uma possível candidatura presidencial pelo PV é só um balão de ensaio, fadado a murchar logo ali. Um movimento para cacifar-se e reverter o esvaziamento do capital político dela no PT. Coisa para ser resolvida com alguns telefonemas (um deles de Luiz Inácio Lula da Silva), palavras doces em público, ameaças veladas em privado e acenos de poder futuro. E bola pra frente.

Eu tenho sinceras dúvidas sobre esse enredo. Eis um capítulo complicado na análise do teatro político: diagnosticar o que percorre o espírito dos atores que fazem os personagens. O problema é que sem tal diagnóstico o analista corre um risco grande: ao auscultar só o que vai pela própria alma e enxergar o exterior apenas “objetivamente”, acaba confundindo a realidade com o desejo dele próprio. Como se o seu desejo fosse o único. Claro que não é.

O desejo sincero e profundo no PT é que a candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente seja mesmo só um blefe. Já no PSDB, o desejo é que seja para valer, mas nem tanto. Um vetor que complique a vida de Dilma Rousseff no primeiro turno, ajude a provocar um segundo turno (ou mesmo um triunfo oposicionista no primeiro) e evite o cenário de plebiscito que Lula arquiteta 24 horas por dia para 2010. Mas que fique por aí. Uma linha auxiliar.

Daí que no PT pululem teorias sobre o dedo tucano nessa história. Se o PSDB estiver mesmo por trás do assédio do PV a Marina Silva, o partido de Aécio Neves e José Serra está de parabéns. No PT não se discute outra coisa nos últimos dois dias. Nem que seja nos intervalos da reflexão sobre como conseguir ao mesmo tempo apoiar José Sarney e ficar bem com a opinião pública.

Mas, e Marina, o que quer? Talvez a análise devesse fugir um pouco do achismo e das teorias conspiratórias e concentrar-se aí. Ela deseja cacifar-se no Acre? Para que exatamente? O estado é dominado pelo PT e ali a eleição está definida antes de começar. Se o próximo governador não for Tião Viana e se os senadores não forem Jorge Viana e Marina Silva (no caso de ficar no PT), vai ser a maior zebra das eleições brasileiras em todos os tempos. Algo como o Fluminense ganhar este Campeonato Brasileiro de 2009.

Marina tampouco será vice. E voltar ao Ministério do Meio Ambiente num governo do PT? De novo: para quê? Para ficar demissível por Dilma? Políticos não caminham voluntariamente para trás, e por esse estágio Marina já passou. Aliás, sobreviveu à experiência. Conseguiu inclusive um feito: surpreender com a demissão um Lula habituado a fritar, desidratar e demitir na hora que mais lhe convém. Como aliás faz todo príncipe.

Tive a oportunidade de entrevistar por quase uma hora Marina Silva há pouco mais de um mês na tevê. Ela havia falado ao Valor Econômico, com críticas ao governo. A ex-ministra acusou haver um desmonte da agenda ambiental. Na tevê, Marina não só repetiu a crítica como incluiu o PT no rol de partidos que não têm compromisso estratégico com tal agenda. Ela sequer se preocupou em fazer a gradação de praxe, habitual na política. Foi na jugular.

Se eu tivesse que apostar, apostaria que a senadora não está blefando. Se for isso mesmo, e se o PV resistir às inevitáveis pressões palacianas para que desista do projeto, Lula, Dilma e companhia bela estarão com um belo abacaxi para descascar. Segundo nosso presidente, o Brasil está completamente preparado para eleger uma mulher, desde que ela tenha história, coragem e compromisso com as grandes causas sociais. É isso que Lula vem repetindo sempre que pode. Se serve para uma, por que não para duas?

Bósnia

Quando Lula ameaçava ser arrastado para a crise em 2005, outros absorveram o choque, assumiram a responsabilidade e salvaram o presidente da República. Nesta crise do Senado, há aparentemente o desejo de matar o caso sem que haja culpados. Centenas de atos deixaram de ser publicados, como Sarney exibiu em plenário, mas nenhum presidente nunca soube. Difícil. Talvez por esse motivo o Senado ameace se transformar numa Bósnia.

Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje no Correio Braziliense.

twitter.com/AlonFeuerwerker

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Plágio

Ontem, quando adentrava o CCHLA, fui parado por uma colega que, com ares de preocupada, dizia-me ter uma notícia ruim para me dar. Fiquei preocupado. Pronto!, pensei, alguém morreu. Ou, o que seria menos grave, mas muito embaraçoso, descobriram que eu também fui beneficiado pelo Sarney. Ou, menos grave e mais prazeroso, descobriram que eu fui para Bariloche com despesas pagas pela Câmara... Mas não era nada disso, felizmente. A colega me dizia que alguns alunos estavam comentando no corredor do Departamento de Antropologia que uma orientanda minha havia plagiada, na sua monografia de conclusão de curso, uma outra monografia, esta última orientada pelo Professor Alex Galeno. Menos preocupado, respirei aliviado, mas a "coisa" me perturbou um pouco, devo confessar. Claro!, ninguém em sã consciência (muito embora gente assim esteja fazendo falta em nossas universidades!) acreditaria que um orientador iria mandar uma incauta aluna copiar o trabalho de outra. Mas o lance fica no ar, não é mesmo? E o seu nome começa a freqüentar, com maledicências, bocas nem sempre limpas. E cabecinhas nem sempre dispostas a fazer uma avaliação mais isenta dos fatos podem começar a fazer, como direi?, ilações indevidas.

Estava postando esta nota quando o colega Gabriel Vitullo entrou com a prova do crime em minha sala. Agora não é mais fofoca, é fato. O assunto irá para o Colegiado de Curso. Vamos ver! Sinto-me ludibriado. E os colegas que participaram da banca (Bosco Araújo e Homero Costa) certamente sentir-se-ão também assim. Afinal de contas, ruim ou boa, todos que partipamos da defesa da aluna acreditavamos piamente que a monografia apresentada era realmente da aluna.

Infelizmente, não é primeira vez que me deparo com situações como essa por aqui. Já suspendi bancas por causa de plágios. Agora, convenhamos, essa é uma praga díficil de combater. Eu sempre vou nos sites de busca quando me deparo com trabalhos muito bem feitos. Em uma disciplina que ministrei com outro colega, dos trabalhos que corrigi (dezessete) encontrei três plágios. Nota zero, of course! Uma das figuras era aluna de um doutorado (não era das Ciências Sociais, esclareça-se). Alunos já perderam bolsas por causa de traquinagens assim...

Já estou meio calejado. Sei que existe na cidade uma fábrica de monografias. A gente, como direi?, sente a coisa no ar... Já participei de bancas em que a pergunta que me vinha à cabeça era: "foi você mesmo quem fez essa 'coisa' ou você pagou por ela?". Obviamente, minha educação sertaneja me impede de transformar a intenção em gesto nesses casos.

Mas, voltando ao plágio, ele é uma praga, sim. E transforma a atividade intelectual em algo desgastante. Ora, bolas, como eu posso saber que o texto pertinente que a aluna ou aluno está me passando não é de sua própria lavra? Para mim, ou talvez para a minha geração, sei lá!, o texto que a gente escreve, bom ou ruim, carrega um pedaço da gente. Tanto assim que, acredito, muitos de nós, especialmente quem foi de alguma organização de esquerda, escreveu e não assinou muita coisa. Nesses casos, a gente sentia orgulho de saber que alguém lia e discutia o que você tinha produzido e a autoria nem era algo a nos preocupar.

Hoje, infelizmente, quando a lógica da produção se sobrepõe a tudo, multiplicam-se os plágios. E a praga não envolve somente os alunos. Mas entre estes, permitam-me esta digressão, ela é mais grave. Por que? Porque eles são o futuro, queiramos ou não. Entre nós, mais velhos, quando um plágio é descoberto, o autor se cobre de vergonha. Torna-se, para usar termo da hora, um dalit. Parece não ocorrer a mesma coisa com os alunos, acho. Uma aluna teve a pachorra de me dizer, diante de uma prova de plágio que lhe apsentava, que havia apenas "incorporado criativamente" outro texto. Sei de um caso de um colega de outra universidade que colocou, na folha de divulgação dos resultados de uma disciplina, a nota zero, e, na frente da nota, com letras vermelhas, a palavra "plágio". Pois bem, foi admoestado (e ameaçado de processo judicial) pela família da traquina por estar criando "constrangimentos" para a larápia intelectual.

O meu amigo Nelson Tomazzi, ex-colega da UEL (agora aposentado), ao se deparar com um plágio de uma aluna, ficou, disse-me ele, uma noite sem dormir. Pensava no constrangimente que seria comunicar o fato à fraudadora. Compungido, foi encontrar-se com a figurinha. Com muito tato, e temendo uma atitude inesperada (um choro convulsivo, pelo menos), relatou a situação. A reação da futura intelectual foi rir e dizer: "ih, não colou, né, professor?"

