sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Alex Galeno, Obama e o medo do gozo dos marxistas

Devo ao colega Alex Galeno, professor do Departamento de Ciências Sociais da UFRN, a assertiva de que a esquerda brasileira, em especial a dita acadêmica, teme o gozo da vitória. Daí adorar tanto a derrota. Na prática, isso se traduz, sempre, na elaboração dos piores cenários. Lembrei-me do Alex quando soube ontem, por fonte merecedora de crédito, que, em uma performance acadêmica recente, certo luminar do marxismo acadêmico brasileiro, comentando a vitória eleitoral de Barak Obama afirmou, para espanto da platéia, o seguinte: “não se iludam com o Obama, ele é um negro de alma braça (sic)”. Dado que há um clima de comemoração, nas áreas, digamos, mais arejadas da vida social com a eleição de Obama, é necessário, para se ser crítico, supõe a vulgata, mobilizar todas as armas (decerto, pelo visto, não as "da crítica) contra as "falsas ilusões". Além do medo do gozo ou, quem sabe, um gozo limitado à derrota, esse tipo de afirmação não é apenas uma manifestação “infeliz”, mas também reveladora do racismo embutido que viceja em certos ambientes acadêmicos brasileiros.

Em tempo: o luminar que produziu a pérola racista é tido nas searas do serviço social como uma espécie de “guia genial”. Suas obras, geralmente referenciadas em Lukacs, são incorporadas por alunos e alunas da área (tanto da graduação quanto da pós) com o mesmo fervor com que a militância chinesa da Revolução Cultural devorava o “Livro Vermelho” de Mao-Tse-Tung.

8 comentários:

Anônimo disse...

Caraca! Doido, tu pirou? Foi tocar logo nessa "coisa"? Essa vaca sagrada do serviço social é a melhor tradução do marxismo brasileiro: bruto, boçal e arrogante. Não é por acaso que tem tanta homofobia nas ditas correntes de esquerda.

Anônimo disse...

O Serviço Social é o restolho do marxismo mais pobre. Lá ainda se vive em pleno período das trevas!

Anônimo disse...

Cê tá falando do papa do serviço social que publica pela Editora Cortez, não é?

Guru disse...

Pensar diferente e defender suas idéias não torna alguém bruto, boçal ou arrogante. Endoçar uma posição divergente daquela da esquerda mais atual, ou seja, ser ortodoxo num tempo de hetedoroxias (que perigosamente se convertem em ortodoxia, como pode atestar um observador minimamente atento) é ampliar um debate necessário, já que deve haver uma articulação contínua entre ambos pensamentos. Falo de dar o devido espaço a pensamentos e personagens que tiveram um papel importante na história: não fossem eles, a realidade hoje estaria muito pior. Marx e Lukacs são tão suscetíveis de formar dogmas quanto Foucault, Maffesoli, Giddens ou Deleuze. É mais uma questão da personalidade de quem o segue. Malcom X falava em negros da casa e negros do campo, Frantz Fanon em peles negras e máscaras brancas - se alguém fala em negro de alma branca, é bom saber do que se trata. O que ocorre nesse 'expoente do marxismo', ao que tudo me indica, é uma posição ortodoxa de elaborar uma díade emancipação política vs empancipação humana, esta passando necessariamente por uma revolução absoluta. Sim, considero as consequências racistas desse pensamento. Mas quem for ler este artigo sobre cotas ( http://www.sergiolessa.com/artigos_02_07/cotas_2007.pdf ) poderá ficar chocado em saber que é o mesmo racismo que atinge grande parte da intelectualidade, conservadora e progressista, do país.

Anônimo disse...

Ué, porque os "bois" não ganharam nome?
Porque não fazer uma crítica mais elucidativa?
A crítica pernitente, mas fossem então, completa!

Anônimo disse...

Fiz Serviço Social. Posso afirmar, com toda a convicção, de que ali fermenta um marxismo de antanho. Um restolho autoritário e demodé.

Anônimo disse...

Estarrecidas e preocupadas com apreensão da imagem do Serviço Social. Foi assim que ficamos ao ler o Blog. Somos Assistentes Sociais, reconhecemos que em certa medida predomina no Serviço Social brasileiro um pensamento marxista ortodoxo e dogmático, o que não significa uma homogeneidade de prática e pensamento. Daí nossa preocupação em rotular todo o Serviço Social e generalizar expressões e idéias que não são homogeneas. Ass. Edilene Jales, Ivonete Soares e Carla Montefusco.

Anônimo disse...

Pobre, infeliz e muito medíocre os comentários tecidos sobre o marxismo no Serviço Social. É uma grande lastima ainda observar que idéias tão limitadas sobre o campo do pensamento e de trabalho, aindam sejam "vomitadas" de maneira tão raivosa, tanto pelo docente, assim como os seus "céticos pupilos". Interpretamos que as palavras do "autor referido" não partiram de forma racista, pois é nítido que o governo de Obama está longe de romper as estruturas conservadoras da política norte-americana. De qualquer maneira, a sua raça e laços culturais de nada revolucionaram a realidade daquela nação...Infelizmente a bandeira das lutas raciais/sociais serviram apenas como puro "marketing político".
Outra, é necessário ter em mente, sábio mestre, que existem divergências de pensamentos e a necessidade de respeitar o posionamento ideológico e político dos mais variadas correntes intelectuais. Essa crítica desenfreiada a ortodoxia marxista é apenas mais um capítulo das disputas de supremacia de pensamento que os cientistas sociais insistem em ter em relação a nós assistentes sociais. Como falar em racismo,intelorância e preconceito, se ao menos não se tem condições de respeitar o outro pesquisador e intelectual????