Transcrevo abaixo interessante análise a respeito da construção do voto na era pós-televisão. O artigo foi publicado na edição de hoje do Ex-Blog do César Maia. Vale a pena conferir!
ILUSÃO DE INTIMIDADE!
Resumo da coluna de sábado (08), de Cesar Maia na Folha de SP
Desde 1992, que Glorinha Beuttenmüller dizia que a TV produzia uma intimidade entre expectador e “ator”, incluindo os políticos. E estes, no contato pessoal, deveriam retribuir esta intimidade, tirando o melhor proveito da TV. O impacto da TV na política tem diminuído nos últimos 5 anos: são menos TVs ligadas, o ato de zapear, a troca com a internet, a sensação de uma novela vista várias vezes. O uso crescente da internet na política é causa, mas também efeito.2. Vamos retornar ao auge da TV na política comparando com os dias de hoje. Para se entender melhor, destaco um clássico dessa época: "The Reasoning Voter" (1991), de Samuel Popkin. Popkin diz que o eleitor usa atalhos para obter informações e assim, decidir seu voto. A questão dos “atalhos” de Popkin ajuda a entender melhor a formação de voto, sem se abusar, como hoje, da emoção como método.3. Para Popkin, o crescimento da audiência dos noticiários da TV, produziu uma guinada em direção a política centrada no candidato. Esse jornalismo político mostrou-se mais nacional e mais individualizador. As questões regionais foram perdendo força. A intensidade maior é na pessoa do Presidente. Os eleitores relacionam a maior parte dos fatos, ao próprio Presidente. E a TV ressalta o Presidente como um político sempre em eleição.4. Os candidatos ao Congresso, quanto mais dinheiro gastam em mídia, mais os fatores pessoais predominam sobre os fatores partidários. As considerações políticas são pano de fundo sob o qual se desenrolam as questões pessoais. O noticiário televisivo reforça, e retrata a política como conflitos entre pessoas e não entre idéias. Os debates na TV tornaram-se uma espécie de seriado. Popkin conclui afirmando: a TV cria uma “Ilusão de Intimidade”.5. Desse ponto voltemos à percepção recente que a TV perdeu impacto sobre a política. É verdade. Mas não pela comunicação em si, e sim pelas novas interferências. O texto de Popkin continua atual. Mas hoje o impacto da TV na política, tem interferências de outros meios, (multiplicação, interação). A mesma TV só produzirá o mesmo impacto, se usar bem estas interações. Alexandre Abdo (MAIS-Folha de SP, 25/07) ajuda a entender este novo quadro.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
RN: o que dizem as pesquisas eleitorais não divulgadas
Pesquisas e mais pesquisas estão sendo feitas no Rio Grande do Norte. A sucessão estadual está deixando alguns dos políticos potiguares à beira de um ataque de nervos. Até um certo "grande nome" da pesquisa eleitoral nacional (que assessorou campanhas como de FHC, para presidente em 1994, e a deJosé Serra, também para o mesmo cargo, em 2002) foi convidado para prospectar as vontades da gente que habita a esquina do Brasil. Tratou-se de uma pesquisa quali-quanti, aplicada em todo o território potiguar e que custou a bagatela de 250 mil reais. Os resultados, embora os contrantes os escondam como se fossem a fórmula do elixir da longa vida, são agora um segredo de polichinelo. Tanto que uma figura bem postada no universo da pesquisa eleitoral local me passou, ontem, alguns dados do referido levantamento. Repasso para vocês e adiciono mais informações, oriundas de outras pesquisas. Estas últimas são exclusivamente quantitativas e foram desenvolvidas por institutos locais.
1. Lula transfere votos para Dilma
Para desespero dos contratantes da pesquisa desenvolvida pelo figuraço nacional, o eleitorado potiguar parece disposto a seguir a indicação de Lula no voto para presidente. Para presidente, saliente-se. Isso significa que a candidatura da ministra Dilma Roussef tem, em terras potiguares, uma grande possibilidade de crescimento. Essa mesma transferência não ocorre para as disputas para o Senado e para o Governo do Estado. Para esses cargos, para os quais são lembrados nomes bem conhecidos dos eleitorais locais, as referências são outras e os elementos que embasam as escolhas também. Em resumo: se o apoio de Lula é vital para Dilma, não o é para os candidatos ao senado e ao governo estadual.
