segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lula, Obama e a dança do marxismo ortodoxo com a direita moderninha

No "Tedência-debates" da Folha de São Paulo de hoje, você encontra dois artigos que são interessantes menos pelo que afirmam, mas, muito mais, pelos autores que os escrevem. De um lado, temos Francisco de Oliveira, grande cientista social, que, nos últimos anos, foi sendo confinado à condição de guia intelectual da ultra-esquerda, com um artigo intitulado "O pré-ministério de Wall Street" (somente para assinantes UOL) no qual, dentre outras coisas, procura diminuir a importância da vitória de Barak Obama, comparando negativamente à vitória do Senador àquela conseguida por Lula. Quase no fim do artigo, afirma: " ausência de uma teoria sobre o capitalismo globalizado dá lugar apenas a tímidas perspectivas que não vão além de uma semana. Já vimos esse filme, muito recentemente: o de uma esperança que venceu o medo para depois entregar-se a ele." Mais uma vez, diria o meu amigo Alex, é o medo do gozo dominando o horizonte. De outro lado, ou seria mais justo dizer "mais abaixo"?, o ex-petista Augusto de Franco, antigo comandante de uma corrente de ultra-esquerda no partido do Lula, hoje convertido ao time da nova direita, com um texto cujo título diz tudo (da perspectiva, digamos, analítica do autor) "Lula-aqui, Evo-ali, Obama-lá" (somente para assinantes UOL). É um par perfeito: marxismo ortodoxo e nova direita.

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