O jornalista Alon Feuerwerker, quase sempre, emite opiniões lúcidas e corajosas sobre a realidade política nacional (e, de vez em quando, internacional). Eu indico sempre a leitura do seu sempre ótimo blog (http://www.blogdoalon.com.br/). Transcrevo abaixo a sua análise sobre a mais recente pesquisa da CNT/IBOPE dando contas do crescimento da popularidade do presidente Lula, mesmo em meio à crise. Vale a pena conferir!
E coragem para isso?
As pesquisas CNT e Ibope confirmam a alta popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas como vão ficar os índices de aprovação do presidente quando os sinais da crise estiverem mais evidentes por aqui? Quando a criação de empregos desacelerar? Vamos especular. Assim mesmo, no chutômetro. Pois eu acho que, mantida a atual disposição de forças políticas, Lula tem chances de atravessar a crise sem graves danos na imagem ou na popularidade. Quando as pessoas votam num presidente da República elas escolhem um líder. Um líder para as horas boas e as horas más. Para enfraquecer o líder é preciso que a oposição ofereça alternativas mais vantajosas de liderança. Mais vantajosas para os liderados, não para os candidatos a líder. A oposição brasileira não consegue apresentar uma única idéia substancialmente diferente de como enfrentar o tsunami econômico mundial, para que o Brasil saísse dele melhor do que sairá com Lula. E o cidadão comum que hoje apóia o governo, e que prtanto está potencialmente disposto a votar para que as coisas continuem como estão, fica sem grandes motivos para mudar de lado. A questão dos juros já foi tratada aqui ad nauseam. Outra coisa reveladora são as "medidas de exceção" propostas pelo presidente da Companhia Vale do Rio Doce. Retirar "temporariamente" direitos trabalhistas para, em troca, supostamente reduzir demissões. O governo flerta com a idéia. Aliás, Lula flerta com essa plataforma "neoliberal" de vez em quando (leia A reforma trabalhista de Lula e o Livro Vermelho de Mao Tsetung). Só para fazer uma média com os empresários. Se Lula estivesse na oposição e alguém propusesse mexer em direitos trabalhistas, o mundo desabaria. Lula aproveitaria para tirar o máximo proveito possível desse ensaio de insensatez do governante. Porque o certo agora não é flexibilizar direitos dos trabalhadores, mas fazer o contrário: reforçá-los. Demitir um empregado, por exemplo, deveria ficar mais caro. Isso desestimularia as demissões e ajudaria a evitar mais desemprego. Crédito em bancos estatais só deveria estar disponível para quem não demitisse. E o governo deveria dar crédito muito barato para empresas que contratassem agora, no meio da crise, uma certa porcentagem adicional de sseu contingente laboral. Quer demitir? Então vai pegar capital de giro nos bancos privados, pagando os juros da livre iniciativa. Capitalismo nos olhos dos outros é refresco. O resumo da ópera: Lula governa gerando benefícios para os pobres e segurança para os ricos. Daí a sua popularidade. Lá atrás, a oposição tentou minar a primeira perna (lembram do "bolsa-esmola"?). O resultado foi ruim. Agora a oposição teria que mirar na segunda. E coragem para isso?
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Uma boa notícia: a ANVISA enfrenta a indústria farmacêutica
A indústria farmacêutica, apoiada pelas agências publicitárias e pelas emissoras de rádio e TV, transformaram o comércio de remédios no Brasil nessa terra de ninguém onde tudo vale. Qualquer tentativa de regulação na área é imediatamente rechaçada. Mesmo a mais tímida das iniciativas governamentais, é sempre vista como uma terrível ameaça ao livre comércio e à liberdade de expressão. Nesse quadro, quando lemos notícias, como a que transcrevo partes abaixo, publicada hoje no jornal Folha de São Paulo, ficamos com a sensação de que, sim, podemos avançar no nosso processo de civilização. E, para sermos honestos, devemos reconhecer a coragem e disposição do Ministro José Gomes Temporão.
Anvisa aprova novas restrições a propaganda de medicamentos
Resolução determina a veiculação de mensagens de advertência específicas
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As propagandas de medicamentos terão que seguir regras mais rígidas daqui a seis meses.
Resolução aprovada pela diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prevê restrições à distribuição de amostras grátis e determina a veiculação de mensagens de advertência específicas para cada substância em rádio, televisão e meios de comunicação impressos.
O anúncio oficial está marcado para hoje. Ele deve ser feito pelo presidente da agência reguladora, Dirceu Raposo de Mello, e pelo ministro José Gomes Temporão (Saúde), autor de estudos acadêmicos a respeito do assunto.
As amostras grátis terão que conter a dose recomendada na bula para um período inteiro de tratamento. Se o médico receitar, por exemplo, que o paciente use uma determinada pomada por 30 dias, a amostra grátis do medicamento não poderá servir, como acontece hoje, apenas para uma semana.
(...)
Será proibida propaganda de medicamento em programas dedicados ao público infantil.
