sábado, 9 de agosto de 2008

Paulo Linhares e a arte da superação

Advogado de sucesso, o Professor Paulo Linhares é um dos poucos políticos que conheço dotado de grande capacidade administrativa. Abnegado, Linhares consegue enfrentar desafios onde outros desistem. Essa arte de superação, obviamente, não se traduz sempre em reconhecimento dos seus superiores e colegas da administração pública. Muito pelo contrário, cria ciúme e intrigas. Junte a isso o fato, quase inadmissível para um político, de que Paulo Linhares pensa e assume publicamente os seus posicionamentos. Nesses casos, sabemos bem, o ciúme, não raramente, transforma-se em ódio.

Mas Paulo Linhares dá trabalho aos seus (poucos e enrustidos) adversários. Responde com dedicação ao trabalho. Tornou-se uma especialista na arte de transformar lugares e posições administrativas antes tidas como problemáticas em províncias administrativas vistosas que logam adquirem atratividade. No início do Governo Vilma de Faria, em 2003, todos imaginavam que o professor ocuparia uma pasta de relevo. Era o esperado. Linhares abrira, anos antes, as portas do PSB para Vilma. Militante histórico do partido no estado, fora apeado da indicação de candidato a vice-governador por uma ação incoseqüente do seu então colega de partido, Renato Fernandes. Mas Paulo não foi indicado para ser titular de nenhuma secretaria de estado. Como todos temiam o que ele poderia fazer de positivo à frente de uma pasta de relevo, enviaram-no para a Sibéria, no caso a presidência do IP.

E o que fez Paulo diante da situação? Não ficou, como dizem, chorando as pitangas. Arregaçou as mangas e foi à luta. O instituto de previdencia do RN estava combalido. Paulo se dedicou ao estudo da previdência, inteirou-se de tudo sobre o instituto (da legislação previdenciária ao cálculo atuarial se fez especialista). O resultado? Logo o IPE tornou-se uma máquina azeitada. O que ocorreu? Foi reconhecido? Não! Retiraram-no do instituto e enviaram-no para a Defensoria Pública, uma espécie de Azerbaijão da administração pública do RN até então. Para se ter uma idéia, naquele momento, a Defensoria tinha uma existência quase cartorial.

Mais uma vez Paulo se fez mestre na arte da superação. Com tino político, iniciou uma luta pelo reconhecimento, para a segurança pública e a construção de uma cultura de direitos humanos entre nós, da importância estratégica do fortalecimento da Defensoria. Como tinha que fazer quase tudo do zero, começou brigando, ao seu modo, sem estardalhaço, pela realização de concurso público para defensores. Ao mesmo tempo, passou a construir uma articulação nacional das defensorias públicas. O seu trabalho começa a mostrar resultados. Novos defensores estão sendo contratados e a máquina começa a ganhar forma.

O trabalho de Paulo, agora, ganha reconhecimento nacional. Fernando Calmon, presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos, em documento intitulado "III Diagnóstico da Defensoria Pública", ressalva a importância do que está ocorrendo no Rio Grande do Norte. Veja aqui o documento.

Eu, cá no meu canto, comecei a temer por Paulo. Será quea ciumeira vai começar e irão encontrar algum lugar remoto na Sibéria para enviá-lo?

Espero que a ciumeira não comece e Paulo seja enviado para o Alasca.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou mais entendida sobre a figura do Professor Paulo Linhares.

Ô___ô