2. Vilma está colada em Lula. Para o bem e para o mal.
Nem todos os que avaliam positivamente o Governo Lula pretendem votar em Vilma, mas todos que pretendem votar em Vilma avaliam bem o Governo Lula. A lição desse "achado" é um só: para crescer (e o campo é vasto, já que a parcela da população que avalia positivamente o Lula é majoritária), Vilma precisa se identificar, colar-se mesmo, ao Lula.
3. Rosalba está disparada na frente na disputa pelo Governo do RN
Como era de se esperar, todas as pesquisas eleitorais, neste momento, apontam uma grande preferência pela Senadora Rosalba Ciarline, do ex-PFL, para o Governo do Estado. A disputa fica enrolada mesma em relação ao segundo lugar. Em Natal, Carlos Eduardo (PDT) está em segundo, mas, quando se totalizam as preferências de todo o estado, o deputado Robinson Faria (PMN) conquista essa posição.
4. Micarla está descendo a ladeira e a culpa é da saúde (ou da falta de política para)
A popularidade da Prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), está despencando ladeira abaixo. O ítem mais negativamente avaliado de sua gestão pela população é a saúde (ou falta de política para). Nos dois primeiros meses de gestão, a Prefeita fez do acerto de contas com a gestão passada na área da saúde o seu cavalo de batalha. A jogada de marketing deu certo, durante um tempo. A paciência do distinto público tem limites e nem todo encantador de serpentes se dá bem o tempo todo, já dizem os mais velhos. A tradução dessa velha lição para os marqueteiros políticos locais (especialmente os que assessoram a nossa prefeita) é: as pessoas não querem ouvir mais falar de mazelas herdadas; querem ação. E é exatamente ação na área da saúde que elas avaliam que está faltando na administração da borboletinha. Isso não quer dizer que a nossa verde prefeita esteja condenada ao mármore do inferno da popularidade. Nada disso! A Zona Norte é o seu bastião. Lá, o apoio a Micarla é ainda muito forte. Quem está abandonando o barco com mais rapidez é a classe média e a população da zona sul.
5. Quanto mais apanha, mais Carlos Eduardo cresce
O ex-prefeito Carlos Eduardo deveria pagar alguma coisa aos vereadores que insistem em trombetear contra a sua administração na Câmara Municipal, pois, segundo as pesquisa qualitativas, o eleitorado natalense não gosta de vê-lo levando bordoadas. As pessoas acham injustos os ataques desferidos contra ele e sua gestão. Assim sendo, o ataque ao agora pedetista é um daqueles casos em que o tiro pode sair pela culatra.
6. Garibaldi é o preferido dos que desaprovam o Governo Lula
Nem todo eleitor de Garibaldi desaprova o Governo Lula, mas todos que desaprovam o Governo Lula vêem com bons olhos o ex-governador e atual Senador do PMDB.
7. José Agripino tem uma avaliação descolada da sua oposição radical ao Governo Lula
Ao contrário de Garibaldi, o Senador José Agripino (DEM) transita bem entre os que gostam e entre os que detestam o Governo Lula. Essa informação, aparentemente desconcertante, parece-me ter uma explicação razoável: José Agripino, avaliam os eleitores, é um bom senador. E ponto. E isso significa o quê? Ora, que as pessoas tendem a votar nele mesmo sem concordar com todas as sua posições. Ele é adversário fidagal do Lula, certo? Ok, os apoiadores de Lula sabem disso, mas, parece, desconsideram um pouco essa postura do ex-pefelista, e levam em conta, nas suas escolhas, o conjunto da obra (a sua atuação parlamentar).
É isso. Nada mais me foi dito, embora eu tenha perguntado muito mais.
