quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ainda sobre os gols de Rosalba

Anderson e Flávio me honram com suas visitas a este espaço. Os dois amigos postaram comentários sobre um post no qual eu chamava a atenção para o fato inusitado de ter sido Rosalba, não o PT, que está valorizando os quadros técnicos progressistas do Rio Grande do Norte. Leia os comentários dos dois. Mais abaixo digito as minhas apreensões.

Edmilson, meu caro,

A gestão técnica tem muito a ver com a penúria do nosso RN. Espero que a secretaria de educação saiba, finalmente, quantos são os professores e quantos são os alunos da rede!
A minha dúvida é sobre a atitude de Rosalba com Micarla.
O desastre da prefeitura do PV é uma excelente oportunidade para fortalecer o filho de algum grande político. É oportunidade para sustentar a tese da suposta renovação.
Assim, deixar Micarla afundar é a melhor alternativa para eleger Felipe Maia, fazendo o gosto de Agripino e de certo modo repetindo a sua trajetória.
A quem Carlos Augusto Rosado beneficiará?
Abs.
Anderson.


Um partido que deveria valorizar seus quadros técnicos não faz. Então o grupo de Rosalba/ DEM está fazendo. Politicamente uma jogada de mestre!!!
Espero que as professoras realizem uma ótima gestão. E talvez um dia cabeças retrogradas comecem a pensar para além dos grupelos.
Flávio


Tá bom, Anderson, eu sei que uma das lições básicas da política, especialmente para quem leu Gramsci, é responder, diante de qualquer fato significativo, à pergunta: cui bono? A quem serve? Claro, é uma pergunta mais do que legítima, afinal na política, e em especial na local, como costumam dizer os nossos deputados estaduais, "ninguém é menino e nem santo...". Mas, vamos degar, ok? Como diria Freud, algumas vezes, raras por certo, um cachimbo é só um cachimbo...

Sei, sei, Felipe Maia poderá ser beneficiado com as armações de jogadas feitas pelo conselheiro-mor da governadora. Claro, faz parte do jogo. Mas o que, neste momento, é mais interessante é chamar a atenção para a jogada de mestre da Governadora (e da sua assessoria) em ter convidado bons quadros da UFRN para servirem na sua administração. É isso...

Bom, quanto ao quadro político local, já completamente "contaminado" pela disputa eleitoral de 2012, eu repito a frase daquela música: "ainda é cedo...". O discurso do "novo" colará? Sei não, tenho minhas dúvidas. Penso que o DEM está indo com muita sede ao pote, jogando pesado contra a Micarla. Não está morto quem peleia, dizem os nossos irmãos do outro Rio Grande. Zé Agripino é um bom técnico, arma bem as jogadas, mas, tal qual o Feola, pode ser interpelado, mais na frente, por um incauto Garrincha, que lhe perguntará: "Mas, vem cá, o senhor combinou com o time adversário?". Se cada partida é única, a mesma coisa ocorre com as eleições...

Quanto ao Flávio, que dizer? Concordo contigo, camarada. É isso mesmo!

4 comentários:

Guru disse...

Ah, todo candidato que não seja Micarla ou um micarlado está favorecido pela rejeição à atual prefeita. Pode ser felipe maia, carlos eduardo, mineiro, fátima, vilma ou geraldo forte. O máximo que alguém vai perder batendo em Micarla é o apoio da TV Ponta Negra.

Para mim "ficou no ar" essa do PT não aproveitar seus quadros no RN... Aproveitar onde? O partido aqui nunca teve força para nada! Os cargos federais são poucos e possuem gente respeitada no partido, sob esta condição, um tanto vaga e que remexe a tumba de tragtenberg, de "bons técnicos". Mas soa desproporcional comparar a capacidade de indicar cargos de Rosalba governadora com qualquer outra possibilidade que algum grupo de esquerda já tenha tido no RN. Deveriam indicar Betania para a secretaria de educação de Parelhas? Bernadete para a secretaria de saúde de Janduís? Enfim, ficou no ar onde e como o PT potiguar encaixaria seus alinhados "bons quadros técnicos"?

Anônimo disse...

Edmilson,

2012 só está longe para nós, mortais.

Não sei se a estratégia do novo vai vingar. Ocorre que há muita movimentação para candidaturas desses jovens, como Fábio Faria, Felipe Maia ou Walter Alves.

Além dessas, claro, podemos citar as candidaturas de Wilma (que acertou anteontem o início das articulações para lançar seu nome) e Carlos Eduardo, além de Fátima Bezerra e outros nomes.

Quanto ao ato de indicar "técnicos" no lugar de "políticos", não me oponho. Só acho estranha esta separação. Deveria ser feita entre "competentes" e "incompetentes".

Contudo, não é gol de placa nenhum. Seria um baita golaço se viesse acompanhado de 1- reforma administrativa; 2- um plano plurianual (o que fazer? quando? como? para quem? em quanto tempo?).

No mais, o ajuste nas contas públicas tem outro lado: o de assegurar repasses federais. Esses repasses é que asseguram ao governador da ocasião fazer a maioria de prefeitos, ou de fazê-los passar para o outro lado. A política do RN é feita quase que integralmente de milicianos. Os Rosado sabem disso desde quando começaram o domínio sobre a pobre cidade de Mossoró.

Abs.,

Anderson.

PS: não sei qual é a do PT do RN. Nunca soube. Talvez nunca saiba.

Dennys Lucas disse...

Gente,

É fato que rosalba armou bem o time, e a quem serve, deve ser secundarizado, se a população sair ganhando, e com estes ´tecnicos, já disse, as partidas serão boas, até pq, em alguma medida, eles sabem da política e batem um bolão nos espaços onde foram colocados...


E sobre o PT, e a oposição? Cabe armar o jogo, não fazer o quanto pior, melhor, trazendo alternativa, mobilizando debates e pontos desajustados e esquecidos, ou mesmos despretigiados devido os interesses políticos e ideológicos, Logo a obrigação de
ajustar o programa, acertar a agenda e formar a unidade é indispensável para a esquerda e para a oposição a Micarla.

E se devemos nos ater a quem interessa? Claro que sim, mas na maioria das vezes, deve ser secundarizada pelo efeito e consequência, abragência e exatidão da decisão tomada...

E as indicações de Rosalba, que não sejam meras cerejas, foram boas. O que nos cabe é estarmos preparados para debatermos um projeto de RN. A oposição tem este projeto? O PT tem?

É a isto que deveríamos está a fazer!

Dennys Lucas disse...

ah,

uma coisa é nossa disputa de poder, outra coisa é nossa disputa política, ambas, na maioria das vezes estão interligadas, mas quando hege^monicamente avançamos, logo métodos adesistas - às vezes momentâneos e ilusórios - podem ser tomados por aqueles que sua sobrevivência é o fisiologismo e poder simplesmente...

Muito do ensaio de Rosalba tem disso, somado a falta real de quadros gestores, está sua vontade de sorrir aos avanços que cosntruímos em alguns anos de debates nestes temas...