Consulta pública
A resolução da Anvisa é fruto de uma proposta submetida a consulta pública em 2005. O principal objetivo era restringir a automedicação.
Pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que, em 2006, foram registrados 32,8 mil casos de intoxicação por medicamentos no país, número 30% superior ao registrado no ano anterior.
O texto final deve desagradar a indústria farmacêutica, que defende a auto-regulamentação do setor.
(...)
As empresas que descumprirem as regras estarão sujeitas a penalidades que vão desde a obrigatoriedade de veicular uma mensagem para corrigir a propaganda errada até a suspensão da venda do produto, caso não haja retificação.
(...)
ASSINANTE UOL LÊ A MATÉRIA COMPLETA AQUI.
Anvisa aprova novas restrições a propaganda de medicamentos
Resolução determina a veiculação de mensagens de advertência específicas
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As propagandas de medicamentos terão que seguir regras mais rígidas daqui a seis meses.
Resolução aprovada pela diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prevê restrições à distribuição de amostras grátis e determina a veiculação de mensagens de advertência específicas para cada substância em rádio, televisão e meios de comunicação impressos.
O anúncio oficial está marcado para hoje. Ele deve ser feito pelo presidente da agência reguladora, Dirceu Raposo de Mello, e pelo ministro José Gomes Temporão (Saúde), autor de estudos acadêmicos a respeito do assunto.
As amostras grátis terão que conter a dose recomendada na bula para um período inteiro de tratamento. Se o médico receitar, por exemplo, que o paciente use uma determinada pomada por 30 dias, a amostra grátis do medicamento não poderá servir, como acontece hoje, apenas para uma semana.
(...)
Será proibida propaganda de medicamento em programas dedicados ao público infantil.
Consulta pública
A resolução da Anvisa é fruto de uma proposta submetida a consulta pública em 2005. O principal objetivo era restringir a automedicação.
Pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que, em 2006, foram registrados 32,8 mil casos de intoxicação por medicamentos no país, número 30% superior ao registrado no ano anterior.
O texto final deve desagradar a indústria farmacêutica, que defende a auto-regulamentação do setor.
(...)
As empresas que descumprirem as regras estarão sujeitas a penalidades que vão desde a obrigatoriedade de veicular uma mensagem para corrigir a propaganda errada até a suspensão da venda do produto, caso não haja retificação.
(...)
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Raul Castro na reunião de cúpula: blog furado
Fui avisado, pelo meu amigo Olavo, da presença do líder cubano Raul Castro na reunião de cúpula em Costa do Sauípe (Bahia), quando a grande imprensa ainda não tinha certeza do fato. Mas, envolvido que estava (estou ainda), em um concurso para professor, não tive como postar nada no blog. O blog foi "furado" pela realidade, mas Olavo deu a sua contribuição.
Valeu, Olavo!
P.S.: Depois eu comento mais sobre o importante papel desempenhado por Olavo no desafio de construir pontes de solidariedade e amizade entre Brasil e Cuba.
Valeu, Olavo!
P.S.: Depois eu comento mais sobre o importante papel desempenhado por Olavo no desafio de construir pontes de solidariedade e amizade entre Brasil e Cuba.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
O papel da ouvidoria de polícia
Leia aqui artigo de autoria do Professor Jorge Zaverucha, da UFPE, sobre as ouvidorias de polícia. Material importante para todos quantos nos preocupamos com a construção de políticas de segurança pública neste país.
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Popularidade de Lula dispara
Trancrevo abaixo matéria de hoje publicada na Folha Online.
Aprovação do governo Lula aumenta e bate novo recorde, aponta CNT/Sensus
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou em dezembro deste ano a melhor avaliação positiva na história da pesquisa CNT/Sensus, que começou a ser divulgada em 1998. Segundo o levantamento, o governo do petista recebeu avaliação positiva de 71,1% dos entrevistados, contra 6,4% que avaliam negativamente o governo. Entre os entrevistados, 21,6% avaliaram o governo Lula como regular.
A avaliação pessoal do presidente Lula também obteve o a segunda melhor avaliação histórica da pesquisa, subindo de 77,7% em setembro para 80,3% em dezembro. Somente 15,2% dos entrevistados desaprovaram o presidente, enquanto 4,6% não responderam.
Os índices de popularidade de Lula só perderam para as avaliações de sua popularidade registradas em janeiro de 2003 --o ano em que foi empossado no cargo-- quando obteve 83,6% de aprovação.
O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, disse que a popularidade recorde do governo Lula é conseqüência do discurso adotado pelo presidente para tranqüilizar a população em meio à crise econômica.
"Em verdade, o país ainda colhe os resultados econômicos do último trimestre. O país começa a se sentir atingido pela crise financeira e começa a demonstrar preocupações em relação a isto. Junto com isso, o discurso forte do Lula em termos do preparo do país para a crise faz com que o eleitor lhe dê um voto de crédito", disse.