1. Lula transfere votos para Dilma
Para desespero dos contratantes da pesquisa desenvolvida pelo figuraço nacional, o eleitorado potiguar parece disposto a seguir a indicação de Lula no voto para presidente. Para presidente, saliente-se. Isso significa que a candidatura da ministra Dilma Roussef tem, em terras potiguares, uma grande possibilidade de crescimento. Essa mesma transferência não ocorre para as disputas para o Senado e para o Governo do Estado. Para esses cargos, para os quais são lembrados nomes bem conhecidos dos eleitorais locais, as referências são outras e os elementos que embasam as escolhas também. Em resumo: se o apoio de Lula é vital para Dilma, não o é para os candidatos ao senado e ao governo estadual.
2. Vilma está colada em Lula. Para o bem e para o mal.
Nem todos os que avaliam positivamente o Governo Lula pretendem votar em Vilma, mas todos que pretendem votar em Vilma avaliam bem o Governo Lula. A lição desse "achado" é um só: para crescer (e o campo é vasto, já que a parcela da população que avalia positivamente o Lula é majoritária), Vilma precisa se identificar, colar-se mesmo, ao Lula.
3. Rosalba está disparada na frente na disputa pelo Governo do RN
Como era de se esperar, todas as pesquisas eleitorais, neste momento, apontam uma grande preferência pela Senadora Rosalba Ciarline, do ex-PFL, para o Governo do Estado. A disputa fica enrolada mesma em relação ao segundo lugar. Em Natal, Carlos Eduardo (PDT) está em segundo, mas, quando se totalizam as preferências de todo o estado, o deputado Robinson Faria (PMN) conquista essa posição.
4. Micarla está descendo a ladeira e a culpa é da saúde (ou da falta de política para)
A popularidade da Prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), está despencando ladeira abaixo. O ítem mais negativamente avaliado de sua gestão pela população é a saúde (ou falta de política para). Nos dois primeiros meses de gestão, a Prefeita fez do acerto de contas com a gestão passada na área da saúde o seu cavalo de batalha. A jogada de marketing deu certo, durante um tempo. A paciência do distinto público tem limites e nem todo encantador de serpentes se dá bem o tempo todo, já dizem os mais velhos. A tradução dessa velha lição para os marqueteiros políticos locais (especialmente os que assessoram a nossa prefeita) é: as pessoas não querem ouvir mais falar de mazelas herdadas; querem ação. E é exatamente ação na área da saúde que elas avaliam que está faltando na administração da borboletinha. Isso não quer dizer que a nossa verde prefeita esteja condenada ao mármore do inferno da popularidade. Nada disso! A Zona Norte é o seu bastião. Lá, o apoio a Micarla é ainda muito forte. Quem está abandonando o barco com mais rapidez é a classe média e a população da zona sul.
5. Quanto mais apanha, mais Carlos Eduardo cresce
O ex-prefeito Carlos Eduardo deveria pagar alguma coisa aos vereadores que insistem em trombetear contra a sua administração na Câmara Municipal, pois, segundo as pesquisa qualitativas, o eleitorado natalense não gosta de vê-lo levando bordoadas. As pessoas acham injustos os ataques desferidos contra ele e sua gestão. Assim sendo, o ataque ao agora pedetista é um daqueles casos em que o tiro pode sair pela culatra.
6. Garibaldi é o preferido dos que desaprovam o Governo Lula
Nem todo eleitor de Garibaldi desaprova o Governo Lula, mas todos que desaprovam o Governo Lula vêem com bons olhos o ex-governador e atual Senador do PMDB.
7. José Agripino tem uma avaliação descolada da sua oposição radical ao Governo Lula
Ao contrário de Garibaldi, o Senador José Agripino (DEM) transita bem entre os que gostam e entre os que detestam o Governo Lula. Essa informação, aparentemente desconcertante, parece-me ter uma explicação razoável: José Agripino, avaliam os eleitores, é um bom senador. E ponto. E isso significa o quê? Ora, que as pessoas tendem a votar nele mesmo sem concordar com todas as sua posições. Ele é adversário fidagal do Lula, certo? Ok, os apoiadores de Lula sabem disso, mas, parece, desconsideram um pouco essa postura do ex-pefelista, e levam em conta, nas suas escolhas, o conjunto da obra (a sua atuação parlamentar).
