sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O DEM é a favor do emprego, mas não no Brasil

O DEM é impagável. Não tem jeito mesmo. Pois não é que a tchurma vai entrar no STF contra o aumento do IPI para os carros importados? Acredite! Pois é, os demos acolheraram a chiadeira dos importadores e, of course, do pessoal do andar de cima, que quer por que quer trocar de carro importado todo ano.

Confira a notícia no site da TRIBUNA DO NORTE, clique aqui.

4 comentários:

Guru disse...

Quem troca de carro importado todo ano vai continuar trocando... o aumento do imposto irá afetar mais quem gostaria de comprar carro popular a preço de carro popular, e não a preço de abuso das montadoras brasileiras.

Anônimo disse...

É.

Nessa eu tô com o Guru. Acho que a questão é mais complexa do que apenas a imagem pintada de ricos que se preocupam em comprar carros importados.
A medida visa também impedir o ingresso dos "populares" de marcas importadas, que estão barateando o mercado.
Por exemplo, você pode comprar um carro nacional pelado por 25 mil, ou um chinês importado completo (direção hidráulica, ar condicionado e trava elétrica) pelo mesmo valor. E não é só o chinês. Hoje o carro francês pode ser comprado em condições mais favoráveis do que o brasileiro.
Ora, o carro popular nacional é tudo menos popular, além de baixa qualidade.

Abs.

Daniel

Edmilson Lopes Júnior disse...

Meu caros,

em primeiro lugar, bridagão pelos comentários. Prezo-os muito. A vocês e aos comentários.
Bueno, vamos por partes, como diria o grande pensador Jack.
Tributação, gostemos ou não, é uma forma de regulação da atividade econômica pelo Estado. Ah, que acaciano, não é? Pois então, aumentar os impostos dos importados é, como direi?, ponto de partida de qualquer política de proteção a atividade econômica interna. Vão perguntar aos exportadores de laranja sobre as sobre-taxas que pagam para vender para os EUA!. Marcado aberto é bom... para os outros.
Sem aumento de IPI, meus amigos, necas de pitibiriba de política industrial. As montadoras têm que ter incentivos para melhorar os carros produzidos aqui? Óbvio, mas o deixa-passar não é política econômica séria.
Ah, mas quem queria comprar um carrinho chinês baratinho não vai poder fazer isso! OK, mas qual o preço que estamos pagando por pagar camisetas baratas? Hein? Milhares de empregos subtraídos...
Pensar o mundo apenas a partir da lógica do consumidor, levan-nos ao liberar geral, mas, ao liberar geral, o que teremos? Nenhum consumidor...

Guru disse...

Edmilson, esse teu blog é dialógico todo, por isso tanto prezado!

A questão do IPI, no modo que eu me referi e creio também ter assim referido Daniel; não passava pelo glorioso debate sobre protecionismo e laranjais californianos. Certamente que en meu comentário não habitava a sanha de abrir os mercados nem atomizar a discussão no 'consumidor'.

Fico bastante comovido com a aliança "FIESP e CUT contra a desindustrialização", mas acho que um pacote de medidas de futuro teria um efeito melhor que simplesmente aumentar drasticamente um imposto que sequer é o da importação, abrindo margem para todo tipo de batalha de direito comercial. Isto, assim como o 'deixa-passar', não é politíca econômica séria. É um gesto desengonçado, arriscado, que não resolve o problema e penaliza o consumidor. Vinha crescendo recentemente a discussão custo brasil vs lucro brasil, por aqui na blogosfera. Foi "suspensa por tempo indeterminado" com este aumento do IPI.

O que eu vejo é que foi a medida mais fácil possível para um governo que, encantado com sua idéia de "pacto de classes", toma providências desprovidas de qualquer visão de futuro se nelas notar alguma convergência entre trabalhadores e burguesia nacional. Esta, prosseguirá com todas as benécies que o Estado sempre lhe deu, parabenizando-a pela margem de lucro excessiva e incompetência abusiva. Os trabalhadores ganharão... seus empregos!

Como Lula falou numa entrevista em 2009 (fsp, kennedy alencar): "o problema do Brasil não é o custo final do carro, o problema é saber se a mensalidade que o trabalhador vai pagar cabe no seu holerite". É essa a visão... funcionalista, conservadora da coisa. Supondo que o trabalhador tenha emprego e a prestação seja pagável, o resto não importa, o governo só deve garantir que o trem não desande. Bem, eu espero mais que isso!

O que acredito que irá ocorrer:
i) Mercado automobilístico brasileiro prosseguindo com preços abusivos
ii) Acidentes de moto continuarão aumentando exponencialmente, lotando as emergências e drenando o SUS
iii) baixa competitividade da "nossa indústria"
iv) "Pessoal do andar de cima", ao invés de admoestar o DEM, agradecerá a benevolência de Dilma e prosseguirá suas farras nas oropa, junto aos demais colegas que não dão à mínima quanto a nacionalidade dos trabalhadores que exploram ou consumidores que sacaneiam.