Mostrando postagens com marcador México. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador México. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Tão perto do céu, tão longe de Deus...

É com a frase do título do post que alguns mexicanos definem o seu país. Com uma história rica e permeado por conflitos de alta voltagem, o México enfrenta, hoje, o desafio provocado pelo crescimento do narcotráfico. Na verdade, o tráfico de drogas está fortemente enraizado em muitos setores da sociedade do pais. Tanto assim que a lógica da "guerra contra as drogas" no país parece ter mais efeitos colaterais do que desejáveis.

Nós, brasileiros, também lidamos com o problema do narcotráfico. E, por isso mesmo, podemos aprender alguma coisa e tirar algumas lições do terrível cenário mexicano. Daí que, sempre que posso, transcrevo aqui informações sobre a situação mexicana. Hoje, reproduzo abaixo artigo de autoria de Ignácio Ramonet sobre a guerra contra as drogas. O texto foi publicado inicialmente no Le Monde. A tradução para o português é de responsabilidade do EX-BLOG DO CÉSAR MAIA. Foi neste último que o capturei o que segue. Boa leitura!


MÉXICO: UM ESTADO ENCURRALADO ENTRE TRÁFICO, ZETAS, POLÍCIA, EXÉRCITO, MILÍCIAS, DEA!

Trecho do artigo de Ignacio Ramonet (21), no Le Monde Diplomatique.

1. Há uma guerra interna no México. Ou melhor, três guerras. Numa delas, diferentes cartéis do narcotráfico combatem pelo controle territorial; em outra, grupos Zetas (organizações mafiosas, constituídas por ex-militares e antigos policiais) especializam-se em sequestros e extorsões contra a população; a terceira provém da opressão e abusos cometidos pelos militares e forças especiais contra os civis. Nessas guerras, o número de mortos provocados por elas desde 2003 chega próximo dos 30 mil.

2. O México parece cada vez mais com um “Estado encurralado”, preso em uma armadilha mortal. Todos os tipos de agressores armados desfilam pelo país: as forças especiais do exército e os comandos de elite da polícia; bandos de paramilitares e para-policiais; clãs de assassinos e gangues de todos os tipos; agentes norte-americanos da FBI, CIA e da DEA; e por fim os Zetas, que persistem na perseguição dos imigrantes latino-americanos, na travessia em direção aos Estados Unidos.

3. A cada ano, cerca de 500 mil latino-americanos atravessam o México em direção ao “paraíso norte-americano”, mas antes de alcançá-lo, seu percurso assemelha-se ao inferno. Ataques sucessivos de hordas predatórias depenam-nos no decorrer da trilha, com roubos, sequestros, violações… Oito mulheres entre dez são vítimas de abusos sexuais; grande parte delas é transformada em “serventes escravizadas” por bandos criminais, ou contratadas como prostitutas. Centenas de crianças são arrancadas de seus pais e obrigadas a trabalhar nos campos clandestinos de maconha.

4. Milhares de imigrantes são sequestrados e para liberá-los, os Zetas exigem de suas famílias o pagamento de um “regaste”. “Para as organizações criminais é mais fácil sequestrar durante alguns dias alguns desconhecidos em troca de 300 a 1500 dólares cada um, que correr o risco de sequestrar um grande patrão.” Se ninguém é capaz de pagar o regaste dos sequestrados, eles são simplesmente liquidados.

5. Cada célula dos Zetas possui seu próprio carrasco, muitas vezes responsável pela decapitação e esfolamento dos corpos das vítimas, até por queimá-los dentro de barris metálicos. No decorrer da última década, cerca de 60 mil imigrantes ilegais, cujos familiares não puderam quitar o resgate, “desapareceram” dessa forma…

6. Por outro lado, o governo de Obama considera que o banho de sangue que submerge o México ameaça ser um grande perigo para a segurança norte-americana. A chefe da diplomacia, Hillary Clinton, não hesitou em declarar: “A ameaça que representam os narcotraficantes está crescendo; parecendo cada vez mais com a de grupos de insurgentes políticos (…) O México começa a parecer cada vez mais com a Colômbia dos anos 1980.”

7. O poder mexicano continua batendo na tecla de que nos últimos anos o viés militar foi a única solução para a desordem e a violência do país. Resultado: cada vez mais os cidadãos parecem concordar com as decisões dos militares diante da situação vigente… Uma solução encorajada sem dúvida pelo Pentágono, apesar de o Departamento e Estado e a Presidência do EUA manterem a velha retórica dos “princípios democráticos”.

8. São as máfias norte-americanas que tiram a maior vantagem de todo o narcotráfico latino-americano: cerca de 90% do lucro total, 45 bilhões de euros por ano… Enquanto todos os cartéis da América Latina juntos compartilham apenas os 10% restantes…

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O PSDB e a mexicanização

PRI, o partido que dominou a política mexicana por quase um século, é sempre mobilizado como um espectro quando o Presidente Lula consegue obter vitórias eleitorais e políticos. O tucanato lembra um pouco aqueles meninos de nossa infância, donos da bola, que queriam parar o jogo quando o seu time estava perdendo...

Bueno, confira abaixo, artigo de autoria do jornalista Elio Gaspari, comentando essa, digamos, face da oposição brasileira. Lembre: o artigo chega aqui via Blogo do Noblat, ok?


