terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Morte política de Arruda enfraquece a candidatura de José Serra

A análise de Jânio de Freitas, na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo, vai direto ao ponto. Confira trechos abaixo.

Um rombo na sucessão
Janio de Freitas

A figura mais eminente que o DEM construiu para a eleição só pode ser candidato a votos de uma sentença criminal

O EFEITO POLÍTICO mais importante da ilustrada e ilustrativa presença do governador José Roberto Arruda no novo mensalão é o seu reflexo, direto e traumático, no esquema previsto pelo PSDB para disputar a sucessão presidencial.

Há mais de cinco anos José Serra desenvolve um trabalho de atração do PFL, lá atrás, hoje DEM. (...)
O menor dos êxitos esperáveis por Serra nessa investida seria o apoio, em âmbito nacional, do enfraquecido mas bem organizado DEM. A rigor, os demistas já vinham e vêm condenados a apoiar um candidato do PSDB, por falta de alternativa entre as possibilidades de candidaturas de razoável viabilidade. À parte tal circunstância, a estratégia de Serra deu o resultado que ele poderia esperar.

E foi além, de fato. No desempenho bem conceituado de José Roberto Arruda como governador do Distrito Federal, Serra e os demistas encontraram uma perspectiva nova e comum, por motivos diferentes, aos dois lados.

(...)
O estrelato de José Roberto Arruda nos vídeos da bandidagem política reabre a vaga mais proeminente nas considerações de Serra para a sua possível chapa. E o desastre nem se limita a esse rombo. Arruda enfraqueceu muito o apoio eleitoral do DEM, ao presentear os candidatos e partidos contrários com uma arma eficaz contra os demistas: a figura mais eminente que construíram para as próximas eleições, no plano local como no federal, só pode ser candidato aos votos de uma sentença criminal.

(...)

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O escândalo do DF impacta a disputa presidencial

A jornalista Eliane Catanhêde, na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo, faz uma análise pertinente das implicações do escândalo político no qual está encalacrado o Governador do Distrito Federal, o demo José Roberto Arruda, sobre a disputa eleitoral que se avizinha. Confira techos abaixo!

ELIANE CANTANHÊDE

Estouro da boiada

BRASÍLIA - A profusão de panetones, vídeos e dinheiro vivo é um golpe profundo no PFL, ops!, DEM, mas não é muito menos grave na própria chapa de oposição, liderada pelo PSDB. Por isso, é até curiosa a discrição do PT.
(...)
Já o efeito sobre a candidatura de oposição, seja ela de José Serra ou de Aécio Neves, se dará na construção dos palanques e do discurso.
Enquanto Dilma Rousseff montou um leque de alianças que vai do PC do B ao PMDB, com o dobro de tempo na TV, Serra ou Aécio têm um DEM de perna quebrada, um PPS no ocaso, pedaços do PMDB e promessas -ora do PTB, ora do PP.
O mensalinho do DF também subtrai dois trunfos da oposição: já não é mais possível encenar a ira contra o mensalão do Planalto, que, de resto, já estava mesmo surrado; e vão para o lixo as fortes imagens de obras, viadutos, metrôs e coisas do gênero que o engenheiro Arruda cederia da sua gestão à campanha tucana -na qual ele vinha se insinuando como candidato a vice.
Trata-se de um golpe e tanto, e é em momentos assim que o que é ruim só pode piorar: cobranças, acusações mútuas, ameaças, racha.
Se demos, tucanos e velhos comunistas já andavam arrancando os cabelos com a diferença de ritmo entre Lula-Dilma e Serra-Aécio, devem estar todos, a esta altura, à beira de um ataque de nervos, ou da calvície profunda.
(...)

elianec@uol.com.br

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Música para acordar quem está sonolento neste começo da jornada da manhã...

Marcos Rolim e o artigo de Benjamim sobre o comportamento de Lula na prisão

Marcos Rolim, ex-deputado federal do PT gaucho, atualmente dedicado à consultorias nas áreas de direitos humanos e segurança pública, escreveu um artigo definitivo sobre a lama que o César Benjamim, apoiado pela Folha, quis lançar contra a honra do Lula.

Em tempo: Rolim não pertence mais aos quadros do PT, daí o seu artigo torna-se mais importante ainda, pois, está descolado de qualquer compromisso político-partidário com o Presidente.


SOBRE O ARTIGO DE CESAR BENJAMIN
Marcos Rolim

O jornal “Folha de São Paulo” trouxe, na edição desta sexta (29), um artigo de César Benjamin que relata sua experiência de prisão na época da ditadura.
O jornal “Folha de São Paulo” trouxe, na edição desta sexta (29), um artigo de César Benjamin que relata sua experiência de prisão na época da ditadura. César foi preso quando tinha 17 anos, foi torturado e, depois, colocado junto com presos comuns para que fosse abusado sexualmente. Os presos, entretanto, o acolheram de forma respeitosa. Enquanto fala destas coisas, o artigo é muito interessante. Ocorre que, no meio do texto, o autor insere outra história, vivida em 1994. Relata, então, ter ouvido de Lula um comentário sobre os 30 dias de prisão que ele – Lula - amargou na época em que era líder sindical. A fala atribuída a Lula é de uma singular baixeza e atenta, claramente, contra sua honra. Por esta razão, não a reproduzo.

