Nem sempre o barulho causado momentaneamente ou estrelato alcançado pelo autor expressam a longevidade de uma obra. Essa é uma apreensão que tem mais força ainda quando nos situamos no campo das ciências sociais.
Penso nisso quando tenho em mente a obra de Vilmar Faria. Grande mestre e um perito na formulação de políticas sociais, o saudoso professor nunca alcançou, pelo menos no universo acadêmico nacional, o peso que a sua obra o credenciaria a ocupar. Só um exemplo: o texto “Políticas de Governo e Regulação da Fecundidade: Consequências Não Antecipadas e Efeitos Perversos”, texto inserido na obra Ciências Sociais Hoje, publicada pela ANPOCS no final da década de 1980, é uma das análises mais lúcidas e criativas a respeito de como a inação do Estado produz um cenário para a incorporação de demandas pelo mercado.
O texto de Vilmar é, além de uma construção analítica sofisticada, um libelo em favor de uma política que garanta os direitos reprodutivos das mulheres das classes populares. Só por tê-lo escrito, o Professor merecia o reconhecimento do movimento feminista.
Mas Vilmar fez e foi mais. Foi o principal formulador das políticas de inclusão social. Políticas que os petistas gostam de esquecer que teve início no Governo FHC. E nesse governo, muitos não lembram, Vilmar Faria foi o principal responsável pela formulação das políticas sociais.
sexta-feira, 25 de março de 2011
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Um comentário:
Boa indicação, professor. Tema sempre pertinente. Vou pesquisar sobre o autor e levar para discutir com colegas feministas da AMB. abraço, Vanda Regina
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