Enviado por Ricardo Noblat - 1.9.2010 9h26m
Deu em O Globo
Quando a oposição perde, apita: PRIiiiiii!
Elio Gaspari


Quando a oposição brasileira é devastada pelo resultado eleitoral, alguém apita: "PRIiii!". É um grito de advertência contra o perigo da instalação de um regime de partido único (de fato) no Brasil. Algo parecido com a coligação de políticos, burocratas, sindicalistas e cleptocratas que governou o México de 1926 a 2000, boa parte do tempo sob a sigla do Partido da Revolução Institucionalizada.

O apito de PRI costumava soar depois da eleição. Agora ele veio antes, com um inoportuno componente de derrotismo.

Ele soou em 1970, quando a popularidade do general Médici e os camburões da polícia esmagaram o MDB. A oposição ficou com 87 das 310 cadeiras da Câmara, perdendo até o terço necessário para requerer uma CPI. O governo elegeu 42 senadores, perdendo apenas no Rio de Janeiro e na antiga Guanabara. Era o PRI.

Quatro anos depois, o MDB elegeu os senadores em 16 dos 22 estados. Não se falou mais em PRI.

Em 1986, cavalgando o Plano Cruzado, o PMDB de José Sarney elegeu 22 governadores, 36 senadores e a maioria dos deputados. Novamente: PRI!

Três anos depois Fernando Collor de Mello elegeu-se presidente da República e, desde então, o apito calou-se, para voltar a ser ouvido agora.

Falar em PRI no Brasil quando o PSDB caminha para completar vinte anos consecutivos de poder em São Paulo é, no mínimo, uma trapaça. Sabendo-se que o PT conformou-se com uma posição subsidiária nas eleições para governadores, o espantalho torna-se risível.

É nessa hora que se deve olhar para o espantalho. Ele não é o que quer o tucanato abichornado, mas o paralelo histórico tem algo a informar.

O PRI surgiu depois de uma revolução durante a qual mataram-se três presidentes e desterraram-se outros dois. Seu criador não foi Emiliano Zapata, muitos menos Pancho Villa (ambos passados nas armas), mas um general amigo dos sindicatos e dos movimentos sociais.

Chamava-se Plutarco Elias Calles, assumiu em 1924, saiu em 28 e governou até 1935 por meio de prepostos, fazendo-se chamar de "Jefe Máximo". Esse período da história mexicana é conhecido como "Maximato".

A boa notícia para quem flerta com um Lulato é que Calles parece-se com Nosso Guia na política voltada para o andar de baixo e até mesmo fisionomicamente, sem barba.

A má notícia vai para a turma do mensalão. Um dia "El Jefe Máximo" teve uma ideia e decidiu entregar o poder ao companheiro de armas Lázaro Cárdenas. Encurtando a história, Cárdenas dobrou à esquerda, exilou meia dúzia de larápios do "Maximato", inclusive um ex-presidente, e, em 1936, despachou o próprio Calles, que ralou cinco anos de exílio.

O que está aí para todo mundo ver é o Lulato, com Nosso Guia pedindo votos para sua candidata, e uma grande parte do eleitorado, consciente e satisfeita, dizendo que atenderá com muito gosto ao seu pedido.

Um país com a sofisticação econômica do Brasil, com a qualidade da sua burocracia e com o vigor de suas instituições democráticas não cai nas mãos de um PRI qualquer. Apitando-se, faz-se barulho, e só.

O problema da oposição brasileira, com sua vertente demófoba, chama-se Lula, "El Jefe Máximo", que o embaixador Celso Amorim chamou de Nosso Guia e Dilma Rousseff qualificou como o "grande mestre, ele nos ensinou o caminho".

Siga o Blog do Noblat no twitter

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O México e nós

Perplexidade, angústia e medo. Esse sentimentos nos invadem quando tomamos conhecimento da chacina ocorrida na fronteira norte mexicana. O número de assassinados, dentre eles, parece, alguns brasileiros, aponta a importância política do enfrentamento, com conhecimento científico e decisão política, da máquina mortífera do narcotráfico.

Essa máquina, não esqueçamos!, também produz suas chacinas e massacres no Brasil. E não muito longe. Aqui mesmo em Natal, na Zona Norte da cidade, micro-cartéis produzem cenários também grostescos. E, aos poucos, a cidadania, acuada, vai se resignando em ceder partes do território e de áreas do Estado e do Mercado para os criminosos.

Confira abaixo nota publicada no EL PAÍS sobre essa realidade.

La crueldad cotidiana de los narcos mexicanos



La crueldad y el ensañamiento no tienen límites cuando de la guerra entre mafias del narcotráfico mexicano se trata. Los cadáveres de cuatro hombres jóvenes maniatados fueron hallados ayer colgando de un puente en las cercanías de la ciudad de Cuernavaca, en el Estado de Morelos. Las víctimas habían sido torturadas y mutiladas. Sus genitales y sus cabezas fueron abandonados sobre el asfalto, junto a un mensaje enviado por los sicarios a una banda rival. Una escena que ya se ha convertido en algo cotidiano.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O narcotráfico e o terror sem limites

A terrível notícia abaixo diz respeito ao México. Mas até quando estaremos fora desse cenário de horrores em que tem se transformado o México após as investidas do Governo contra os cartéis das drogas? A matéria foi publicada na edição de hoje do jornal espanhol El País.

