terça-feira, 1 de setembro de 2009

As advertências me divertem

Acho que deve ser a aproximação do processo eleitoral. Ou uma interferência dos astros... Mas o fato é que, de uma hora para outra, todos os conhecidos se tornam muito, mas muito mesmo!, realistas. E isso ocorre muito fortemente nesse pequeno mundinho que é a Universidade. Nestas paisagens, há sempre uma justificativa racionalizada para, deixem-me ser diplomático, as mais esquisitas redefinições de posições. Assim, de uma hora para outra, qualquer coisa como defesa de interesse público passa a ser lida como moralismo ou “principismo”.

Mas essa patuscada não me causa menos enjôo do que a subordinação da discussão pública aos interesses de pessoas que supostamente estariam do “nosso lado”. Minha nossa! Vive-se em um mundo no qual a discussão pública deve estar subordinada aos interesses políticos e partidários. Antes de se perguntar sobre o quê você está comentando, de imediato, já salta um patrulheiro a te perguntar, de bate pronto, se você não está fazendo o jogo de “a” ou “b”. E eu com isso? Já passei desse tempo...

Se você se dispõe a escrever um blog é porque, espera-se, sinta-se livre o suficiente para escrever o que pensa e assumir as suas posições. O espaço da internet é livre (ainda!) e quem quer defender interesses partidários (e isso pulula na grande rede, não é?) pode e deve fazê-lo. Mas, por favor, não me cobrem o que eu nunca me propus a ser: alguém que subordina as suas posições à conveniências políticas e partidárias.

Por fim, as advertências não me metem medo. O que é isso? Então, o jogo é assim? Comigo, não funciona. Chegam-me avisos que me divertem: “você vai perder amizades...”. Ora, ora, amizades verdadeiras não subordinam as pessoas. Uma amizade que só se mantém na conivência e na aceitação acrítica de tudo o que o(a) outro(a) faz não merece ser nomeada enquanto tal.

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