domingo, 10 de outubro de 2010

Jânio de Freitas põe as coisas no seu devido lugar

Transcrevo abaixo trechos da coluna de hoje do jornalista Jânio de Freitas escrita na Folha de São Paulo. Lá embaixo, coloco um link para que os assinantes do jornal ou do UOL possam lê-la integralmente.

JANIO DE FREITAS

Na porta de entrada

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Em uma República presente no século 21, a eleição de seu presidente reduz-se ao aborto, se crime ou não
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ENTRE PRÉ-SAL, Brasil no jogo político planetário, células tronco, construção de foguetes, submarinos nucleares, feitos esplêndidos e silenciosos de laboratórios científicos, liderança mundial em exportação de vários alimentos -enfim uma República presente no século 21 sob tantos aspectos, de repente a eleição de seu presidente reduz-se ao aborto, se crime ou não. Os candidatos tremem, docilizam-se, mentem. Os bispos e pastores, no velho e no novo púlpito da tv, troam passando-se pela voz divina. Um país com meio milênio de atraso.

O caminho para a conquista do eleitor não são os projetos, não são as ideias, não são os circunstantes técnicos e políticos, não é o diagnóstico do presente e a visão de futuro. É a benção. Proveniente de sedes de bispados e cardinalatos, dos palcos e templos onde os que fazem riqueza inventando seitas recolhem os 10% "de dízimo".
(...)
Se o eleitor se convence da insinceridade dos candidatos, testemunha que é da submissão oportunista em quem deveria demonstrar inteireza, ignoro a existência de argumento respeitável para convencê-lo do contrário. Ignoro e duvido que haja.
A eleição dita republicana leva o Brasil ao portal do mundo dos fundamentalismos, essa patologia cujos fins e formas variados são idênticos nas marcas deixadas na história: sempre guerras, mortes impiedosas, sofrimento de inocentes em massa, dominação, e atraso -tantas vezes irreparável no possível caminho do crescimento humano.
(...)
Mas o que os candidatos à Presidência disputam é a sua possibilidade de influir, decisivamente em inúmeros casos, no futuro de quase 200 milhões de pessoas. Adeptos de religião ou não. E a maioria dos adeptos, só para fins de declaração.


ASSINANTE UOL OU FOLHA LÊ O TEXTO INTEGRAL AQUI.

Um comentário:

Liége disse...

Não é o que está na cara, o que importa é o que está nas entrelinhas, infelizmente o povo ainda não sabe ler nas entrelinhas das promessas e dos comentários. Por mais que se fale na bandalheira e corrupção do atual mandato da presidência e da sua candidata o povo parece não ligar, ainda pensam "ele rouba, mas faz" mas quando se fala em aborto e religião o povo se liga no assunto. não percebem que o que foi roubado, desviado, usado pra pagar campanha política, poderia ser usado pra muito mais bolsa família? E memória curta tem o povo! quem implantou o bolsa escola foi o Fernando Henrique! Então se o povo só liga pra religião e aborto vamos usar, o que vale é a intenção.