Asesinados 16 jóvenes en un centro para toxicómanos de Ciudad Juárez
Una docena de encapuchados ha irrumpido en el edificio con una lista de sus objetivos
Madrid / Ciudad Juárez - 03/09/2009.

Una docena de hombres armados ha irrumpido esta madrugada (hora española) en un centro de rehabilitación para toxicómanos en Ciudad Juárez, en México, y ha asesinado a 16 jóvenes, recoge el diario El Universal en su edición online. Hay al menos cinco heridos en estado crítico.

Según fuentes de la fiscalía local, los hechos han ocurrido en la colonia Bella Vista, al noreste de la localidad, en un centro para el control de adicciones llamado El Aliviane donde viven más de 50 personas.

Varios testigos han asegurado que un grupo de por lo menos 12 hombres encapuchados ha entrado en el centro con una lista de sus objetivos, y tras identificarlos, han sido puestos en fila en un pasillo y fusilados.

Segundo caso en 2009

Hasta el lugar se han desplazado varias ambulancias de la Cruz Roja para atender a los heridos, y llevarlos a hospitales. En el traslado, las ambulancias han sido custodiadas por soldados del Ejército mexicano y agentes federales.

Este es el segundo caso en lo que va de año en que hombres armados entran en un centro de rehabilitación de drogadictos en Ciudad Juárez para asesinar a varios internos.



quinta-feira, 16 de abril de 2009

A díficl guerra contra o narcotráfico no México.

Na última terça-feira, em uma conversa informal com colegas coordenadores de cursos de sociologia e ciências sociais, após uma cansativa reunião sobre a avaliação da CAPES, tocamos no assunto narcotráfico. Um colega, se não me engano de Ribeirão preto, comentava sobre a sua experiência como professor visitante no México. Falava da experiência singular que foi lecionar em Ciudad Juarez, situada na fronteira com os EUA, uma espécie de capital do narcotráfico. Comentava o colega sobre o clima de medo e de desarticulação da vida social e cultural provacado pela ostensiva presença (e poder) do crime organizado naquele sítio. Após aquele encontro, eu que venho acompanhado com interesse o desenrolar da "guerra contra o tráfico", fiquei a pensar, no vôo de volta para a casa, como é díficil fugir dos lugares-comuns na abordagem do problema das drogas. Enquanto matuto sobre o assunto, transcrevo, mais abaxo, notícia de hoje, publicada na edição eletrônica do El País, sobre o tema.


México, bajo el azote del narcotráfico
Obama llega a un país donde el Estado y los carteles se disputan el monopolio de la violencia. Esta situación, que en 2008 provocó 7.000 asesinatos, se ha ido gestando a lo largo de los últimos cinco lustros.
SERGIO GONZÁLEZ RODRÍGUEZ

La visita a México del presidente Barack Obama se inscribe en una situación de excepcional degradación institucional al sur de la frontera de Estados Unidos. La inseguridad y la violencia, producto de la guerra del narcotráfico y otras industrias del delito, en particular el secuestro, nunca habían sido tan graves en México como ahora. Los 7.000 muertos de 2008 duplicaron la cifra del 2007. Y tan sólo en el primer trimestre de este año se cuentan 1.000 muertos. El año pasado hubo un promedio de 17 secuestros por día en todo el país, y el índice de impunidad de los delitos llegó al 99%, de acuerdo con la Comisión Nacional de Derechos Humanos (CNDH).

El Gobierno del presidente Felipe Calderón comenzó con una operación firme del Ejército en tareas de combate al narcotráfico. A pesar de su espectacularidad, los resultados han sido escasos. Los grupos delictivos multiplicaron su capacidad ofensiva y su control a lo largo y a lo ancho del territorio nacional, sobre todo en Chihuahua, Tamaulipas, Michoacán, Nuevo León y Tabasco, entre otros Estados. Por su parte, el Gobierno mexicano ha reducido el problema a media docena de localidades, entre ellas, Ciudad Juárez. Sin embargo, las bajas de esta guerra están en todas partes: delincuentes, militares, policías, ciudadanos.

Bajo la disputa del monopolio de la violencia entre el Estado y los narcotraficantes en sus diversas facciones, que luchan entre sí por la hegemonía del crimen y el dominio de los territorios, el despliegue de 90.000 soldados en varios puntos del país se ha convertido en un factor que tiende a empeorar los escenarios por el abuso de la fuerza y su falta de respeto a los derechos humanos. Al visitar México, la alta comisionada de las Naciones Unidas para los Derechos Humanos (ACNUDH), Louise Arbour, expresó ya el peligro que implica esta participación.

Al igual que otras veces durante los últimos años, el Gobierno mexicano ofreció, en víspera de un encuentro binacional y como muestra de su voluntad de combatir al narcotráfico, la detención de un narcotraficante de renombre. En este caso, se detuvo a Vicente Carrillo Leyva, hijo del que fuera jefe del cártel de Juárez Amado Carrillo Fuentes, el extinto Señor de los cielos. A pesar de que desde 1998 hubo orden de aprehensión contra Carrillo Leyva, derivada del Maxiproceso del Gobierno contra tal grupo criminal, las autoridades permitieron que éste, originario del Estado de Sinaloa al noroeste del país, se instalara en un barrio adinerado de la capital, previa cirugía estética que apenas le modificó la nariz, y viviera libre durante años como un joven empresario.

