quinta-feira, 4 de março de 2010

Falta água no sertão

Há alguns dias, estive no município de Apodi. Pude constatar que a população local, especialmente aquela residente na zona rural, está tendo dificuldades de acesso a água potável. Para complicar, enfrenta-se ali uma canícula de deserto. Ora, se no litoral o calor está terrível, imagine em pleno semi-árido! Para completar o quadro, o Exército, por falta de recurso, não mais está levando água aos mais necessitados. Mesmo na cidade, falta água. As pessoas estão comprando água...

Um comentário:

Anônimo disse...

Eis onde a falácia política das mega-obras faraônicas cai por... àgua! abaixo. A convivência com a estiagem (seca) é uma questão cultural e econõmica que deve ser tratada de forma responsável e com intervenções estratégicas e táticas. Ou seja, através de sistema de adutoras ou da construção de cinturões de açudes pequenos. Outra solução barata é a construção de sisternas am cada lar sertanejo, como algumas ONG´s desenvolveram há alguns anos.
Assim como em Israel ou no norte da África, a questão da água deve ser tratada como um bem precioso, raro e que deve ser armazenado para esses meses que, fatalmente, sempre virão.
Ser sertanejo (sou neto de 4 deles) é aprender a conviver com essa rarefação aquífera. Mas, é claro, sem a ação concreta do Estado, não é possível enfrentar de forma concreta o fenômeno climático e, é claro, social.
Numa perspectiva ambiental de aquecimento global, a questão da seca se tornará cada vez mais importante. Se não, corre-se o risco de vermos nosso sertão desabitado.
Água é vida e esta não é uma frase vasia para o sertanejo. A água é um bem tão fundamental, que o habitus sertanejo a trata como dádiva. Quando chove no sertão, a alegria é imensa. tempo bonito para o sertanejo é aquele nublado, cinza fechado, com trovões e raios, para se curtir na bica bela e abundante ou na rede quentinha, escutando a mãe natureza (ou São Pedro) gritarem no céu.
Seu texto me deu saudades do sertão.
Abraço,

Thadeu.