segunda-feira, 17 de novembro de 2008

De marxistas, brutalidade e gozo: a posição de Guru.

Coloquei aqui, sexta-feira passada, o post Alex Galeno, Obama e o medo do gozo dos marxistas. Algumas pessoas enviaram comentários. Outras, prefiriram enviar mensagens para o meu e-mail. E colegas me pararam para comentar o que eu havia escrito. Dentre as mensagens escritas, destaco aquela escrita por Guru. Guru é aluno do curso de Ciências Sociais da UFRN. É um cara inteligente e antenado. Por mesmo, destaco abaixo o seu comentário.

Pensar diferente e defender suas idéias não torna alguém bruto, boçal ou arrogante. Endoçar uma posição divergente daquela da esquerda mais atual, ou seja, ser ortodoxo num tempo de hetedoroxias (que perigosamente se convertem em ortodoxia, como pode atestar um observador minimamente atento) é ampliar um debate necessário, já que deve haver uma articulação contínua entre ambos pensamentos. Falo de dar o devido espaço a pensamentos e personagens que tiveram um papel importante na história: não fossem eles, a realidade hoje estaria muito pior. Marx e Lukacs são tão suscetíveis de formar dogmas quanto Foucault, Maffesoli, Giddens ou Deleuze. É mais uma questão da personalidade de quem o segue. Malcom X falava em negros da casa e negros do campo, Frantz Fanon em peles negras e máscaras brancas - se alguém fala em negro de alma branca, é bom saber do que se trata. O que ocorre nesse 'expoente do marxismo', ao que tudo me indica, é uma posição ortodoxa de elaborar uma díade emancipação política vs empancipação humana, esta passando necessariamente por uma revolução absoluta. Sim, considero as consequências racistas desse pensamento. Mas quem for ler este artigo sobre cotas ( http://www.sergiolessa.com/artigos_02_07/cotas_2007.pdf ) poderá ficar chocado em saber que é o mesmo racismo que atinge grande parte da intelectualidade, conservadora e progressista, do país.

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