Días antes, las autoridades habían detenido a Vicente Zambada Niebla, hijo de otro ex miembro del cártel de Juárez, Ismael El Mayo Zambada, ahora afecto al cártel de Sinaloa. Esta detención fue la respuesta del Gobierno al escándalo internacional que suscitó la presencia del narcotraficante Joaquín El Chapo Guzmán Loera, cabeza del cártel de Sinaloa, en la lista de millonarios de la revista Forbes con una fortuna de 1.000 millones de dólares. Guzmán Loera, que se fugó en 2001 de un penal de "alta seguridad" en los primeros días del Gobierno de Vicente Fox Quesada, del Partido Acción Nacional (PAN), es conocido desde entonces como el capo del panismo, y permanece en libertad a pesar de existir orden de aprehensión contra él desde años atrás. Una red de corruptelas lo protege.

La situación adversa de México se gestó a lo largo de los últimos 25 años, y se asocia a los acuerdos de Estado y Gobierno con los cárteles de la droga, el uso del territorio del país para el trasiego de la cocaína proveniente de Sudamérica y la corrupción paulatina de las corporaciones militares y policiacas. Aquellos acuerdos fueron parte del apoyo mexicano en su territorio a la operación Irán-Contra de 1981, que dirigió el vicepresidente George Bush padre durante el mandato del presidente Ronald Reagan.

La operación, que consistió en el intercambio de armas para la contraguerrilla nicaragüense por drogas para el mercado de Estados Unidos, fue dirigida por la Agencia Central de Inteligencia (CIA), y participó su homóloga mexicana: la Dirección Federal de Seguridad (DFS). En esa época se dieron dos asesinatos emblemáticos que se atribuyen a intromisiones en tales nexos hasta entonces confidenciales: el del periodista mexicano Manuel Buendía y el del agente estadounidense anti-narcóticos Enrique Camarena. Su fantasma acompaña la degradación mexicana y la ambigüedad de Estados Unidos en el problema de las drogas en México y a nivel continental.

Dicho estigma ha continuado en sus dos vertientes: por un lado, periodistas amenazados, desaparecidos o asesinados mientras investigaban asuntos de crimen organizado y poder político (35 de ellos en los últimos siete años, como registra la CNDH); por otro, corporaciones militares o policiacas de ambos países inmersas en un juego de estrategia destructiva.

Casi nadie quiere recordar que la degradación mexicana comenzó y persiste en el seno de sus instituciones. El poder criminal que representa el narcotráfico en México es consustancial a su política y a su economía: cada año, las actividades por lavado de dinero ascienden a 24.000 millones de dólares, según difundió el diario The Washington Post en otoño pasado. El propio sistema financiero mexicano facilita que el lavado de dinero quede impune. Tratar de ignorar cómo se llegó y se sostiene esta aberración, está lejos de ayudar a detenerla.

A semejanza de antaño, se ha visto la escalada contradictoria de mensajes entre ambos países, que ha seguido un juego de dureza inicial acerca de México en tanto "Estado fallido" y riesgo para la seguridad de Estados Unidos, y, conforme se acerca la fecha del encuentro presidencial, se ha ido transformando en suavidad diplomática en busca de acuerdos básicos. Si se expresa la repetición de esta rutina, habrá un encuentro proclive a la propaganda y la hipocresía compartidas, más que el logro de un emplazamiento distinto del problema que trascienda las inercias del pasado.

Bajo el principio del prohibicionismo a la producción, el tráfico, la distribución, venta y consumo de las drogas, el combate a los cárteles seguirá el modelo de Estados Unidos impuesto a Colombia, que se funda en los riesgos a la soberanía nacional encubiertos bajo el rubro de la cooperación, el uso intensivo de fuerzas paramilitares susceptibles de ser corrompidas, el surgimiento de conflictos de contrainsurgencia, etcétera. Con todo, resulta imperativo que el Gobierno estadounidense se comprometa a restringir la demanda de drogas en su país y la oferta de armas, y que comience a aceptar la discusión sobre el fracaso de las acciones represivas en busca de un paradigma nuevo: la legalización de las drogas y su implantación gradual.

Hay muchas fuerzas geopolíticas y políticas dentro de ambos países que se benefician con el negocio de la ilegalidad de las drogas y el auge de las industrias delictivas. El caos aparente que trae consigo la violencia desatada y el imperio del crimen organizado es, en realidad, un escenario dirigido para las ganancias de algunos.

El presidente Felipe Calderón presume ante el mundo de su programa de combate al narcotráfico y al delito. Los hechos lo desfavorecen: su Acuerdo Nacional por la Seguridad, Justicia y Legalidad fue incapaz de inhibir el crimen organizado, lo que ha incrementado el poderío criminal y recrudecido la violencia. Ha ofrecido muchas acciones y las ha consumado, pero se ha olvidado de los resultados y la eficacia real de sus operativos; divulga sus cambios pero soslaya los nulos avances. Refugiado en el formalismo de su figura presidencial como último bastión, lo vemos perder poco a poco la batalla definitiva de su mandato. Y va en desventaja a su encuentro con el presidente Obama. Tendrá que añadir lucidez a su firmeza.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Tópicos da guerra contra o tráfico

Não sei se você leu matéria publicada na Folha de domingo passado sobre a violência em Ciudad Juarez, no México. Trata-se de uma reportagem de boa qualidade sobre os desdobramentos políticos e sociais da guerra contra as drogas. Neste momento, no México, a discussão sobre o melhor modelo de enfrentamento do tráfico de drogas parece algo muito retórico, pois, podemos afirmar pelas informações de que dispomos, que a guerra já se desenrola. E as mortes já se contam aos milhares. Hoje, no El País, a mesma questão é abordada. Confira abaixo!

