quarta-feira, 14 de abril de 2010

Crise na Prefeitura do Natal: a situação dos CMEIs

Sem nenhum ator político que aborde seriamente a crise na Prefeitura da Cidade do Natal, esta vai aparecendo de forma fragmentada. Até porque não dá para se proteger do sol com peneira, não é? Sobre o post anterior, leia abaixo matéria publicada ontem no site da Tribuna do Norte.

Como se pode depreender, a fatura do caos administrativo vai ser debitada na conta dos de sempre: os cidadãos. No caso, pais e alunos.



CMEIs param atividades por falta de funcionários

Os Centros Municipais de Educação Infantil sofrem, desde a última semana, com dificuldades para continuar com as aulas. Alguns CMEIs estão paralisando total ou parcialmente as suas atividades por falta de funcionários. O motivo é o atraso no pagamento de funcionários terceirizados da rede municipal de educação, vinculados à empresa SS Construções, Serviços e Empreendimentos LTDA. Segundo informações de pais e diretores dos Centros, a Prefeitura de Natal não faz o repasse dos recursos para a empresa desde outubro e por isso a SS Construções não tem mais como bancar os seus funcionários.

O problema de pagamento atinge o chamado “pessoal de apoio”, em outras palavras vigias, porteiros, merendeiras, assistentes de secretaria, entre outros. Apesar de atuarem no apoio, esses funcionários são essenciais para o funcionamento das escolas e, por isso, o trabalho está comprometido. Um dos Centros com maior dificuldade de funcionamento é o de Mirassol. Como a maioria dos terceirizados moram longe da escola, a falta de pagamento tanto de salário quanto de vale-transporte impede o deslocamento e a chegada ao trabalho. Lá, não há aula desde quarta-feira da semana passada.

Os pais dos alunos do CMEI de Mirassol estão se articulando para enfrentar o problema. Para que o patrimônio da escola não seja depredado, o Conselho Escolar do CMEI está custeando as passagens de ônibus de dois vigias, um diurno e outro noturno. “Não gosto de usar essa palavra, mas temos uma escola que é referência. Deixar isso aqui abandonado é pedir pra perder o que conquistamos”, diz Jalmira Damasceno, que é avô de uma criança da escola.

O desespero atinge não somente os pais de alunos, mas principalmente os próprios funcionários com salários atrasados. No CMEI Vilma de Faria, localizado no bairro de Morro Branco, o vigia Antônio Santana, vinculado à SS Construções, está revoltado com a situação. “Estamos sem vale-transporte, vale-alimentação e sem salário. Meu aluguel está atrasado e tenho medo das consequências desse atraso. Não posso correr o risco de ser despejado”, afirma. Antônio mora próximo ao CMEI, mas outros funcionários, que preferiram não se identificar, estão pegando dinheiro emprestado para ir trabalhar. Uma merendeira do Vilma de Faria afirmou que, caso o assunto não fosse resolvido, não haveria merenda hoje. O CMEI Vilma de Faria está funcionando somente meio período, apesar da necessidade dos pais, que trabalham o dia inteiro, de um local para deixar suas crianças.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a empresa SS Construções, Serviços e Empreendimentos, que pertence ao Grupo Interforte, mas não houve resposta em tempo hábil. A Secretaria Municipal de Educação informou que estaria normalizando a situação até amanhã.

Um comentário:

Anônimo disse...

E o pior, uns sindicatos vacilam em suas lutas e greves, e outros, inclusive, aparecem tecendo mil elogios a gestão...

Dennys Lucas