segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A música está de luto: morreu Miriam Makeba



Morreu ontem, em um hospital da cidade de Caserta (Itália), Miriam Makeba. Na noite anterior, coerente com uma postura de luta pela liberdade adotada em toda a sua vida, tinha participado de um ato de apoio ao escritor Roberto Salviano (que, pelos seus escritos, está ameaçado de morte pela Camorra) e de repúdio à Mafia. Makeba era. sem exagero nenhum, a "voz da África". Você pode até não saber, mas, tenho certeza, já a ouviu alguma dia. Pelo menos Pata Pata (acesse aqui o vídeo dela no you tube), não vá me dizer que não, você já escutou...

Miriam Makeba era um símbolo da luta contra o apartheid. O então governo racista da África do Sul, em 1963, não apenas proibiu a difusão de todos as suas músicas como a impediu de retornar ao país, após ela ter participado de uma turnê internacional. Morou na Europa e Estados Unidos até quando Nelson Mandela, eleito presidente, convidou-a a residir novamente no país.

Makeba foi a primeira negra a ganhar o prêmio Gramy, no ano de 1965. Em 1968, casou-se com o líder dos Panteras Negras, Stokely Carmichael. Era um mito da luta contra a opressão no continente africano e, em certo sentido, tinha consciência disso, pois, usava o seu imenso prestígio para dar sustentação a causas políticas. Sua voz melodiosa, sua beleza e seus posicionamentos corajosos vão deixar um grande vazio.

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