M. Á. BASTENIER
'Narcoguerra' en México y Colombia

Colombia y México están íntimamente vinculados por el narcotráfico. Ambos países son ámbitos de producción y tránsito de droga con destino a Estados Unidos, con su formidable mercado de 35 millones de consumidores, y el asalto a las instituciones del Estado que Colombia sufría en los años ochenta y noventa parece una calcomanía de lo que hoy sucede en México. Ha habido un trasvase de mafias, una implantación de carteles de la droga de Colombia en México, porque la demanda es tal que la oferta se ubica allí donde esté el eslabón más débil. Pero los dos países no son vasos comunicantes, porque no es que el primero se vacíe para llenar el segundo, sino que México se colombianiza, sin que Bogotá se vacíe por ello del problema.

En 1982, el presidente norteamericano Ronald Reagan creó la South Florida Task Force, que destruyó los canales de distribución colombianos por mar hasta Miami, lo que dio lugar a la operación trasvase, mediante la cual los carteles colombianos comenzaron a establecer con socios locales nuevas rutas a través de México. Al mismo tiempo, el Estado colombiano comenzaba a imprimir mayor vigor a la lucha contra el narco. Bajo la presidencia de Ernesto Samper en los noventa, se dieron severos golpes al cartel de Medellín, se dice que con la colaboración de las mafias de Cali, y aunque fue esa presunta connivencia la que arruinó un prometedor mandato del que el propio presidente cuenta que se levantaba cada mañana preguntando qué fuego había que apagar, a su término, en 1998, la guerra ya no podía perderse. Andrés Pastrana y Álvaro Uribe han sido los continuadores de esa obra y, muy notablemente, este último ha apostado sus dos mandatos, y puede que un tercero, a la derrota de la narcoguerrilla, FARC, bajo cuyo amparo crece la coca.

Unos 150.000 mexicanos viven del cultivo, procesamiento y distribución de coca, opio y marihuana, y otros 300.000 operan en industrias complementarias, mientras que en Colombia se decía que uno de cada cuatro varones adultos vivía del negocio de la violencia. Las mafias actúan con impunidad en los Estados de Nuevo León, Guanajuato, Tamaulipas, Chihuahua y Veracruz, y, también como en la Colombia de Pablo Escobar, han desarrollado una red asistencial para facilitar despensas y ayudas económicas a los marginados con el objeto de crearse un escudo de opinión mientras corrompen a las autoridades. No en vano, la mafia siciliana nació en el siglo XIX para saquear el Estado, pero también fue un servicio de auxilios al pequeño campesino y jornalero contra los abusos de la propiedad latifundista.

Esa corrupción afecta hasta tal punto a la policía y los servicios de información que el presidente Felipe Calderón ha tenido que enviar al Ejército a la reconquista de Ciudad Juárez, en la frontera con Estados Unidos, donde son militares los nuevos jefes de los servicios de seguridad y operan 7.500 soldados patrullando carreteras y caminos, como hace el contingente de la OTAN en Afganistán. En esa localidad de millón y medio de habitantes, ha habido en los primeros 50 días de 2009 500 asesinatos; y desde 2006, en todo México, más de 10.000 muertes vinculadas al narco, tres veces más que las bajas de Estados Unidos en seis años de guerra en Irak.

En Colombia, la superposición de las FARC para la protección y cobro del peaje sobre el cultivo ilícito ha difuminado el panorama, de forma que combatir a la guerrilla parece que lo tapa todo, y pese a los indiscutibles éxitos militares del Estado, la extensión de los campos de coca nunca disminuye. Si mañana las FARC se autodisolvieran, la erradicación del narco se hallaría lejos de estar garantizada, porque a los antiguos carteles les han sucedido gran número de pequeños traficantes diseminados por una geografía abrupta, mal comunicada e inabarcable por un Estado que, aun habiéndose reforzado notablemente con Uribe, necesitaría más tropas de las que parece dispuesto a sufragar el capitalismo nacional.

Diríase que el presidente estadounidense, Barack Obama, sólo hubiera heredado guerras de su predecesor: contra la crisis, contra el pueblo de Irak, contra Al Qaeda y los talibanes en Afganistán y Pakistán, y en su linde meridional, contra la droga. Sellar la frontera con México exigiría seguramente muchos más hombres que el medio millón que Estados Unidos envió a Vietnam a perder una guerra. Pero sin el concurso irrestricto del vecino del norte, cuesta creer que el combate al narco pueda culminarse con éxito.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A díficil luta contra o narcotráfico no México

O narcotráfico penetrou fundo na vida social mexicana. Introduziu-se nas mais diversas esferas e corrompeu de forma comprometedora as instituições policiais e a própria justiça. Nós, brasileiros, devemos acompanhar com muita atenção o que está ocorrendo naquele país. Se não por outro motivo, ao menos para tirarmos algumas lições. Por isso mesmo, republico abaixo matéria de hoje do jornal espanhol El País.