Guedes disse que, embora a avaliação de índices econômicos tenha caído, a imagem de Lula se mantém distante da crise. "Ao mesmo tempo que há avaliação mais negativa de indicadores sócio-econômicos e expectativa em relação a esses indicadores, a popularidade de Lula sobe e a aprovação pessoal também", afirmou.
Na última edição da pesquisa CNT/Sensus, em setembro deste ano, a avaliação positiva do governo era de 68,8% --um crescimento de três pontos percentuais. Desde fevereiro deste ano, o governo Lula vem obtendo recordes sucessivos de popularidade a cada edição da pesquisa.
Em janeiro de 2003, a avaliação do governo chegou a 56,6%, depois registrou queda. Mas voltou a crescer desde o início deste ano, já em seu segundo mandato.
A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 8 e 12 de dezembro, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.
Avaliação
A pesquisa ainda mostra que o governo Lula atendeu às expectativas de 42,9% dos entrevistados, enquanto outros 35,6% avaliam que superou as expectativas dos brasileiros.
Somente 18,4% dos entrevistados acreditam que o governo Lula ficou, até agora, abaixo das expectativas da população, e outros 3,1% não responderam.
A maioria dos entrevistados (41,1%) também avalia que Lula está com mais disposição em seu segundo mandato, enquanto 40,3% acham sua disposição similar. Outros 15,4% acreditam que Lula tem menos disposição nos últimos anos do seu governo.
Aprovação do governo Lula aumenta e bate novo recorde, aponta CNT/Sensus
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou em dezembro deste ano a melhor avaliação positiva na história da pesquisa CNT/Sensus, que começou a ser divulgada em 1998. Segundo o levantamento, o governo do petista recebeu avaliação positiva de 71,1% dos entrevistados, contra 6,4% que avaliam negativamente o governo. Entre os entrevistados, 21,6% avaliaram o governo Lula como regular.
A avaliação pessoal do presidente Lula também obteve o a segunda melhor avaliação histórica da pesquisa, subindo de 77,7% em setembro para 80,3% em dezembro. Somente 15,2% dos entrevistados desaprovaram o presidente, enquanto 4,6% não responderam.
Os índices de popularidade de Lula só perderam para as avaliações de sua popularidade registradas em janeiro de 2003 --o ano em que foi empossado no cargo-- quando obteve 83,6% de aprovação.
O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, disse que a popularidade recorde do governo Lula é conseqüência do discurso adotado pelo presidente para tranqüilizar a população em meio à crise econômica.
"Em verdade, o país ainda colhe os resultados econômicos do último trimestre. O país começa a se sentir atingido pela crise financeira e começa a demonstrar preocupações em relação a isto. Junto com isso, o discurso forte do Lula em termos do preparo do país para a crise faz com que o eleitor lhe dê um voto de crédito", disse.
Guedes disse que, embora a avaliação de índices econômicos tenha caído, a imagem de Lula se mantém distante da crise. "Ao mesmo tempo que há avaliação mais negativa de indicadores sócio-econômicos e expectativa em relação a esses indicadores, a popularidade de Lula sobe e a aprovação pessoal também", afirmou.
Na última edição da pesquisa CNT/Sensus, em setembro deste ano, a avaliação positiva do governo era de 68,8% --um crescimento de três pontos percentuais. Desde fevereiro deste ano, o governo Lula vem obtendo recordes sucessivos de popularidade a cada edição da pesquisa.
Em janeiro de 2003, a avaliação do governo chegou a 56,6%, depois registrou queda. Mas voltou a crescer desde o início deste ano, já em seu segundo mandato.
A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 8 e 12 de dezembro, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.
Avaliação
A pesquisa ainda mostra que o governo Lula atendeu às expectativas de 42,9% dos entrevistados, enquanto outros 35,6% avaliam que superou as expectativas dos brasileiros.
Somente 18,4% dos entrevistados acreditam que o governo Lula ficou, até agora, abaixo das expectativas da população, e outros 3,1% não responderam.
A maioria dos entrevistados (41,1%) também avalia que Lula está com mais disposição em seu segundo mandato, enquanto 40,3% acham sua disposição similar. Outros 15,4% acreditam que Lula tem menos disposição nos últimos anos do seu governo.
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Crime e policiamento
Leia aqui interessante artigo de autoria de, entre outros, Cláudio Beato (UFMG), sobre criminalidade e estratégias de policiamento para fazer-lhe face.
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Policiamento
A NSE e a prostituição
Em artigo publicado na revista Caderno CRH, a professora Gláucia Helena Russo (UERN), expõe, desde uma perspectiva similar àquela assumida pela Nova Sociologia Econômica, o singificado do dinheiro nas relações de prostituição. O artigo de Gláucia é um resumo de sua tese de doutorado, orientada pelo Professor Orlando Miranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN. Intitulado No labirinto da prostituição: o dinheiro e seus aspectos simbólicos, o artigo pode ser acessado aqui.
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