Os adversários de Lula terão, agora, uma conversinha nova em seus comentários particulares. Os defensores de Lula, é claro, dirão que Cesar Benjamim é um doente mental. A dedução tem uma base, digamos, “estatística”. O problema, entretanto, é muito diverso.

Quem conhece o Presidente Lula, sabe que ele sempre tenta fazer graça ao se relacionar com as pessoas. Às vezes, a intenção constrói afirmações nada engraçadas que terminam por revelar seus próprios preconceitos (como ocorreu, por exemplo, no comentário homofóbico feito há alguns anos para Fernando Marroni em uma campanha eleitoral em Pelotas). Não conheço César Benjamim, mas vamos lhe conceder o benefício da dúvida e imaginar que seja possível que ele tenha ouvido algo semelhante ao que conta. A questão que me parece relevante, entretanto, é: temos o direito de relatar publicamente algo que pode destruir a honra de alguém sem possui qualquer evidência que o comprove? A questão deve ser respondida sem que pensemos na figura do Lula. Poderia ser qualquer outra pessoa.

Minha resposta é não. Não temos este direito. Cesar pode ter toda a razão do mundo se pensa em desconstruir esta babaquice do endeusamento do Lula. Todos nós sabemos o quanto estas coisas são, mais que falsas, perigosas. Mas penso que não pode atacar a honra de Lula – ou de quem quer que seja - a menos que tenha como provar o que disse, o que não parece ser o caso. A própria Folha não deveria ter publicado o artigo pelas mesmas razões. Excluída a menção feita ao que Lula teria dito sobre sua experiência na prisão, o artigo de César Benjamim é muito bom. O problema é que ninguém se lembrará do artigo, mas apenas da acusação feita contra Lula, que aparece como um ataque gratuito cuja ferocidade não se pode aceitar.

Não seria demais lembrar, também, que todos nós - a depender do tipo de interação que mantemos com as pessoas e de seus contextos - podemos eventualmente dizer impropriedades ou fazer brincadeiras que, fora daquele ambiente de intimidade, poderiam ser consideradas ofensivas ou de mau gosto. É possível que o relato de Cesar diga respeito a uma destas interações. Reproduzir enunciados que surgiram em contextos do tipo não me parece configurar conduta ética. O fato do Jornal Folha de São Paulo ter publicado a passagem que atinge a honra de Lula, por outro lado, é igualmente deplorável e abre perigoso precedente.

O MEP novamente em cena?

O MEP (Movimento para Emancipação do Proletariado) foi uma organização de esquerda surgida na segunda metade da década de 1970. Sua "base" era predominantemente estudantil. Com a criação do PT, entrou de armas e bagagens na nova estrutura partidária. Em nome da revolução, of course.

O MEP editava um jornal, "O Companheiro", que deixou de ser publicado em 1981. E organização não sobreviveu ao final da primeira metade da década de 1980.

Eu escrevia para o "Companheiro" (mandava notícias das "lutas sociais" na província) e também o vendia.

Confesso: também fui um "menino do MEP"...

Pois não é que, à guisa de atacar o Lula, a Folha de São Paulo, em artigo da lavra de César Benjamim, resolve dar vida a esse defunto?

Acredito que todos os que fomos do MEP não nos reconhecemos nessa lama. Éramos muito mais... mesmo que redondamente equivocados (mas, aí, estamos em uma confortável análise pós-fato, não é?).

As mil e uma utilidades da cueca

A nova safra de vídeos contendo cenas de corrupção confirma: cueca não serve apenas para guardar o passarinho... Confira abaixo!

Radicaliza, Arruda...

Leia abaixo pequeno trecho de matéria postada no blog do Josias de Sousa, da Folha. Comento depois.

Ao final de uma reunião tensa com integrantes da cúpula do DEM, José Roberto Arruda lançou no ar uma frase enigmática:

“Se o partido radicalizar comigo, vou radicalizar também”, disse o governador do Distrito Federal, em timbre de ameaça.

Ficou boiando na atmosfera a impressão de que Arruda dispõe de munição. Pior: Levado ao pelourinho, não hesitaria em abrir o paiol.

A conversa com os mandachuvas do DEM consumiu duas horas da tarde desta segunda (30).


Comentário
Ora, ora, então tem farinha (para não usar uma metáfora escatológica aqui...) para ser lançada no vestilador? Oba, oba... Então, fiquemos na torcida pela radicalização do Arruda.