La policía mexicana detiene a 'El Java', presunto capo del narcotráfico

El Ejército mexicano ha capturado a uno de los presuntos líderes del cártel del Golfo, Javier Díaz Román, alias El Java, relacionado al parecer con el narcotráfico en los estados de Quintana Roo y Veracruz, según detallaron este jueves las autoridades mexicanas, que procedieron al arresto el pasado 22 de diciembre.

La Suprocuraduría de Investigación Especializada en Delincuencia Organizada (SIEDO) había emitido una orden de busca y captura que finalmente se llevó a término a principios de semana, aunque el sospechoso opuso resistencia e intentó huir, según informaciones de los medios locales.

El cártel del Golfo opera en Cancún y, al parecer, el detenido guarda vínculos con el líder del grupo de sicarios Los Zetas, así como con otros presuntos narcotraficantes. Desde el día 24, Díaz Román se encuentra bajo custodia de la SIEDO.

En paralelo a esta operación, el Ejército mexicano detenía unas horas antes a 23 presuntos narcotraficantes en el sur del país, varios de ellos policías, vinculados al poderoso cartel de los hermanos Beltrán Leyva, ha informado la Secretaría de Defensa Nacional (Sedena).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Narcotráfico e mortes no México

Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo.


Dobram mortes ligadas ao crime no México
DO "NEW YORK TIMES", NA CIDADE DO MÉXICO

As mortes relacionadas à guerra das drogas no México mais que dobraram neste ano, ante 2007, e o número deve aumentar antes que comece a cair, declarou o procurador-geral da Justiça mexicana.
Eduardo Medina-Mora vinculou o salto a uma batalha entre cartéis pelo controle do mercado e ao vácuo de poder deixado por uma série de detenções e apreensões que ganharam grande destaque.
O número de homicídios entre criminosos atingiu 5.376 do começo do ano a 2 de dezembro, 117% acima dos 2.477 homicídios registrados no período em 2007, disse. (...)

MATÉRIA COMPLETA AQUI (PARA ASSINANTES DO UOL).

domingo, 23 de novembro de 2008

O peso do narcotráfico no México

Ontem, ao comentar artigo, digamos, infeliz, publicado no jornal Folha de São Paulo, fiz um comentário rápido sobre o papel de desestabilização da vida social mexicana desempenhado pelo narcotráfico. Para uma melhor compreensão do assunto, transcrevo mais abaixo matéria publicada hoje no EL PAÍS. Trata-se de uma entrevista com o Procurador-Geral da República do México. Vale a pena conferir!

ENTREVISTA: EDUARDO MEDINA MORA Procurador general de la República
"El crimen organizado estaba tocando a las puertas del Estado"



No hace mucho, en un periódico mexicano apareció una viñeta en la que se veía al diablo muy preocupado, charlando con un colega sobre la situación de violencia que sufre el país. "Durante décadas", venía a decir, "temimos que se colombianizara México, ahora lo que nos da miedo es que se mexicanice el infierno...". Así que la primera pregunta, la que aquí se hace hasta el demonio, es obvia.

Pregunta. ¿Qué está pasando en México?

Respuesta. La situación actual responde a una evolución de dos fenómenos que, si bien no surgieron juntos, sí conviven de una manera un tanto perversa. De una parte, este país nunca se planteó con suficiente seriedad la construcción de instituciones policiales y de procuración de justicia realmente transparentes. En el pasado tuvimos circunstancias de seguridad pública que se percibían mejores, pero eso no necesariamente respondía a una estructuración institucional pertinente. El modelo funcionaba para algunos ciudadanos, pero era un modelo de delincuencia administrada. El crimen organizado desde el poder. Y ese modelo fue liquidado en los ochenta, pero no se sustituyó por unas instituciones sólidas. No las tenemos. La principal característica del problema de seguridad es su debilidad institucional. Otro factor que ha contribuido es resultado del proceso de evolución política, de la desconcentración del poder. El Ejecutivo anterior era muy fuerte, basado en las atribuciones que la Constitución le da al presidente pero también en poderes metaconstitucionales. Y cuando el país entró en una circunstancia democrática más clara, muchos de esas reglas dejaron de funcionar. El poder se descentralizó. No siempre en un sentido virtuoso. Por ejemplo, México tiene una enorme fragmentación policial. Este Estado es federal, y cada ayuntamiento, cada municipio tiene la potestad constitucional de construir su fuerza pública. Hay más de 1.640 corporaciones policiales en el país.

