No domingo passado, o jornal Folha de São Paulo publicou os resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto DATAFOLHA sobre as preferências dos eleitores em relação às candidaturas (mais ou menos) postas para a corrida presidencial. Dado que os números foram largamente publicados, e, a essa altura, é de conhecimento de todos, aproveito para colocar aí abaixo as análises de dois quadros políticos maduros e com certa visão do jogo (goste-se ou não dos dois, reconheça-se, eles têm uma boa capacidade de análise). Refiro-me a César Maia e a José Dirceu.
NOTAS SOBRE A PESQUISA DATAFOLHA PARA PRESIDENTE!*
César Maia
1. A soma das intenções de voto na lista que não inclui Marina Silva foi de 80%. Na lista que incluiu Marina Silva foi de 82%. Serra perdeu um ponto (37 x 36), Dilma ganhou um ponto (16 x 17), Ciro perdeu um ponto (15 x 14) e Heloísa Helena ficou nos mesmos 12%. Marina Silva teve 3% na segunda lista. Ou seja, Marina teve as intenções de voto dos que rejeitam o quadro político atual e preferem não votar.
2. O mais favorecido nessa pesquisa foi o PSOL, pois sua candidata, Heloísa Helena, não sofreu qualquer abalo. Na medida em que a opção dela seja pelo senado em Alagoas, como muitos garantem, o apoio a Marina Silva, e a retirada de Heloísa Helena, passa a ter um valor alto em relação às exigências que o PSOL faça, para apoiá-la, em nível regional para ampliar suas bancadas - federal e estaduais. A pesquisa sugere que o espaço ocupado por Heloísa Helena não se altera com a simples menção ao nome de Marina.
3. A interrupção do crescimento de Dilma é natural, com sua muito menor exposição em função da quimioterapia e, agora, da radioterapia. Isso mostra também que o PT não se mexeu nesse período e que Dilma é candidata de Lula, compulsória e passivamente, apoiada pelo PT.
4. Serra venceria no primeiro turno no Sudeste, em especial em função do Interior do Estado de SP. No Nordeste é onde ele tem o menor nível (29%) e onde seus adversários somam a maior porcentagem: 55%. Só no Nordeste Ciro ocupa o segundo lugar (20%).
* material retirado do Ex-Blog do César Maia
Serra vem caindo. Candidatura atingiu piso e teto.
José Dirceu
Por que a Folha de S.Paulo não fez pesquisa sobre o 2º turno? Ou fez e não publicou? Ou vai publicar, ainda? O habitual, até agora, era a publicação junto com as pesquisas relativas ao 1º turno. Daí as minhas perguntas. Na pesquisa Datafolha publicada pelo jornal (domingo, 16.08), o fato é que juntos os pré-candidatos ministra Dilma Rousseff, deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e vereadora Heloisa Helena (PSOL-AL) somam 43% das intenções de votos dos brasileiros, contra 37% de um dos pré-candidatos tucanos, o governador de São Paulo, José Serra. O outro pré-candidato do PSDB é o governador de Minas, Aécio Neves.Somados, três pré-candidatos tem 6% a mais que Serra
O jornal não destaca, mas o tucano Serra vem caindo. E quando Marina Silva, eleita senadora pelo PT do Acre entra, ela tem 3%. Ou seja, as quatro candidaturas - Dilma, Ciro, Heloisa e Marina fazem 46% contra 37% de Serra. A pesquisa demonstra o teto (39%) e o piso (32%) de Serra hoje; o empate entre Ciro, Dilma e Aécio; a persistência do voto de Heloisa Helena, que não deverá ser candidata a presidente; e o teto de Marina, 3%. Esse teto de Marina não tem comparação com as pesquisas que lhe foram apresentadas pelo PV, onde ela aparecia com até 14%. Este percentual, tudo indica, não passa de pura manipulação de dados de pesquisas que até podem ser sérias, mas foram apresentadas com o propósito de promover o seu nome, e divulgadas bem ao estilo de nossa mídia, elevando candidaturas quando estas lhe interessam.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
A pesquisa DATAFOLHA sobre as eleições presidenciais
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Um comentário:
O Vox Populi embaralhou tudo
Pesquisa divulgada ontem na TV Bandeirantes contradisse frontalmente o Datafolha. Agora as acusações de fraude ganharam alguma solidez. A diferença nos números supera as margens de erro e é muito grande para ter sido provocada apenas por especificidades na preparação dos levantamentos.
O cenário do Vox Populi renova as chances de Dilma Rousseff, relativiza a influência de Ciro Gomes e indica a inevitabilidade de um segundo turno, qualquer que seja o quadro de candidatos – de modo chocante, são conclusões quase opostas às sugeridas pelo Datafolha. E, novamente, as lacunas falam por si: não houve gráfico mostrando as curvas de José Serra (descendente) e Dilma (ascendente), nem projeção de segundo turno ou (por que será?) uma amostragem da rejeição espontânea do eleitor.
As próximas pesquisas serão importantes para medir até onde o grupo Folha está disposto a mergulhar para influenciar as eleições vindouras. Houve a planilha de gastos do casal FHC, depois a ficha falsificada contra Dilma e atualmente essa lamentável, patética orquestração para atingi-la através de uma ex-funcionária ressentida e flagrantemente mentirosa. Caso insistam no equívoco e se dediquem a inventar realidades virtuais, instituto e grupo jornalístico vaporizarão a pouca credibilidade restante. E me pergunto: valerá a pena?
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