quinta-feira, 15 de abril de 2010

Uma canção d'além mar...

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Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Edmilson,

gostaria, se possível, de trazer uma discussão para o seu bem frequentado blog. É que, de acordo com pesquisa recentemente publicada, o vereador Paulo Vagner figura em primeiro lugar nas pesquisas para Dep Federal em Natal e grande Natal.
Este fato me deixa duplamente impressionado.
1. Fico tentando entender a força do "gordinho fenômeno" no RN.
Penso, primeiro, na força vir do fato dele ser apresentador de Tv. Isto, apesar de ajudar, não tem validade heurística. Não há nenhuma lei mecânica que apresenta a correlação entre liderar um programa de Tv e se tornar um campeão de votos. Este argumento parece coisa do tipo: "olha, esses ignorantes se deixam enganar pelas imagens de Tv".
Acho que as classes que dão sustentação ao obeso político estão a procura de algo novo. Algo que não passe pela escassez, que é hoje o mercado político no RN.
Na impossibilidade deste novo aparecer, eis que o gordinho ocupa o lugar. Um cara, como já escutei aplicando questionários em Natal e Grande Natal, que “anima a política”, “que muda as coisas”. Parece que essas pessoas estão cansadas dos mesmos nomes e dos mesmos rostos. Isto traz um quadro de apatia e tristeza.
2. O que me impressiona nisso tudo é ver o preconceito de classe em quase todas as análises que tentam capturar esta novidade política. Não vejo ninguém discutir as iniciativas políticas de Paulo Vagner ou o que ele vem representando. Só há espaço para repudiar o modo como ele se veste ou a maneira como se expressa na TV.
Além disso, os eleitores de Paulo Vagner são, freqüentemente, enquadrados como alienados e/ou ignorantes. No entanto, fico refletindo e acho que o que, de fato, leva as pessoas a votarem nele não tem nenhuma relação com ignorância ou alienação. Será que só é inteligente e consciente quem vota na dita “esquerda”?! Ou, o que é ainda pior, nos candidatos portadores de diplomas acadêmicos, que se vestem bem e falam com o típico ar bacharelesco que Machado de Assis tão bem denunciou?
Para mim, Paulo Vagner, Micarla de Sousa e agora Rosalba Ciarlini parecem, lembrando de guardar as devidas especificidades de cada um deles, responder a um cansaço generalizado por parte da sociedade com relação aos mesmos nomes que figuram nas disputas eleitorais.
A impressão que fica é que, ao contrário do que dizem os formadores de opinião, são as classes menos abastadas que vem tentando operar algum tipo de mudança.
O mercado da política é escasso e as pessoas tendem a ver mudança em pessoas “novas”, o que pode não significar, necessariamente, “alteração” do status quo político. Este efeito de luz é o que dá sentido a esses novos nomes.
O negócio todinho é que este "novo" não pode ser enxergado como a "aparência" que esconde, na verdade, uma essência conservadora. Mesmo partindo de um ponto de vista retórico, ele se torna real.
Além disso, não adianta dizer que o povo é ignorante e burro, pois a classe média e as classes mais abastadas são as que menos votam preocupadas em buscar o bem comum. Geralmente estão mais preocupadas em resguardar os cargos de confiança que têm na prefeitura ou a boquinha contratual de prestação de serviço junto ao estado.
Posso estar errado, mas vejo um movimento de mudança política no RN, principalmente na maneira como determinados estratos de classe vêm se posicionando politicamente. Uma real tentativa de compreender o caso do gordinho fenômeno ajudaria bastante na explicação.
PS. Parece que o mais inteligente nessa história todinha é o próprio PAulo Vagner porque, mesmo recebendo inúmeras sugestões para "melhorar o visual", conforme uma assessora dele me disse com um certo ar de decepção no rosto, o vereador mais votado de Natal continua a falar, gesticular e a se relacionar com os seus eleitores da mesma maneira. O que a assessora dele não percebe é que não foi Vicente Serejo, Cassiano Arruda ou Woden Madruga que colocaram ele na condição em que se encontra.

Abs

Daniel Menezes