P. Muchas de ellas infiltradas por el narcotráfico...

R. Hay policías en algunas zonas de la frontera norte que directamente fueron privatizadas por el narcotráfico. El presidente Felipe Calderón ha dicho que las organizaciones criminales en algunas de esas zonas han disputado al Estado sus potestades básicas. El derecho exclusivo al uso legítimo de la fuerza. El derecho exclusivo de cobrar impuestos -básicamente con el fenómeno de extorsión- y en alguna ocasión el derecho exclusivo de dictar normas de carácter general. Esto se produjo porque, de forma paralela al debilitamiento del Estado, los cárteles mexicanos -que tradicionalmente tenían un papel de prestación de servicio a los colombianos, de porteadores de la droga- fueron adquiriendo más poder. Se beneficiaron de dos circunstancias. Por un lado, Estados Unidos consiguió cerrar la ruta del Caribe. Por otro, Colombia logró fragmentar y reducir el poder de los cárteles tradicionales -Pablo Escobar, los Ochoa, los Rodríguez Orihuela quedaron atrás-. Todo aquello le dio un enorme poder económico al narcotráfico en México, y como consecuencia un enorme poder corruptor y un enorme poder de intimidación. Por su parte, el Estado nunca le prestó suficiente atención a esta penetración lenta, paulatina pero muy potente en el marco institucional. Nunca valoró la capacidad del crimen para destruir instituciones, sobre todo al nivel local. Y ante este panorama -con una creciente confrontación entre las organizaciones y una enorme violencia- no tuvimos ninguna alternativa más que la de combatir sin cuartel a estos grupos.

P. Usted habla de la debilidad institucional. ¿Por qué el Estado no esperó a tener las armas necesarias? ¿Por qué se lanzó a esa guerra sin cuartel provocando la explosión de la violencia? ¿Era una cuestión tan urgente?

R. Era una cuestión absolutamente inaplazable.

P. ¿Por qué?

R. En primer lugar, la violencia ya estaba ahí. La violencia no comenzó con la Administración del presidente Calderón. La disputa de los territorios fue provocada porque el consumo de droga cambió en Estados Unidos. La demanda de cocaína bajó y subió la de estimulantes [metanfetaminas]. Los cárteles mexicanos empezaron a perder ingresos. Empezaron a no tener el suficiente dinero para sostener toda la infraestructura criminal que habían construido en todos estos años. Al ser el pastel más pequeño, se generó la lucha inicial, que luego se hizo más cruenta por otras circunstancias: alianzas precarias que se rompen, agravios y traiciones entre los mismos grupos.... El planteamiento del Gobierno no es terminar con el narcotráfico en la medida en que somos conscientes de que siempre habrá una demanda de sustancias ilícitas, sino quitarle a estas organizaciones el enorme poder de intimidación, el enorme poder de fuego que acumularon a lo largo de todos estos años y por consecuencia su capacidad de destruir instituciones y de secuestrar la tranquilidad de los ciudadanos.

P. Pero la sensación es justamente la contraria. Lo dice todo el mundo en la calle. Nunca México estuvo tan mal.

R. La percepción pública de la violencia responde primero a la manera en que ésta se presenta. Asesinatos, armas de alto poder, decapitaciones que potencian la percepción del fenómeno. No estoy desestimando el tamaño del problema, que es muy grave y así lo asumimos, pero sí hay que considerar que los niveles de violencia en el país comparado con otros países no son tan desfavorables. Hemos tenido este año un incremento muy significativo de los homicidios dolosos atribuibles a la delincuencia organizada, y que se potencia por la cobertura que los medios hacen. Porque la manera en que las organizaciones ejecutan su violencia también tiene un propósito mediático, también tiene un propósito de intimidación de la sociedad que es recogido por los medios. No es tanto el número, sino el esquema deliberado en el cual se realizan precisamente para que, recogidos por los medios, se potencie su aspecto intimidatorio. No nos comparamos tan mal con otros países. México tendrá este año alrededor de 12 asesinatos por cada 100.000 habitantes, Colombia va a llegar a 33 o 34, Guatemala o El Salvador, cerca de 50. La curva de la violencia se va a comportar como una curva de campana, todavía no hemos llegado al pico de máximo de violencia, y en la trayectoria descendente encontraremos también picos de violencia. En un futuro no demasiado lejano la violencia decrecerá.

P. ¿Hasta dónde había llegado para hacer tan urgente la lucha?

R. Las organizaciones de delincuencia organizada estaban tocando la puerta de las más importantes instituciones del Estado. Por eso tenía que darse una respuesta tan contundente, tan determinada. El principal error que sucedió en Colombia y nos han compartido como experiencia para no repetir, fue subestimar el poder corruptor del narcotráfico. Ciertamente, el narcotráfico ha tenido capacidad de infiltrar instituciones de seguridad y de procuración de justicia. Estamos realizando una investigación muy profunda que ha llevado a mandos muy importantes de la fiscalía y también de la policía federal a la cárcel. Hemos visto la capacidad del narcotráfico para lograr información anticipada de operaciones que se iban a realizar. Esto es lo que hemos llamado Operación Limpieza, apegada totalmente a derecho, en la que hemos podido judicializar casos en contra de mandos importantes. Y sobre esta base también separar de funciones a un número muy considerable de fiscales y de elementos. Aún tenemos pendiente el blindaje institucional para que la información no pueda salir

P. ¿Cómo se va a hacer?

R. En detalles muy concretos. Los computadores no deben tener USB o grabadores de discos compactos. No puede haber impresoras en papel y además hay que establecer alarmas de tal suerte que esta información no se disemine con la facilidad que nos hemos dado cuenta ahora que se hacía. El compromiso de la depuración es absoluto, y eso nos va a hacer más efectivos. El número de personas detenidas, el volumen de droga... Tengo aquí unos datos que demuestran nuestra eficacia. Del 1 de diciembre de 2006 en que tomó posesión el presidente Calderón hasta ahora, hemos confiscado 69,7 toneladas de cocaína. 3.655 toneladas de marihuana, alrededor de 40 toneladas de precursores químicos de la metanfetamina, 12.550 coches, 209 barcos, 315 aviones. También le hemos atacado al poder de fuego... Más de 27.000 armas, de las que 15.000 eran largas. Casi 2.000 granadas. Tres millones de municiones. Más armamentos de lo que se necesita para equipar a un Ejército. Hemos detenido a 38.247 personas. Líderes emblemáticos, 5; operadores financieros, 28; lugartenientes, 14; sicarios, 807; funcionarios públicos, 69... Se ha golpeado a todas y cada una de las organizaciones, sin excepción...