"Oh! Tempora, Oh! Mores"

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os atores da crise no Senado: uma avaliação

Estou em uma roda-viva. Na semana passada, fiquei no Rio, participando da SBS; nesta, estou em Brasília, trabalhando na CAPES. Aí falta tempo para postar. No momento, estou em uma sala de trabalho, no intervalo. Aproveito, então, para postar algo sobre a interminável crise no Senado. Tomo de empréstimo, então, artigo de análise feito pelo Alon Feurewercker. Confira!

Válvula de escape para os fatos (04/08)
O PMDB precisa oferecer uma saída para a crise. Mesmo o maior partido do país não tem como manter indefinidamente reféns o Legislativo e o presidente da República

Para um partido de profissionais, o PMDB vem se conduzindo de modo surpreendentemente amador nesta crise do Senado. Pressionado pelas revelações sobre os malfeitos na Casa, o partido reage com uma atitude defensiva, debitando tudo ao ambiente de luta política e ameaçando retaliar contra os adversários. Tem-se a impressão de que o profissionalismo do PMDB esgota-se no operar da pequena política, na interface entre esta e a máquina estatal. Já quando se trata de trabalhar com a opinião pública, aparece o amadorismo.

Talvez o estranho comportamento do PMDB se fundamente num mito: se a opinião pública foi neutralizada na crise de 2005, permitindo a reeleição do presidente da República no ano seguinte, e se a internet limita o poder dos grandes veículos de comunicação, basta agora formar uma maioria aritmética, denunciar os propósitos políticos dos adversários e acenar com retaliações violentas. Será?

Na crise de 2005, Luiz Inácio Lula da Silva sobreviveu, mas pagou um preço. Aceitou que fossem à bandeja quase todas as cabeças coroadas do Partido dos Trabalhadores, companheiros da longa marcha que levou a legenda ao poder. Para que na campanha da reeleição, quando confrontado com as muitas denúncias de corrupção no seu governo, pudesse responder que a diferença sobre os presidentes anteriores era uma só: agora a corrupção estava sendo combatida de verdade. Doesse a quem doesse.

Além do mais, não há como comparar os respectivos cacifes políticos, de Lula e do Senado. Acho que nem o mais fanático defensor de Sarney discorda disso.

Outro equívoco é imaginar que a emergência da internet enfraquece a opinião pública. É o contrário. Ao dar voz a muito mais gente, a massificação da internet obriga os atores públicos a dialogar permanentemente com a opinião pública. Uma confusão frequente é imaginar que vence esse tipo de batalha na rede quem grita mais, quem coloca mais gente para gritar ou quem ataca mais. Não é assim. Sempre é preciso oferecer uma válvula de escape para os fatos.

Há alguns fatos no Senado. Há atos secretos, às centenas. Atos celebrados e não publicados ao longo de diversos mandatos de presidentes da Casa. A gravidade do assunto foi reconhecida pelo próprio Sarney, quando divulgou a anulação de tais atos. Se bem que a revogação efetiva esteja a tardar, certamente por dificuldades burocráticas e políticas. Atos secretos do poder são graves porque, como já dito antes, deixam o cidadão à mercê dos poderosos, sem possibilidade de defesa. São um atentado à democracia, uma sombra ditatorial a pairar cobre o estado de direito.

O PMDB talvez imagine que a opinião pública aceitará a tese de que os problemas do Senado são administrativos, e que a mesma cúpula que, na melhor das hipóteses, conviveu com os malfeitos por anos deve agora estar encarregada de corrigi-los. Aritmeticamente, isso pode até alcançar (ou manter) o apoio da maioria dos senadores. Mas não tem apoio social. É por isso que o custo de sustentar o status quo no Senado vem sendo lançado no cheque especial de Lula.

Para além de se mostrar coeso em torno do próprio poder, o PMDB precisa oferecer uma saída para a crise. Mesmo o maior partido do país não tem como manter indefinidamente reféns o Legislativo e o presidente da República.


É pouco

A sessão de ontem do Senado foi uma boa medida da temperatura da crise. Com acusações e ameaças. O núcleo duro do situacionismo abriu fogo em plenário contra o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que pela enésima vez pedia a renúncia do comandante da Casa. A dúvida é até quando os demais segmentos da base governista estarão alinhados ao PMDB na guerra total, sem quartel. A maioria da bancada do PT não caminha mais com o aliado. No PSB e no PDT, a relação com o peemedebismo está em franca deterioração. Assim, restam o próprio PMDB e o PTB como forças ponderáveis a resistir. Parece pouco. No PMDB há certa consciência da situação. Mas há também a confiança de que o Palácio do Planalto não tem alternativa, a não ser continuar sustentando o grupo dominante no Senado. E segue o jogo.