É isso. Nada mais me foi dito, embora eu tenha perguntado muito mais.
Marcadores:
Carlos Eduardo Alves,
Eleições,
Garibaldi Alves,
Governo do RN,
Governo Lula,
José Agripino,
Mikarla,
PDT,
PMDB,
Vilma Maia
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
César Maia, quem diria, minimiza a candidatura de Marina
Tenho alguns amigos petistas que gostam de ver uma conspiração da direita por trás de cada movimentação política. Assim, nesses dias, tenho ouvido poucas e boas a respeito da possível candidatura da ex-ministra Marina Silva, alguém até ontem elogiada por esses mesmos interlocutores. "Trata-se de um bom jogo da direita", dizem-me alguns. Acho, e isso é um lugar comum, que é reducionismo de mais pensar assim. "O mundo é mais complexo", já dizia, há alguns anos, uma menina em uma propaganda do McDonalds.
Bueno, pois não é que o César Maia (e não me venham dizer que ele não representa alguma coisa dessa fatia meio fugidia da política brasileira que é a direita!), em seu Ex-Blog, aponta argumentos que mais servem para consolar do que para desesperar os petistas! Que maravilha, não? Confira abaixo!
MARINA: CRISTOVAM BUARQUE OU HELOÍSA HELENA?
O senador Cristovam Buarque saiu do PT e se lançou pelo PDT candidato a presidente. Fixou-se monotematicamente na educação e terminou com 2,6% dos votos. Heloísa Helena iniciou a campanha com sucesso e chegou a passar a barreira dos 15%. Abriu seu discurso a vários temas. Depois foi minguando e terminou com 6,85%. Pouco tempo de TV. Cristovam teve um tempo de TV razoável pelo PDT. Marina tende a ser monotemática-ambiental e teria pouco tempo de TV. Enfrentaria seu partido de 30 anos? Refundaria o PV, como afirmou (Valor, 11/08) e manteria seu mandato pelo Acre? Apenas marcaria posição como candidata?
Bueno, pois não é que o César Maia (e não me venham dizer que ele não representa alguma coisa dessa fatia meio fugidia da política brasileira que é a direita!), em seu Ex-Blog, aponta argumentos que mais servem para consolar do que para desesperar os petistas! Que maravilha, não? Confira abaixo!
MARINA: CRISTOVAM BUARQUE OU HELOÍSA HELENA?
O senador Cristovam Buarque saiu do PT e se lançou pelo PDT candidato a presidente. Fixou-se monotematicamente na educação e terminou com 2,6% dos votos. Heloísa Helena iniciou a campanha com sucesso e chegou a passar a barreira dos 15%. Abriu seu discurso a vários temas. Depois foi minguando e terminou com 6,85%. Pouco tempo de TV. Cristovam teve um tempo de TV razoável pelo PDT. Marina tende a ser monotemática-ambiental e teria pouco tempo de TV. Enfrentaria seu partido de 30 anos? Refundaria o PV, como afirmou (Valor, 11/08) e manteria seu mandato pelo Acre? Apenas marcaria posição como candidata?
Marcadores:
Dilma Rousseff,
Eleições,
Marina Silva,
PMDB,
PT,
Sucessão presidencial
Sucessão presidencial: o abalo provocado pela entrada em cena da Marina
Repercute, e muito, a entrada em cena, como presidenciável, da ex-Ministra Marina Silva. Confira abaixo!
Marina & Ciro
FERNANDO RODRIGUES - FOLHA SP
BRASÍLIA - A possível entrada da quase ex-petista Marina Silva na corrida presidencial demonstra como ainda é volátil o cenário em 2010. Até há um mês, o Planalto maquinava com razoável sucesso para haver apenas uma escolha plebiscitária entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Agora, a chance de Marina entrar na disputa pelo Partido Verde pavimentou o caminho para Ciro Gomes (PSB) voltar a pensar em voos nacionais. Por tabela, congestionou a trajetória de Dilma.
