domingo, 9 de outubro de 2011

As linha do poder no RN: um destaque

Eu destaco, da entrevista do Senador Agripino, comentada no post abaixo, o trecho a seguir. Antes disso, um registro: a jornalista Ana Ruth conduziu com muita competência essa conversa com o demista.

"O recuo dos quatro deputados (Gustavo Carvalho, Ricardo Motta, Vivaldo Costa e Raimundo Fernandes) em não migrarem para o PSD teve interferência do Democratas, do Governo Rosalba Ciarlini?

JOSÉ AGRIPINO: O Governo tem obrigação de legítima defesa para garantir sua governabilidade. O Governo tinha obrigação de trabalhar para não ser refém de ninguém. O Governo tem obrigação de ter aliados, de não ser subordinado a ninguém. Nem à vontade de algum líder do Democratas, nem ao PMDB, que é aliado, nem ao PR, com quem pode se aliar, nem a partido nenhum. Entendia que o PMN (antigo partido de Robinson Faria) era um partido aliado, sempre entendi como partido aliado, não poderia se transformar num super partido, num mega partido, trazendo gente de toda parte, inclusive gente que não apoiou a eleição de Rosalba, como forma de tutelar o Governo. "

LEITURA:

Robinson tentou movimentar as peças do xadrez político local com a ambição de criar o seu próprio espaço político vital. Ora, isso, nestas plagas, é pecado mortal, sabemos todos. O pai de Fábio Faria teve vida fácil durante muito tempo, e aí pensou que seria assim para sempre. Esqueceu de combinar com os seus movimentos com os donos da bola. E a bola, por estas bandas, há tempos, fica com um Alves ou um Maia.

De repente, Robinson descobriu que ele também é um General de poucos soldados. Experiência parecida com todos aquelas vividas pelos incautos que tentaram criar uma "terceira via" no RN.


Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Edmilson,

José Agripino falou mais do que deveria.
Prova disso foi que teve de recuar em algumas afirmações.
Em seu twitter, voltou atrás quanto a impossibilidade de aliança com o PSD.
Ora, em várias cidades importantes do RN, o PSD e o DEM estarão coligados em 2012. Além disso, o emparedamento de Robinson já tinha sido efetivado e Carlos Augusto já tinha virado a página. Para todos os efeitos a base governista estava unida.
Agripino também teve de aliviar as afirmações também porque, ainda que não tenha tantos soldados assim, e tenha perdido um dos seus principais aliados, que era Ricardo Mota, atual presidente da assembleia, Robinson tem uma força que não merece ser desconsiderada. O seu apoio foi importante na região oeste, inclusive, para que José Agripino e Garibaldi despachassem Wilma. E para muitos, Agripino praticamente jogou Robinson na oposição.
Ora, Agripino já remendou tanto a entrevista que ela já se tornou irreconhecível.
Me lembrei das suas palavras sobre a nossa tentativa de super racionalizar as ações dos agentes políticos.
Agripino quis se apresentar como líder do governo estadual e já está também sendo cobrado pelo "atropelamento" contra Carlos Augusto.
Acho que teve um pouco de vaidade ali no sentido dizer: eu venci a disputa com o PSD no RN e sou eu quem mando.
E, conforme você mesmo disse, expôs em demasia as fraturas da base governista.
A própria governadora, que se encontra em viagem, já havia passado o governo para Robinson, atitude que não era necessária administrativamente, mas representou um gesto de afirmação de que está tudo bem.
Agripino não foi feliz na entrevista.

Abs.

Daniel