quinta-feira, 18 de março de 2010

Alan Daniel e o crescimento de Dilma

Alan Daniel Freire é professor de Departamento de Políticas Públicas da UFRN. É um estudioso da política nacional, tendo produzido uma tese de doutoramento, defendida no prestigiado IUPERJ, a respeito da dinâmica parlamentar brasileira. É um analista criterioso e frio, distante das paixões partidárias que pululam por aí.

Pois bem, meses atrás, em uma conversa de corredor, ele desfiou, pacientemente, as razões pelas quais a então recém lançada candidatura da ministra Dilma Roussef seria vitoriosa. A tese central do Alan é que faltava (e, pelo visto, ainda falta) um discurso para a oposição. E Dilma teria um discurso pronto: o da continuidade. Como o Governo Lula, aos olhos da grande maioria da população, está dando certo, a tendência, argumentava ele, seria a de que uma candidatura que representasse a continuidade ter tudo para deslanchar. E, arrematava, o PT criou uma máquina e redes sociais de capilaridade que o tornam uma força política positivamente superior do ponto de vista eleitoral.

A publicação da mais recente pesquisa IBOPE/CNI vai confirmando o prognóstico eleitoral do Professor Alan.

Vantagem de Serra cai de 11 para 5 pontos
Vantagem de Serra sobre Dilma cai para 5 pontos, indica CNI/Ibope
Autor(es): Daniel Bramatti
O Estado de S. Paulo - 18/03/2010

Sucessão.

Levantamento mostra tendência de crescimento da ministra da Casa Civil,que passou de 25% para 30% das intenções de voto em um mês; 53% dos entrevistados disseram querer votar em candidato apoiado pelopresidente Luiz Inácio Lula da Silva

A vantagem do tucano José Serra sobre a petista Dilma Rousseff na corrida presidencial caiu para cinco pontos porcentuais, segundo a última pesquisa CNI/Ibope. Em fevereiro, de acordo com o mesmo instituto, a distância entre os dois era de 11 pontos.
Serra teve 35% das preferências no levantamento divulgado ontem, feito a pedido da Confederação Nacional da Indústria. Em fevereiro, em pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo, ele aparecia com36%.
Dilma, por sua vez, cresceu cinco pontos e atingiu pela primeira vez a marca dos 30% de preferências, em um cenário que inclui ainda Ciro Gomes (11%) e Marina Silva (6%).
Um dado inédito do levantamento mede o potencial de transferência de votos do presidente:53% dos eleitores querem eleger um candidato apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva, e 10% pretendem optar por um nome da oposição. Outros33% afirmam que não levarão em conta a posição do presidente.
A desinformação é o que explica o descompasso entre o potencial eleitorado lulista e o desempenho de Dilma. Nada menos que 42% dos entrevistados ignoram o fato de que a ministra é a candidata de Lula.
Segundo Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope, esse nível de desconhecimento não é anormal a mais de seis meses das eleições. "Hoje,só quem busca informações sabe algo sobre as eleições. Quando começar o horário eleitoral gratuito, as informações chegarão a todos de forma homogênea." Ela afirma que o apoio de Lula tende a impulsionar a ministra, mas ressalva que, no decorrer da campanha, Serra também tendea se beneficiar por ganhar mais exposição.
O potencial de crescimento da ministra da Casa Civil se revela, por exemplo, no Nordeste, onde 69% do eleitorado se declara inclinado a votar em um governista, mas pouco mais da metade da população sabe quem é a escolhida pelo presidente.
Cruzamentos. O Ibope mostra que Serra deve às mulheres sua posição de liderança. No eleitorado feminino, o governador de São Paulo tem 12 pontos de vantagem sobre Dilma (37% a25%). Entre os homens, Dilma tem 36%, e o adversário, 34%.
Em um mês, as intenções de voto na petista subiram em três das regiões pesquisadas. No Sul, ela passou de 19% para 34% e ficou em situação dee mpate técnico com Serra (36%). No Nordeste, onde lidera por 14 pontos,a petista subiu de 33% para 39%.
Na região Sudeste, a mais populosa do País, é Serra quem está na frente (40% a 25%). NoNorte/Centro-Oeste, o tucano saiu de uma situação de empate técnico para uma vantagem de 15 pontos (41% a 26%).
Na divisão da população pelo grau de instrução, o governador paulista tem a maior vantagem entre os eleitores que estudaram até o ensino médio (37% a30%). Na segmentação por faixa de renda, Dilma lidera entre os que têm renda mensal de até um salário mínimo (32% a 28%).
No cenário sem o nome de Ciro Gomes, Serra aparece com 38%, Dilma, com 33%, e Marina, com 8%.

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