Com quatro candidatos na urna eletrônica (Dilma, Serra, Marina e Ciro), a ala cirista do PSB passou a alimentar o desejo de repetir no Brasil o desempenho da eleição estadual de Pernambuco em 2006.
Naquele ano, Lula tentou a reeleição e teve dois palanques em solo pernambucano: Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT). Lulistas, ambos concorriam para o governo local contra Mendonça Filho (PFL, hoje Democratas). No segundo turno, deu Campos versus Mendonça. O PT apoiou o PSB, que acabou vencendo a parada.
No ano que vem, o idílio imaginado por Ciro é terminar o primeiro turno à frente de Dilma. A entrada de Marina Silva seria a sua garantia de que o votos de centro e de esquerda estariam fracionados.
Esse tipo de configuração depende necessariamente da candidatura de Marina Silva. Sem ela, Ciro ficaria falando sozinho. Teria uma estrada acidentada para tentar pela terceira vez o Planalto (ele já foi candidato em 1998 e em 2002).
Já a ainda senadora petista, do seu lado, precisa ponderar muita coisa antes de entrar para ser linha auxiliar desse ou daquele candidato. Promoverá a causa verde. Mas estará em um partido político cuja metade da bancada não tem a menor ideia do que vem a ser política de meio ambiente. E todos são liderados pelo deputado Zequinha Sarney, do PV do Maranhão.
frodriguesbsb@uol.com.br
Marina & Ciro
FERNANDO RODRIGUES - FOLHA SP
BRASÍLIA - A possível entrada da quase ex-petista Marina Silva na corrida presidencial demonstra como ainda é volátil o cenário em 2010. Até há um mês, o Planalto maquinava com razoável sucesso para haver apenas uma escolha plebiscitária entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Agora, a chance de Marina entrar na disputa pelo Partido Verde pavimentou o caminho para Ciro Gomes (PSB) voltar a pensar em voos nacionais. Por tabela, congestionou a trajetória de Dilma.
Com quatro candidatos na urna eletrônica (Dilma, Serra, Marina e Ciro), a ala cirista do PSB passou a alimentar o desejo de repetir no Brasil o desempenho da eleição estadual de Pernambuco em 2006.
Naquele ano, Lula tentou a reeleição e teve dois palanques em solo pernambucano: Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT). Lulistas, ambos concorriam para o governo local contra Mendonça Filho (PFL, hoje Democratas). No segundo turno, deu Campos versus Mendonça. O PT apoiou o PSB, que acabou vencendo a parada.
No ano que vem, o idílio imaginado por Ciro é terminar o primeiro turno à frente de Dilma. A entrada de Marina Silva seria a sua garantia de que o votos de centro e de esquerda estariam fracionados.
Esse tipo de configuração depende necessariamente da candidatura de Marina Silva. Sem ela, Ciro ficaria falando sozinho. Teria uma estrada acidentada para tentar pela terceira vez o Planalto (ele já foi candidato em 1998 e em 2002).
Já a ainda senadora petista, do seu lado, precisa ponderar muita coisa antes de entrar para ser linha auxiliar desse ou daquele candidato. Promoverá a causa verde. Mas estará em um partido político cuja metade da bancada não tem a menor ideia do que vem a ser política de meio ambiente. E todos são liderados pelo deputado Zequinha Sarney, do PV do Maranhão.
frodriguesbsb@uol.com.br
Marcadores:
Ciro Gomes,
Eleições,
Governo Lula,
José Serra,
Marina Silva,
PSDB,
PT,
Sarney,
Sucessão presidencial
A edição mais recente do Síntese Cubana
Uma edição conjunta da Casa de Amizade Brasil-Cuba e da Associção Cultura Jose Martí, o Síntese Cubana é um informativo qualificado e muito bem feito. Graças à arte e a criativade do meu amigo Olavo. Leia aqui a edição mais recente.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
E a vida? É a vida. Ou vida. Oh, vida...