P. Pues aún así hay un 40% de la población, según las encuestas, que cree que la guerra se está perdiendo...

R. Los ciudadanos viven la conversación social, y la conversación social se construye no sólo en la vivencia cotidiana de cada uno, sino también en la versión que los medios dan del problema.

P. Hay otro 40% que estaría dispuesto a pactar con tal de que bajara el nivel de violencia.

R. No hay espacio para eso, en primer lugar porque eso es contrario a la ética política, a los valores democráticos, a los valores de respeto a la ley y a la Constitución. Y además en la dinámica en la que se ha entrado en términos de descomposición de las organizaciones, aunque tuviéramos la tentación no habría manera de llevarla a la práctica porque el deterioro y la fragmentación de las organizaciones hace imposible esto.

P. Aunque no haya sido parte de la estrategia, está en su agenda detener a los capos...

R. Lo está...

P. La gente se pregunta dónde están los narcotraficantes más famosos, el Chapo Guzmán...

R. Hay algunas figuras emblemáticas que son objetivo prioritario, pero no único de esta lucha. En los últimos 100 días se ha capturado a líderes muy importantes. Se han ido logrando estas capturas de figuras emblemáticas, pero lo que hace que la lucha sea exitosa será reducir la capacidad de ingresos y de capacidad de fuego, por eso el componente de armas es fundamental.

P. ¿Y de qué forma el éxito de esta lucha depende de EE UU?

R. El narcotráfico es un fenómeno transnacional. El mercado más importante del mundo es Estados Unidos, y México tiene 3.000 kilómetros de vecindad. EE UU tiene una legislación muy permisiva en materia de armas. Sus ciudadanos pueden adquirir legalmente las armas que deseen hasta de calibre 50. Un rifle, el barret, de calibre 50, es uno de los preferidos de los narcotraficantes mexicanos. Esa arma, que puede adquirir cualquier ciudadano, penetra blindaje, penetra paredes, ha llegado a alcanzar un objetivo a 2.400 metros de distancia. Sin duda en las cifras que le he dado de incautación de armas el abastecedor fundamental es Estados Unidos. Allí tienen alrededor de 107.000 establecimientos de ventas de armas. Algo más de 12.000 están en la frontera con México. Y precisamente son estos, los de la frontera, los que tienen como promedio de ventas anual el doble que el resto del territorio. Esto no puede ser casual, no puede ser accidental. La Constitución estadounidense en su segunda enmienda garantiza este derecho, y aunque a nosotros nos puede parecer absurdo que un ciudadano pueda comprar un [rifle] AK-47, un AR-15, o un barret 50, esa es la ley de la tierra.

P. Otra de las cuestiones de debate en México es si la policía sigue siendo operativa a pesar de las infiltraciones.

R. Sin duda. El tamaño y la capacidad institucional no se destruyó. El hecho de poder eliminar a estas personas no destruye a la institución. Son infiltrados, pero no hay colapso institucional en absoluto. Son las propias instituciones las que están ejecutando esta limpieza.

P. Pero hay casos en que la infiltración llegó muy alto -el ex jefe de la Interpol, el ex zar antidrogas-. Eso provoca una desconfianza creciente.

R. Yo creo que el efecto es el contrario. Cuando los ciudadanos miran que se afronta el problema, lo aplauden. Lo más grave en términos de confianza sería la negación, ignorar el problema. Los ciudadanos, y así lo estamos midiendo en nuestras encuestas, saben que estas acciones -difíciles, dolorosas, porque en algún caso era gente muy cercana a nosotros- están hechas con rigor y su efecto es que las instituciones salgan reforzadas.

P. ¿Se siente concernido por la sospecha generalizada hacia la clase política y, en especial, hacia los que como usted están en primera línea contra el narcotráfico?

R. Yo personalmente no tengo ninguna preocupación, nunca se me ha hecho ninguna imputación directa, porque no hay base para hacerla. No se me puede vincular con nada relacionado al crimen organizado.

P. ¿Cuándo se comenzará a ver la luz?

R. Se empieza a ver ya. El narcotráfico está perdiendo fuerza. En su caída están teniendo y tendrán reacciones de violencia inusitada. La situación de normalidad empezará a verse no muy lejos en el tiempo, aunque la batalla completa para ganar esta guerra sin duda es de largo plazo, y así lo planteó el presidente desde el primer día. Será una guerra larga, costosa, difícil. Pero la derrota es impensable porque es imposible. México tiene capacidad para derrotar al narcotráfico. No hay espacio para la derrota.