Acho que você vai gostar de ler o texto abaixo. Eu o retirei do Blog do Favre. Confira!
A rotina do tempo
Márcia Barbieri
A vida é uma máquina de triturar rancores e angústias, as alegrias são retiradas a fórceps. Você se diz cansado da repetição dos ponteiros do relógio, a verdade é que os meus dias também são longos e eu me arrasto. Carrego uma mochila de pedras nas costas, porque assim evito a tentação de apalpar a tristeza com as mãos.
Mas, diferentemente da maioria das pessoas, os dias sempre siameses não me incomodam. Nem me importa a previsibilidade dos matemáticos, porque apesar de toda lógica, eles não podem evitar a perfeição da medida áurea que esgana o tempo. Também diferente de alguns, jamais deixei de ler um livro porque conhecia o seu final, ninguém consegue retratar as minúcias e são exatamente elas que me atraem.
Quando me olhas e achas que tenho orgulho, não se engane. Minha cabeça erguida não é pretensão, é medo, é refúgio, é fuga dos vôos rasantes dos dragões que se desprendem de mim, dos trilhos e das máquinas que atravessam o meu corpo.
O amor são dedos vasculhando na ferida e dói. Às vezes, minha dor são pássaros negros, de olhos furados e canto triste. Eles são insanos e cavalgam sem piedade no meu corpo.
Sossegue querido, cada centímetro da minha pele conhece o seu desespero. Relaxe, hoje é terça, venha e povoe mundos dentro de mim, enquanto as crianças colhem pipas e ilusões na ventania.
Márcia Barbieri. Formada em Letras (Português/Francês) pela UNESP, participa do Curso de Mestrado em Literaturas Africanas na USP. É professora de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino. Ministra aulas particulares de Língua Francesa e faz revisão de textos. Edita o blogue Minha Vida Não Vale Um Conto. Fonte Escritoras Suicidas.
Márcia Barbieri
A vida é uma máquina de triturar rancores e angústias, as alegrias são retiradas a fórceps. Você se diz cansado da repetição dos ponteiros do relógio, a verdade é que os meus dias também são longos e eu me arrasto. Carrego uma mochila de pedras nas costas, porque assim evito a tentação de apalpar a tristeza com as mãos.
Mas, diferentemente da maioria das pessoas, os dias sempre siameses não me incomodam. Nem me importa a previsibilidade dos matemáticos, porque apesar de toda lógica, eles não podem evitar a perfeição da medida áurea que esgana o tempo. Também diferente de alguns, jamais deixei de ler um livro porque conhecia o seu final, ninguém consegue retratar as minúcias e são exatamente elas que me atraem.
Quando me olhas e achas que tenho orgulho, não se engane. Minha cabeça erguida não é pretensão, é medo, é refúgio, é fuga dos vôos rasantes dos dragões que se desprendem de mim, dos trilhos e das máquinas que atravessam o meu corpo.
O amor são dedos vasculhando na ferida e dói. Às vezes, minha dor são pássaros negros, de olhos furados e canto triste. Eles são insanos e cavalgam sem piedade no meu corpo.
Sossegue querido, cada centímetro da minha pele conhece o seu desespero. Relaxe, hoje é terça, venha e povoe mundos dentro de mim, enquanto as crianças colhem pipas e ilusões na ventania.
Márcia Barbieri. Formada em Letras (Português/Francês) pela UNESP, participa do Curso de Mestrado em Literaturas Africanas na USP. É professora de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino. Ministra aulas particulares de Língua Francesa e faz revisão de textos. Edita o blogue Minha Vida Não Vale Um Conto. Fonte Escritoras Suicidas.

Para quem ainda está no trabalho...
Eu ainda estou aqui, no trampo. Para aliviar, nada como uma boa música. Como não sou egoista, divido com você. Confira!
Assinar:
Postagens (Atom)